sexta-feira, outubro 22

O Estado a que isto chegou…

foto portal da saúde
…”A ministra da Saúde disse hoje que a questão do pagamento das facturas dos medicamentos dispensados a doentes do subsistema dos funcionários públicos é um problema entre a ADSE e a Associação Nacional de Farmácias (ANF), mas lamentou pelos beneficiários”… link

Havia um tempo em que os governantes governavam. Havia um tempo em que os governantes evitavam problemas e antecipam soluções. Havia um tempo em que os cidadãos tinham confiança nos políticos.

O mundo (de facto) mudou. Agora os governantes fazem apelos e lamentos expiando, desse modo, os seus estados de alma.

Os ministros e os secretários de Estado deixaram de liderar os processos de governação passando a ser, pelo contrário, titulares passivos e negligentes no estado (a que isto chegou)…

esteves

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4 Comments:

Blogger Guimaraes said...

Pelo que li na página da ADSE, aquele organismo só paga as comparticipações de medicamentos receitados por médicos privados. As comparticipações de medicamentos receitados por médicos do SNS, serão pagas pelo SNS, como acontece com os utentes do regime geral.
Tenho a impressão que a sr.ª ministra, ao dizer que o assunto não é com ela, não sabe que é ela que paga...

11:41 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Quando os algarvios querem dizer que qualquer coisa está mal afirmam: "está entregue ao Estado"...

A ADSE será, no sector da Saúde, a primeira vítima do "emagrecimento do Estado" dentro da senda neoliberal que se apresenta sob o virginal manto da racionalização e da equidade [com o SNS].

Certamente que a ADSE levanta problemas quanto ao seu financiamento público [que, entretanto, vai sendo sobretaxado à custa dos beneficiários] e relativamente à selectividade da sua cobertura [FP].

Criada em 1963 - antes da existência do SNS - supria as dificuldades que os "servidores do Estado" sentiam na assistência médica, medicamentosa e de meios complementares de diagnóstico e tratamento. Era, de certa forma, uma misericordiosa compensação ao [degradado] estatuto inerente ao funcionalismo público, desenhado pela ditadura.

Com o advento do 25 de Abril, nomeadamente com o desenvolvimento das carreiras profissionais na FP, conheceu dias de glória.
Hoje, como aliás tudo o que público, a ADSE sucumbe sob as patas do neoliberalismo.

ADSE - Paz à sua alma!
Foi isso que, envergonhadamente, a Ministra não disse, mas ansiava dizer.
Teixeira dos Santos [o ministro da tutela da ADSE] está absorto e ocupado em lidar com outras servidões...

12:32 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

A criação de novos centros hospitalares no Porto, Coimbra, Aveiro e Lisboa para cortar na despesa não é novidade; aliás, há casos em que a mudança já começou. Caso do Centro Hospitalar de São João que está no terreno há seis meses e já sob a tutela do mesmo presidente, “sem remuneração extra”, diz o próprio. Mas a maior poupança deverá caber ao novo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, pois está prevista apenas uma maternidade e uma Urgência entre as suas sete unidades. A ideia foi sugerida à tutela há dois anos. Pronto está também o Grupo Hospitalar do Centro de Lisboa, com 8377 funcionários — da Maternidade Alfredo da Costa, Centro Hospitalar Lisboa Central e Hospital Curry Cabral —, e “só falta publicar o decreto-lei”, diz o administrador da MAC, Jorge Branco. O Centro Hospitalar de Aveiro também foi apresentado em junho: “É uma decisão que, politicamente, espera o momento oportuno”, afirma o responsável da ARS do Centro, Pedro Pimentel.

O antigo hospital de Cascais fechou em fevereiro, mas o Ministério diz que ainda dá €200 mil de despesa por mês .

expresso 23.10.10

Os coelhos que a senhora ministra tirou da cartola.

7:29 da tarde  
Blogger Tavisto said...

A ADSE não vai bater no fundo porque o Governo não vai permitir. Ou melhor, o lobby privado da Saúde nunca o irá consentir pois sabe que o seu seguro de vida reside neste e noutros subsistemas públicos. Para os grupos económicos privados, a existência da ADSE, é tão mais importante em tempos de crise uma vez que, inevitavelmente, irá decrescer a clientela dos seguros privados de saúde.
Não será pois por mero acaso que o Governo decidiu que as entidades empregadoras públicas vão passar a descontar um valor fixo (ao que consta entre 2,5-3%) para o subsistema, o que, acrescido ao valor de 1,5% do desconto do beneficiário, lhe confere características de seguro de saúde. Será esta medida suficiente para garantir a sustentabilidade financeira da ADSE, evitando-se transferências do orçamento de estado para cobrir os deficits crescentes do subsistema dos funcionários públicos? A ver vamos.

11:50 da tarde  

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