sábado, maio 29

Cortes nunca!

…”O povo diz que “para grandes males, grandes remédios” e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) receita a sabedoria popular para tratar as maleitas do Serviço Nacional de Saúde. Se o dinheiro não chega e os profissionais são poucos, então “concentrem-se serviços para evitar dispersão”, defende o secretário-geral, Carlos Arroz”…

Bem pode o SIM proclamar o seu acertado desespero. Este MS vive refém de uma visão organicista, de muitos medos e de nenhuma ambição. As propostas do SIM são apenas a ponta do icebergue do imenso conjunto de medidas inteligentes que só poderiam mesmo ser implementadas numa situação como a que vivemos. Mas nem isso. O torpor ideológico inibe qualquer rasgo de inovação. Fechar ou fundir hospitais configura um sacrilégio intransponível. As palavras de ordem continuarão a ser conservar, manter, nada fazer.

Cortes nunca! O aparelho do partido nunca o permitiria face ao risco de centenas de lugares e de negócios que se perderiam. Além disso a imensa plétora de amigos e conhecidos nunca perdoaria (tão perto da reforma) “instabilidades” nos respectivos domínios. Continuaremos, por isso, no universo das chamadas “medidas fosquinha” o que na realidade quer dizer que é preciso fingir que se faz alguma coisa para que, basicamente, tudo fique na mesma…

Esperemos então, de preferência sentados, pelos dois mil milhões de euros de buraco, nas contas do SNS, no final do ano.

saloio

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