segunda-feira, maio 31

Belindia

foto lisboa sos
Foi assim que em tempos Fidel Castro rotulou o Brasil, 20 milhões de Brasileiros com o nível de vida dos Belgas, 80 milhões vivendo como na Índia. Lula da Silva, com medidas políticas realistas, tem vindo a inverter aquela situação, os governos PSD/CDS e PS dos últimos anos, com medidas políticas irresponsáveis, vêm conduzindo o País a uma Belindia.

Temos as maiores desigualdades de rendimentos dos países comunitários, o fosso entre ricos e pobres não pára de aumentar; a desigualdade na distribuição da riqueza entre o trabalho e o capital acentua-se em favor deste; a Escola Pública básica degrada-se (a classe média-alta já não lhe confia a educação dos filhos); o SNS esvaído, capturado pelos mais diversos interesses, é cada vez mais para quem não tem alternativa de escolha.

As notícias dos últimos dias são pouco tranquilizadoras para o SNS. A despesa em medicamentos está sem controlo, os sindicatos dos técnicos paramédicos anunciam uma greve de 3 dias e os enfermeiros de uma semana, o que irá paralisar os serviços públicos por dez dias. Porém o Ministério da Saúde concentra-se num diploma patético para recrutar médicos reformados; a incompetência legislativa deixou a sobrevivência do Serviço Público na dependência da decisão de reservistas.

Enquanto isso os privados avançam em força, depois do cerco a Lisboa e de algumas escaramuças no resto do País, segue-se o Porto. Dois grandes hospitais são anunciados nesta metrópole. Um em Vila Nova de Gaia, a ser construído pelo grupo Trofa, já detentor de um em Matosinhos; outro do grupo Mello, a abrir brevemente na cidade.
Na edição do Diário de Notícias de 27 deste mês, a administração deste último hospital anunciava como objectivo ter 90% do corpo clínico a trabalhar em exclusividade dentro de 5 anos, para já contavam com o compromisso nesse sentido dos primeiros 30 a 40 contratados. Ou seja, enquanto os privados sentem a necessidade e avançam, para regimes de exclusividade com os seus profissionais; a Ministra da Saúde recuou naquele objectivo a anda à caça de reformados para assegurar os mínimos no Serviço Público. Enquanto os privados vão garantindo uma desafogada existência à custa dos subsistemas públicos, escandalosamente pagos pelo orçamento de estado, aos serviços públicos da saúde é pedido que se acomodem á crise financeira.

Assim não dá! Estamos a cavar o fosso do País a cada dia que passa, já não há réstia de optimismo para contrapor a tanta incompetência, oportunismo e irresponsabilidade.

tavisto

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1 Comments:

Blogger e-pá! said...

Embora não me reveja na doutrina que torna o marcado uma "vaca sagrada", ideologia [neoliberal] do agrado [e prática] do actual Governo, gostaria que alguém me explicasse [à luz do funcionamento do dito "mercado"] em que situação um operador carenciado [neste caso de recursos humanos] pode fugir às "leis" de oferta e procura.

Esta a visão "realista" que a anedótica solução avançada pelo MS - em relação às carências do SNS - e expedita ["esperta"] medida de mobilização de médicos "reservistas" [aposentados a termo ou antecipadamente].

Estaremos perto de uma requisição civil?
Ou, o MS, acha que os aposentados não passam de uns "arrependidos" que tomaram essa decisão de ânimo leve?

Em meu entender, só o preceito de equacionar a integração nas fileiras [no SNS] de "reservistas" é um forte indicador que estaremos à beira da catástrofe.
Como de resto sucede nas forças militares...

2:18 da tarde  

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