segunda-feira, novembro 22

MS, a bagunçada prossegue

Finanças contradiz Saúde e garante que os hospitais EPE estão sujeitos aos mesmos cortes que as restantes empresas públicas.

Os hospitais com gestão pública empresarial (EPE) vão sofrer um corte de 15% nos custos operacionais no próximo ano. Fonte oficial do Ministério das Finanças confirmou ao Diário Económico que as medidas de austeridade aplicadas às empresas e institutos públicos "não contemplam quaisquer excepções, sendo assim de aplicação genérica".

Uma orientação que contradiz as informações que o Ministério da Saúde tem dado aos administradores hospitalares e que pressupõem cortes mais suaves. Questionado sobre quais as orientações concretas já transmitidas aos hospitais, o ministério tutelado por Ana Jorge não respondeu.

De acordo com as Finanças, "o Governo decidiu objectivos de eficiência operacional actuando, designadamente, do lado da redução de custos - e em especial, os relativos a salários. Cabe, em função disso, aos gestores públicos respectivos a identificação das medidas tendentes a atingir aquele objectivo".

As empresas do Sector Empresarial do Estado, como é o caso dos hospitais EPE, têm de entregar os seus planos de redução de despesas até ao próximo dia 30. Mas os administradores hospitalares ouvidos pelo Diário Económico ainda não foram oficialmente informados sobre o valor exacto que têm de cortar nas despesas.
João Correia da Cunha, presidente do maior hospital do País, o Santa Maria, e que a 21 de Outubro recebeu juntamente com os outros gestores das empresas públicas instruções do ministro das Finanças para cortar 15% nos custos operacionais sem possibilidade de aumentar o endividamento, diz que recebeu orientações posteriores "diferentes" do Ministério da Saúde, que implicariam cortes menos drásticos. "Há limites no corte à despesa que são razoáveis e conseguimos encaixar. Mas outros não", disse Correia da Cunha ao Diário Económico.

Perante um corte de 15% os administradores hospitalares admitem cortes na produção: menos consultas, menos cirurgias, aumento das listas de espera. Recorde-se que Ana Jorge garantiu aos deputados, durante o debate do OE/2011 na especialidade e perante um corte de 6,4% no orçamento do Serviço Nacional de Saúde, que "o acesso e a qualidade dos serviços prestados não serão afectados".

Durante uma visita ontem ao Hospital de S. João, no Porto, o Presidente da República, Cavaco Silva, lembrou que independentemente das dificuldades financeiras que o país atravessa, "é preciso ter um grande cuidado com a área da saúde, [onde] não podem ser postos em causa serviços fundamentais" e a sua qualidade
DE 22.11.10

Se não remodelam rapidamente a senhora ministra isto rebenta tudo com grande estrondo. Estes tempos de crise não se dão bem com esta política de chá e bolos. Exigem, antes, gente capaz e competente.

Clara Gomes

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3 Comments:

Blogger Clara said...

Receitas: Pão deló

Ingredientes
4 ovos

4 colheres de água morna

1 xícara de açúcar

5 gotas de essência de baunilha

1 xícara de farinha de trigo

1 xícara de maizena

1 colher das de chá de fermento em pó

Uma receita que a senhora poderá experimentar após a próxima, desejada, remodelação.

11:43 da tarde  
Blogger teimoso said...

Nem tanto ao mar nem tanto à terra, se alguns até conseguem resultados interessantes, ver:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Aveiro&Concelho=Aveiro&Option=Interior&content_id=1716916

porque não os outros?

os amigos tem empresas de serviços e consultadoria? temos pena tem de baixar os preços.... :)

8:43 da manhã  
Blogger Unknown said...

Pelos vistos, Teixeira dos Santos só se apercebeu disto, depois de ver esta noticia (12/11/2010):

SAUDE CONTRARIA FINANÇAS
Hospitais pediram para não cumprir os cortes impostos pelas Finanças. Ana Jorge aceitou

AS ADMINISTRAÇÕES dos sete maiores hospitais públicos - que há três semanas receberam instruções do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, para apresentar um plano de corte da despesa em 2011 - pediram à tutela que reconsidere estas instruções , dada a situação financeira do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os cortes impostos em Maio passado, no âmbito do chamado 'PEC da Saúde'. «Teríamos de fechar serviços se cumpríssemos este plano», disse ao SOL o administrador de um desses hospitais. O Ministério da Saúde deu-lhes razão.
Há três semanas, Teixeira dos Santos chamou cerca de cem gestores das empresas públicas (incluindo sete hospitais EPE), a quem exigiu a apresentação de um plano, para 2011, de redução das despesas operacionais em 15% e dos vencimentos acima de 1.500 euros entre 3,5% e 10%. Isto além da diminuição em 20% de cargos de chefia e de cortes nas horas extraordinárias e em todos os suplementos salariais, como ajudas de custo e acumulações de funções.
Nos hospitais, um corte nas despesas correntes desta ordem implica, segundo um administrador presente na reunião, «parar alguma coisa, fechando serviços, por exemplo». Outro gestor explica que a despesa com o pessoal tem um papel «muito diferente nos hospitais, relativamente às outras empresas» públicas: «Se se cortar mais nas horas extraordinárias dos médicos o funcionamento do hospital pode ficar comprometido».
Os hospitais do SNS já tiveram de cortar este ano, entre outras coisas , 5% precisamente nas horas extraordinárias, na sequência do chamado 'PEC da Saúde', anunciado em Maio pela ministra Ana Jorge - sendo que o cálculo que agora têm de fazer de novos cortes para o próximo ano terá de ter em conta os níveis de despesa que daí decorreram.
Segundo soube o SOL, os sete hospitais a quem as Finanças impuseram um plano especial de cortes receberam entretanto instruções do Ministério da Saúde, segundo as quais a regra, para eles, será igual à de todos os outros serviços do SNS - e que corresponde às directivas definidas no Orçamento do Estado para 2011: 5% de redução na despesa com pessoal e crescimento zero na produção, entre outros aspectos.
O SOL contactou o gabinete de Teixeira dos Santos , mas não obteve uma confirmação desta excepção para os hospitais.

As Finanças determinaram que o plano de cortes tem seja entregue pelas empresas públicas até à próxima segunda-feira, tendo sido distribuído por todas elas uma espécie de questionário, onde cada uma terá de inscrever as medidas que vai tomar.
A verdade é que, depois dos cortes aplicados em Maio e das consequências das medidas previstas no Orçamento do Estado para 2011 - como a que impede, por exemplo, as prestações de serviço sem a autorização directa do ministro das Finanças -, os hospitais, que já estão a sofrer os efeitos da falta de recursos médicos, têm hoje pouca margem de manobra para eliminar gastos excessivos. «Só será possível cumprir alguns dos cortes pretendidos pelas Finanças com medidas estruturais, que nunca poderiam ter impacto já para o próximo ano », adianta outro administrador que esteve presente na reunião com as Finanças, lembrando que «cortes cegos na Saúde provocam sempre uma redução da produção», ou seja, menos assistência aos doentes.
Esse efeito começou, de certo modo, a verificar-se já em 2010, segundo os números que o Ministério da Saúde entregou ao Parlamento na semana passada.
Enquanto de 2008 para 2009 todos os parâmetros de produção hospitalar tinham crescido, do ano passado para este ano só cresceu o número de consultas externas, de primeiras consultas de especialidade e de cirurgias em ambulatório - e isto em valores mínimos, comparando-os com o crescimento verificado no ano anterior. Tudo o resto foi este ano feito em menor quantidade nos hospitais públicos, relativamente a 2009.

1:13 da tarde  

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