segunda-feira, abril 18

Sáude e Mecenato

Foi dada à estanpa a notícia sobre a Maternidade Alfredo da Costa. link E parece ser um "escândalo" que uma Instituição pública de reconhecido mérito e prestígio se dirija aos seus utentes pedindo donativos?!

Não concordo obviamente com as críticas da Associação dos AH nem do Movimento dos Utentes. Com efeito é tempo de percebermos e incentivarmos o Mecenato. E para mim é de mecenato que se trata. E se é certo que será (é) uma forma de financiamento - nem poderia deixar de assim ser - sob pena de então não se perceber a razão do pedido (financiamento encapotado porquê?) desde que os utentes o façam livremente e de acordo com que cada um entenda, não vejo razões para se atacar a iniciativa.
O que me parece reprovável são as críticas de quem bem conhece as dificuldades da generalidade dos nossos hospitais. O que seria desejável é que o Estado, alargando a dedução fiscal, estimulasse o mecenato.

São muitos os exemplos, a nível internacional, de Instituições que desenvolvem a sua actividade basicamente apoiadas por mecenas. E talvez os donativos para a Alfredo da Costa sejam bem mais úteis do que uma grande fatia dos nossos impostos que se destinam a pagar serviços desnecessários e remunerações injustificadas, como parece ser, o exemplo que circula na internet/email, de uma tal Fundação Cidade de Guimarães (e outras "fundações" que nem se sabe quantas são).
Tonitosa

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2 Comments:

Blogger e-pá! said...

O problema não é o mecenato mas, fundamentalmente, a imagem.
Por outro lado, a expansão conceito de mecenato - que começou e desenvolveu-se na vertente cultural [artística] - ao amplo sector social - especificamente no domínio da responsabilidade social do Estado - é controversa.
O mecenato na saúde lembra-me as medievais instituições caritativas: hospícios, as gafarias e os lactários.
Ou, se quiser, as centenárias Misericórdias.
Ou, mais recentemente [séc. XIX], as associações mutualistas...

Os portugueses julgaram que tinham ultrapassado [tardiamente] esta situação - de caritativa dependência assistencial - na década de 70...

O SNS não é - por enquanto! - uma gigantesca IPSS... É uma "coisa" [ainda] do domínio público.
E, enquanto tal, o Estado tem a obrigação de lhe dar as necessárias condições financeiras [orçamentais] para garantir o seu regular funcionamento.

As comparações com exemplos internacionais pecam num ponto fundamental que não pode ser iludido. Tentar equiparar as fontes de financiamento de organismos públicos e instituições do foro privado [Institutos, Fundações, Empresas, etc.] é tão somente baralhar...

Esta situação faz-me recordar a tão badalada campanha "Um Lugar para o Joãozinho”..., levada a cabo pela administração do H S. João [Porto] para "apressar" a construção de um nova ala pediátrica...face à emergência do "novo" HH Maria Pia.
E, quanto a paralelismos, ficamos por aqui até porque, segundo penso, a adjudicação [da PPP] para a construção do HH Todos-os- Santos [onde a Maternidade Alfredo da Costa se deveria integrar(?)] estará "congelada"...

11:28 da tarde  
Blogger Setubalense said...

Caro E-Pá tem toda a razão. Infelizmente entre nós misturam-se alho com bugalhos. Percebe-se que os neo-liberais de pacotilha queiram branquear a via assistencialista, dos donativos e dos chás das tias para ajudar os pobrezinhos. O Prof Jorge Branco esteve muito mal embora compreenda a sua aflição. Para variar a tutela "lavou as mãos" dizendo que era um problema de gestão. Para além de incompetentes são cínicos e sonsos

12:01 da manhã  

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