O dito e o feito!
…”Segundo os jornais, a falta de médicos nos centros de saúde (os elementos nucleares do Serviço Nacional de Saúde), pode ainda sentir-se em 2020, confirmando-se, por outro lado, que este ano pediram a reforma três vezes mais médicos do que previam os estudos oficiais. Manuel Pizarro, secretário de Estado e putativo candidato no Porto às próximas autárquicas, não queria mesmo nada que estas inconveniências estragassem a reunião do PS sobre o SNS. Garantiu logo que "vai abrir novas vagas em Medicina Familiar em 2011" apesar dos tais estudos oficiais mostrarem que as entradas já não compensarão as saídas de médicos…
O que nem Pizarro, nem ninguém no Fórum do PS, explicaram, foi por que é que os médicos se reformaram "três vezes mais este ano", porque não abriram então mais vagas já em 2010 (ou há dois, ou há três anos…), ou por que é que, depois de governar há 15 anos (com um interregno de dois anos e meio), não inverteu o PS a herança de Cavaco que impediu o acesso à Medicina! (não queiram que acreditemos que - 20 ou 30 anos depois - ainda se viva, e se continue a viver até 2020, a "retracção do final dos anos 80"…)”…
Honório Novo, Jornal de Notícias link
O que nem Pizarro, nem ninguém no Fórum do PS, explicaram, foi por que é que os médicos se reformaram "três vezes mais este ano", porque não abriram então mais vagas já em 2010 (ou há dois, ou há três anos…), ou por que é que, depois de governar há 15 anos (com um interregno de dois anos e meio), não inverteu o PS a herança de Cavaco que impediu o acesso à Medicina! (não queiram que acreditemos que - 20 ou 30 anos depois - ainda se viva, e se continue a viver até 2020, a "retracção do final dos anos 80"…)”…
Honório Novo, Jornal de Notícias link
Setubalense
Etiquetas: Politica de Saúde
3 Comments:
Numa altura em que se discute falta de médicos nos Cuidados Primários seria importante perceber qual a sua actividade neste âmbito.
Que actividades desempenham?
Que cuidados prestam?
E chegar à conclusão que muitos deles são assumidos por outros e aí sim... apostar no taskshiftting.
Não sei como conseguem insistir tanto nesta falácia.
Esta coisa de TODOS, MAS TODOS MESMO,lançarem declarações inflamadas de um amor eterno e incondicional ao SNS é deveras hilariante !!!
E por quê?
A ÚNICA E FUNDAMENTAL DIFERENÇA (?) entre o PS e o PSD sobre o tão querido SNS é apenas saber QUEM O QUER DESTRUIR MAIS RAPIDAMENTE!!!
A política de saúde dos partidos do rotativismo do poder nada difere e até se complementa.
O PSD tornou os hospitais SOCIEDADES ANÓNIMAS (SA) e algumas parceiras com alguns privados e esquemas de remunerações especiais ( Hospital de Vila da Feira)...
O PS empresializou (EPE)as mesmas SA e enxameou os hospitais de GESTORES de competência duvidosa e alterou as regras de eleição do Director clínico , aliás deixou de ser escolhido pelos seus pares para ser simplesmente NOMEADO pela tutela ( Jugo pesado e de consequências evidentes)...
O PS fechou serviços hospitalares e de proximidade deixando populações indefesas e sem cuidados de saúde ( as distâncias não se devem atender como em linha recta, caminho rural não é igual a cominho urbano)...
O PSD fecharia muitos mais para dar via verde aos Privados...
O PS transformou Centros de Saúde em Unidades de Saúde Familiar ( USF), gastou milhares de euros em equipamentos, pintura de instalações para alojar os mesmos médicos e administrativos e enfermeiros, com a promessa de melhoria dos cuidados MAS...e salvo raríssimas excepções, tudo continua mal e com tendência a piorar : acesso burocratizado aos serviços, acesso limitado no tempo, cortes em exames complementares de diagnóstico, alheamento dos Médicos de Família em relação aos seus utentes quando são hospitalizados, burocratização nos pedidos de consulta hospitalar ( Consulta a Tempo e Horas), etc
Claro que os tempos são outros e em 31 anos muita coisa mudou, o SNS que os partidos da esquerda dizem defender( PCP e BE) já não existe...
Exigimos MAIS ACÇÕES VERDADEIRAS E GENUÍNAS E MENOS PROPAGANDA!!
PORTANTO, NÃO NOS ENGANEM MAIS, POR FAVOR!!!
A carência de médicos, em especial de Medicina Familiar, é um dos principais factores de vulnerabilidade do SNS. Deste constrangimento resulta que a faculdade do doente poder escolher o médico ou, se assim o desejar, mudar de clínico assistente, princípio fundamental em qualquer serviço de saúde, está seriamente posta em causa entre nós.
Não deixo de ser sensível ao argumento da “ausência de liberdade de escolha” dos opositores ao actual modelo de SNS. Não sou ingénuo a ponto de pensar que as mudanças que reclamam têm o doente como centro de preocupação. Bem sei que as suas inquietações são outras e que o modelo concorrencial que defendem não só não revolveria esta limitação à maioria dos utentes como criaria iniquidades bem maiores no acesso, para além de ser mais consumidor de recursos financeiros. Tal facto, porém, não pode servir de álibi para que não se exija e reclame uma mudança profunda no funcionamento do SNS, que terá de passar obrigatoriamente por uma maior oferta de médicos de Medicina Familiar, melhoria na articulação entre os diversos níveis de cuidados e uma maior responsabilização de todos os prestadores.
Convém salientar que a limitação à liberdade de escolha não fica exclusivamente pelos cuidados primários. Exceptuando situações de urgência, não faz sentido que o doente esteja limitado a ser tratado no hospital que a área de residência determina, como acontece na maioria das vezes. A meu ver, há toda a pertinência e vantagem em que possa ser assistido e tratado na unidade hospitalar do SNS em que sente maior confiança (a conselho, ou não, do médico de família). Só desta forma será possível respeitar o direito de escolha e contribuir para a garantia da qualidade e eficiência da rede pública.
Se a carência de médicos de família é hoje uma forte condicionante à liberdade de escolha nos cuidados primários, nada o justifica nos hospitalares. Garantir “clientela” por meras razões de conveniência sanitária ou geográfica, não estimula as boas práticas nem incentiva à melhoria dos cuidados de saúde.
As questões aqui levantadas por Honório Novo têm toda a pertinência. A falta de planeamento de recursos humanos em saúde e a perseguição ao “funcionário público”, com saídas e entradas ditadas por regras de cálculo cegas às especificidades e necessidades dos serviços, estão a ter e irão ter nos próximos anos consequências desastrosas para o serviço público. Mas, há que ter a coragem de o reconhecer, os médicos não abandonam o SNS apenas pelas razões aqui sugeridas ou por calculismo interesseiro, procurando acumular reforma com actividade privada. Fazem-no também porque o SNS está anémico e entediante, tolhido numa teia burocrático-administrativa que não arrisca distinguir quem faz bem e convive facilmente com a mediocridade.
Não chega pois tecer loas ao SNS ou repetir ciclicamente encontros apologéticos, há sim que resolver os problemas que afectam o serviço público de saúde pois só a sua resolução o pode pôr a salvo dos interesses que se escondem por trás de falsos profetas.
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