quinta-feira, julho 15

Pérolas da “Gestão” no SNS

foto JP
A notícia publicada no “Expresso” encerra múltiplas perplexidades aumentando a nossa apreensão quanto à deriva do SNS. Atentemos nos factos: link

…” Uma sucessão de avarias em material já de si obsoleto impede, há vários meses, o Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPOL) de assegurar todos os tratamentos de radioterapia. Dos seis aceleradores lineares ali existentes apenas dois estão a funcionar, obrigando a transferir doentes para outras unidades, incluindo privadas”…” O número de sessões de radioterapia realizadas internamente em 2009 foi de cerca de 60 mil e 15 mil no exterior”…

Como terá sido isto possível? Sessenta mil sessões de radioterapia realizadas no IPO com apenas dois aceleradores lineares a funcionar?

…”o IPOL tem recorrido "a prestadores externos, quer exista financiamento ou não". Do mercado dizem preferir "sempre recorrer à disponibilidade das restantes instituições públicas da região, ou fora dela"; no entanto, mantêm "protocolos com quatro privados na área de Lisboa". Um negócio que até sai mais barato. O Estado paga €250 por sessão de radioterapia em ambulatório (sem internamento) ao IPOL, que consegue recorrer aos privados por menos de €100, dizem vários prestadores”…

Que raio de “negócio” será este? Então o Estado deixa-se enganar e malbarata o dinheiro público pagando 2,5 vezes mais aquilo que os privados lhe cobram? E o hospital público ainda exulta galhofeiro com o “negócio” que faz?

Entretanto a …” A alta comissária da Saúde, Maria do Céu Machado, revela ainda outras alterações. "Já conseguimos mudar o rácio de equipamentos de quatro para cinco por milhão de habitante. Iremos precisar de 50 aceleradores. Só falta a formalização do Presidente da República". Está ainda assente "a abertura de um novo centro de radioterapia na Beiras", acrescenta”…

No meio desta insane loucura será verdade que se o Estado concessionasse a totalidade das sessões de radioterapia pouparia em sessões (para além do brutal investimento em equipamentos) qualquer coisa como 23 milhões de euros por ano?

setubalense

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