A malta "power point"
Quem nos acompanha, há algum tempo, certamente terá notado repetidas alusões à gestão “power point”.
Do que se trata ? Bom, tem a ver com a atitude, o estilo, a forma de actuação de uma certa geração de gestores hospitalares (e não só) que primam por cultivar o acessório, fazendo gala das espampanantes apresentações power point com as quais julgam evidenciar a sua pretensa superioridade técnica e intelectual.
Sobre esta dita cultura "power point" foi publicado recentemente o livro "La pensée power point – Enquête sur ce logiciel qui rend stupid", de Franck Frommer, de quem postamos um curto e esclarecedor excerto da entrevista publicada na revista visão:
O power point tem hoje 500 milhões de utilizadores. Como explica o sucesso
É muito prático, pois permite produzir facilmente um suporte (com texto, imagem e gráficos), que pode ser reproduzido até ao infinito, em todos os tipos de apresentações, seja sobre os objectivos de uma administração seja sobre o plano de invasão do Iraque. Tornou-se uma linguagem quase universal. Criou, aliás, uma língua nova, cheia de automatismos, que tornam o discurso descarnado, neutro. Permite desresponsabilizar quem usa da palavra.
Considera-o, aliás, um dispositivo perverso
Porque é paradoxal. Dá a ilusão de criatividade,mas,ao mesmo tempo, é constrangedor. Pouco permite sair de um fio condutor linear e não favorece a interatividade. Parece muito «científico», embora seja muito simplista. Como transforma toda a argumentação em listas de pontos impede o debate. Inventa laços de causalidade artificiais. É um instrumento de venda feito para seduzir. Não é perverso em si mesmo, mas sim pelo seu uso omnipresente para fins inadequados.
Fala de uma «contaminação universal» do power point. Porquê?
Tornou-se a língua universal do modelo de gestão dominante e dos que o transmitem, consultores como a McKinsey ou o Boston Consulting Group. Estes gabinetes aconselham as maiores empresas e organizações do mundo. Assim, os seus métodos acabaram por invadir outros domínios, como a Administração Pública. Mais grave: tornou-se um instrumento de avaliação na universidade e nas escolas.
Sobre esta dita cultura "power point" foi publicado recentemente o livro "La pensée power point – Enquête sur ce logiciel qui rend stupid", de Franck Frommer, de quem postamos um curto e esclarecedor excerto da entrevista publicada na revista visão:
O power point tem hoje 500 milhões de utilizadores. Como explica o sucesso
É muito prático, pois permite produzir facilmente um suporte (com texto, imagem e gráficos), que pode ser reproduzido até ao infinito, em todos os tipos de apresentações, seja sobre os objectivos de uma administração seja sobre o plano de invasão do Iraque. Tornou-se uma linguagem quase universal. Criou, aliás, uma língua nova, cheia de automatismos, que tornam o discurso descarnado, neutro. Permite desresponsabilizar quem usa da palavra.
Considera-o, aliás, um dispositivo perverso
Porque é paradoxal. Dá a ilusão de criatividade,mas,ao mesmo tempo, é constrangedor. Pouco permite sair de um fio condutor linear e não favorece a interatividade. Parece muito «científico», embora seja muito simplista. Como transforma toda a argumentação em listas de pontos impede o debate. Inventa laços de causalidade artificiais. É um instrumento de venda feito para seduzir. Não é perverso em si mesmo, mas sim pelo seu uso omnipresente para fins inadequados.
Fala de uma «contaminação universal» do power point. Porquê?
Tornou-se a língua universal do modelo de gestão dominante e dos que o transmitem, consultores como a McKinsey ou o Boston Consulting Group. Estes gabinetes aconselham as maiores empresas e organizações do mundo. Assim, os seus métodos acabaram por invadir outros domínios, como a Administração Pública. Mais grave: tornou-se um instrumento de avaliação na universidade e nas escolas.
drfeelgood
Etiquetas: Gestão Hospitalar
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