terça-feira, maio 31

Saúde, propostas do PS

Vários comentários aos posts em que denuncio as contradições do líder do PSD criticam o facto de não apresentar as propostas do PS. Inspirado nessas críticas, início hoje a publicação de um conjunto de notas, para divulgar o programa PS na área da saúde. Comparando-o, claro, com o programa do PSD (não é essa a lógica da democracia?).

1.
Filosofia geral

O PS reafirma o seu compromisso com um SNS de acesso "universal, geral e tendencialmente gratuito". O financiamento deve ser assegurado pelos impostos, que cada um paga conforme os seus rendimentos e não deve haver pagamento no momento da prestação. A sustentabilidade financeira deve ser encontrada continuando a combater o desperdício (designadamente, adoptando as medidas previstas no acordo com a troika).
O PSD propõe a criação de um "plano universal de benefícios", cujo conteúdo não explica. Julgo, no entanto, que só pode haver uma interpretação: parte dos actos que hoje o SNS assegura ficarão de fora e terão que ser pagos. Se assim não for, que significa o "plano"? Seria útil que nos explicassem, em tempo, o que vai ficar de fora, quem o vai pagar e quanto vai pagar. É pedir demais?

2. Aprofundamento da reforma dos cuidados de saúde primários

Centrar cada vez mais o SNS neste nível de cuidados é essencial para manter e aprofundar os ganhos em saúde alcançados nestes últimos 30 anos, garantindo às pessoas proximidade e qualidade.
Para isso, prosseguir a implementação de Unidades de Saúde Familiar (USF), em face do enorme sucesso desta reforma: melhoria do acesso dos cidadãos, aumento da qualidade de cuidados, satisfação dos utentes e profissionais e eficiência (diminuição do custo em medicamentos e MCDT por utilizador, em face da utilização de protocolos aprovados pelas equipas). Há neste momento 293 USF, que atendem 3,8 milhões de portugueses, dos quais mais de 450 mil ganharam médico de família.
Desenvolver e/ou criar as outras unidades funcionais dos agrupamentos de centros de saúde (ACES) e generalizar a cultura de contratualização que resulta na autonomia / responsabilização das USF e é a causa maior do seu êxito.

No programa, o PSD nem sequer fala de USF, apesar das claras vantagens de acesso e de eficiência. O PSD propõe-se atribuir médico de família a todos os portugueses e introduzir liberdade de escolha, sendo certo que quando esteve no Governo promoveu sempre uma política de restrição da formação em medicina e na especialidade de MGF em particular. Esta é aliás a razão da actual situação de forte carência e que tem um responsável conhecido: o PSD!
Neste domínio, o PSD limita-se a enunciar, de forma confusa, um plano de privatização dos CSP (no programa concessão de centros de saúde a "cooperativas de profissionais, entidades privadas ou sociais"). Mas, claro, não explica como se vai pagar essa medida que, proposta desta forma, duplicará os custos em muitos locais.
Fala também da criação de "modelos de policlínicas", mas esquece-se de explicar o que é que isso significa...

3. Desenvolver a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

Esta Rede visa responder à principal modificação ocorrida nas últimas décadas na sociedade portuguesa: o envelhecimento da população. Começou em 2006 e dispõe já de 5200 lugares de internamento e capacidade para 8000 lugares de tratamento domiciliário.
Foi construída em cooperação com o sector social (75% dos lugares) e privado (10% dos lugares).
O PS propõe-se continuar a desenvolver esta rede, até atingir os 15 mil lugares de internamento, permitindo diminuir a duração dos internamentos hospitalares e oferecendo cuidados de grande qualidade, visando a recuperação da autonomia, a cada vez mais pessoas.
O programa do PSD não fala sobre este assunto. (continua)

4. Melhorar o funcionamento dos Hospitais

No que diz respeito ao funcionamento dos Hospitais o programa do PS propõe três aspectos essenciais:

- continuar a melhorar o acesso, transportando para a consulta externa das especialidades o sucesso conseguida na lista de inscritos para cirurgia (em 2005 248 mil inscritos, com mediana de espera de 8,6 meses; em 2010 161 mil incritos com mediana de espera de 3,3 meses; na cirurgia oncológica: 71 dias em 2005 de espera, 23 dias em 2010);

- incrementar a qualidade, nomeadamente através da criação de centros de referência para o tratamento de situações mais raras e/ou mais complexas;

- melhorar a eficiência, através do funcionamento em rede, da eleminação de redundâncias e do combate ao desperdício.

O PSD apresenta, no seu programa, um diagnóstico falso da situação do acesso afirmando que "a oferta não é equitativa e são crescentes as desigualdades em termos de capacidade de acesso". Os dados do acesso à consulta e cirurgia desmentem claramente este diagnóstico, demonstrando uma redução sustentada das listas e dos tempos de espera.

Insistem, de novo, na privatização. Nos hospitais "concessão ao sector privado e social de serviços parciais ou unidades pertencentes ao SNS". Não se explica porquê, nem como, nem para quê. Não são referidos os resultados de qualquer experiência anterior.

Uma ideia é particularmente bizarra. Nos Hospitais propõem contratualização com "independência face à capacidade instalada do Estado". O que significa isto? Deve ser de acordo com a capacidade instalada no privado? Está-se mesmo a ver que o que querem é transferir sacos de dinheiro para os hospitais privados.

O PS aceita a contratualização com o privado, mas depois de esgotada a capacidade instalada do sector público, como é evidente. É o que acontece com o SIGIC ou com o recente acordo com as Misericórdias.

5. Política do Medicamento

O PS propõe-se prosseguir a generalização da prescrição por denominação comum internacional (DCI), de forma a aumentar a proporção de genéricos (que passou de 4% em 2004 para 20% em 2010). Assume-se o desenvolvimento de iniciativas para melhorar a qualidade da prescrição, equlibrando os diferentes interesses em presença: cidadãos e profissionais, farmácias, indústria.

Neste domínio o programa do PSD, embora mais extenso, não é muito diverso, até porque está carregado de generalidades.

Trata-se da área mais detalhada no capítulo sobre saúde do acordo com a troika, onde a margem de manobra é menor. Mais de metade da redução de custos do SNS em 2012 e 2013 vai ser conseguida neste domínio, o que limita a "criatividade" das medidas que possam ser propostas.

Manuel Pizarro, in face book

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27 Comments:

Blogger António Assunção said...

Não concordo com a análise!
O PS não demonstrou a mínima noção do que é gerir recursos em saúde, criou as USF que em nada vieram resolver problemas, aumentando a despesa e descontentamento entre profissionais, pois, para se pertencer a uma USF e assim duplicar o ordenado (incentivos) é preciso ter amigos, amiguinhos, ser queridinho e cheirar bem... não há critério nem valorização do mérito profissional.
A negociação das carreiras foi vergonhosa e desconexa com a realidade, como exemplo estão os enfermeiros (tristes!!).
Relativamente ao curso de medicina, é graças ao PS que vai haver desemprego nos médicos, como acontece nos outros licenciados, reflexo da falta de planeamento na área do ens. superior.
Resumindo: está na altura de mudar.

5:53 da tarde  
Blogger Tavisto said...

Ana Jorge propõe Unidades de Saúde Familiar fora do serviço público

Para abrir as Unidades de Saúde Familiar, a ministra da Saúde anunciou que vai aplicar o modelo C previsto no decreto lei da reforma dos cuidados de saúde primários de 2009.
A ministra da Saúde afirmou que o Governo vai propor que associações de médicos, privados e misericórdias, entre outras entidades, possam abrir unidades de saúde familiares.
Em declarações à Lusa no Infarmed, em Lisboa, no final de um encontro de balanço sobre a reforma dos Cuidados de Saúde Primários, Ana Jorge afirmou: «Por opção, nunca tínhamos aberto a opção do modelo C» das unidades de saúde familiares, previstas no decreto de lei que cria a reforma dos cuidados de saúde primários.
«Neste momento está uma proposta a ser trabalhada, a possibilidade de ter unidades organizadas por cooperativas de médicos, associações, entidades privadas», referiu.
Ana Jorge indicou que o Governo, através das administrações regionais de saúde, «define onde poderá haver unidades modelo C, onde houver necessidades específicas».
Para os utentes, «o atendimento será exatamente igual», assegurou, mas a iniciativa poderá permitir «fixar cuidados de saúde primários em locais onde há muita dificuldade em colocar médicos de iniciativa pública e onde
A ministra defendeu que são precisas mais unidades de saúde familiar, que deveriam abranger «todos os agrupamentos de centros de saúde».
Ana Jorge argumentou que «a satisfação que os utentes têm manifestado», tal como a «satisfação profissional» dos médicos e técnicos são sinais que as unidades «são para se manter».
TSF - 12 MAI 11 às 23:44



Estará Manuel Pizarro em condições de desmentir esta notícia?

9:42 da tarde  
Blogger Clara said...

Porque será que PPC não fala do seu programa eleitoral nesta campanha. Nomeadamente do que o PSD tem planeado para a Saúde. Se o programa é tão bom, como dizem certos jornalistas, porque têm medo em debatê-lo os liberais de pacotilha?!...

11:29 da tarde  
Blogger saudepe said...

Os liberais de pacotilha furiosos entendem que Portugal não tem dinheiro para sustentar o SNS. E desta conclusão apressada propõem a sua liquidação pura e simples e a criação do "Plano Nacional de Benefícios" um pacote de cuidados mínimos para socorrer os portugueses pobres sem recursos para adquirirem seguros de saúde (ou para quando o plafond dos ditos se esgotar).
Para estes liberais desnaturados os negócios são mais importantes que os portugueses.
Se ganharem as próximas eleições Portugal estará de pantanas antes do final do ano.

10:22 da tarde  
Blogger Clara said...

Se os liberais de pacotilha ousarem tentar destruir o SNS, o povo irá para a rua. A violência será então inevitável.

10:33 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Pois é Clara. Não desespere.
Já houve um senhor (padre) que disse uma vez que se Cavaco Silva fosse PM emigrava. E esse senhor tem hoje uma grande reforma dos vários cargos que acumulou, mesmo depois de CS ser PM.
Certamente vai haver lugar para todos!

1:26 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Se eu soubesse trabalhar nestas coisas dos blogs como outros comentadores e o seu criador, enviaria um comentário com o titulo Liberais de Pacotilha sobem de novo e nele incluiria um gráfico lindo e a cores.

11:35 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Deixo uma pergunta neste blog para quem souber e quiser responder: o que significa a alteração das taxas moderadoras exigidas pela Tróika e aceites pelo Governo? Serão coisa diferente dos co-pagamentos?
Afinal quem anda a enganar quem?

11:38 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Quanto a Unidades de Saúde Familiar e para que conste aqui relato o que há dias verifiquei.
Numa USF (instalada num contentor, ainda que com boas condições) chegam doentes para consulta de urgência. Esperaram mais de 4 horas (só no fim das consultas programadas)até que começassem a ser chamados para as consultas.
Entretanto chega um amigo meu. Tinha consulta para as 14 horas mas, ao que me disse, foi aconselhado pela funcionária, a ir só por volta das 15 h e 30 minutos porque o médico chegava atrasado. Eram 17 h e 30 minutos quando o meu amigo foi chamado para a consulta. E no fim dizia-me: é sempre assim!
Devo dizer, no entanto, que verifiquei que outros médicos iniciaram o seu trabalho, mais ou menos, dentro do horário previsto.
Nem sempre é difícil mudar de hábitos...

11:47 da manhã  
Blogger Xico said...

O CHMT é um bom exemplo da gestão do SNS por este Governo e da criteriosa escolha de gestores para os hospitais públicos.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/88-medicos-com-subsidios-ilegais214023430

1:05 da tarde  
Blogger tambemquero said...

O grande debate do último fim de semana foi o número de ministros que o próximo governo terá. Passos Coelho disse que só queria dez. Acabava com o da Cultura, claro está (a cultura nunca deu muitos votos, apesar de ser a que menos gasta), porque é uma pasta transversal. Imaginamos que a saúde, ou a segurança interna, ou a educação não o serão. Passos sabe que menos ministros podem resultar em mais secratarias de Estado. Passos sabe que acabar com ministérios custa dinheiro e tempo em reestruturações e no próximo ano não teremos nem uma coisa nem outra. Mas a coisa era para encher o olho ao eleitor e tudo o resto são pormenores.

Alguém em Belém fez saber que não era boa ideia. Depois Cavaco esclareceu que, como é costume quando vêm recados de Belém, ele não teve nada a ver com isso. O CDS já disse que quer o Ministério da Agricultura. Que quer defender a agricultura. E se Portas acha que para defender um setor é preciso que haja o ministério correspondente, ficamos a saber que todos os ministérios que ele aceitar suprimir é porque acha que esse setor é dispensável para o País. O da Cultura, por exemplo.

Com tantos recados, Passos Coelho baralhou-se outra vez e fez o que melhor faz: desdisse o que disse. Ou, em passos-coelhês, esclareceu o que tinha dito. Pode ser que não sejam dez ministérios. Talvez um pouco mais. Se houver coligação, claro. Porque com uma coligação o País precisa de mais ministérios? Porque com uma coligação há áreas que deixam de ser transversais? É mais simples do que isso: porque com uma coligação há mais lugares para distribuir e Paulo Portas tem propostas muito claras a fazer ao País sobre o número de ministérios que quer para os seus. Vão lá eles perder tempo a debater os seus programas quando há, antes disso, tantos ou tão pouco ministérios para escolher.

O último fim de semana passou-se como se tem passado o resto da campanha: em vez de debaterem os problemas do País, PS, PSD e CDS discutem coisas lá deles. Em vez de pensar como salvam o País, preparam-se para repartir o pouco que sobra do bolo, que do programa sabe a troika estrangeira que decide o que esta troika nacional deve fazer.

Para cortar na segurança social, na saúde, na educação, nas prestações sociais não é preciso fazer grandes contas. Assina-se de cruz o que a troika mandar. O esforço matemático faz-se para saber dos lugares que há para cada um. Quem coliga com quem e quantos ministerios há para os que se coligarem, sendo certo que em todas as combinações estará um barrete de Paulo Portas. A soma seguida da divisão, é tudo o que interessa para quem não pensa muito na subtração que está a ser feita aos direitos e aos rendimentos dos portugueses. É que quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte

daniel oliveira

10:39 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Pias e ímpias

Pedro Passos Coelho recorreu ao aconselhamento politico de Dias Loureiro, noticiaram ha dias DN e CM, sem que tal fosse desmentido. Via ímpia e inquietante que logo deu para se agitar o espectro de o país poder ver um dos artifices da criminalidade BPN ungido na pia do Ministério das Finanças, passando Passos a PM.
É certo que o lider do PSD se acha capaz de milagres e até já pediu maioria absoluta para não ter de governar com "pau de cabeleira" à ilharga.
Bem faria, porém, em meditar na lixadela piamente vaticinada pelo Senhor seu Pai.
Começando por tratar de evitar que o pau seja de loureiro e a cabeleira loura, à la Deneuve, como a disfarçante de ímpia e insinuante careca.
Questão também de se por a pau com rabos-de-palha e alforrecas arrastados por quem se toma por impunível, superando-se sempre a afivelar as mais pias intenções.
É que nem o rosa complacente e acolchoado das ímpias Necessidades poderá minorar os estragos de impiedoso rebentamento fervilhando em submarinas profundezas.
Com tão ímpio lastro, muitas vias serão pias para finalmente se destrancarem as trancas postas à Justiça.
 bon entendeur...

ana gomes, causa nossa

10:41 da tarde  
Blogger Clara said...

Caro tonitosa

Dia 06 de Junho falamos.
Talvez, eu mesma, lhe post, aqui no saudesa, um belo gráfico a cores.

Mas o que o povo português está a precisar é de verdadeira luta. À séria. Por ideais sérios.
Os liberais de pacotilha vêm mesmo a calhar. Para animar a malta.
Ó tonitosa já imaginou quantos posts vão ferver aqui no saudesa sobre as kalinadas do amanuense relvas? E os desmentidos e carecas do primeiro PPC?!...

Tonitosa, vigie a tensão arterial. Vá ao médico. Ao seu médico de família. Cuide-se, que os anos não perdoam. Se o PSD ganhar vai ter direito às policlínicas.
O caro amigo Tonitosa, como ferveroso adepto dos liberais de pacotilha, sabe-me dizer o que isso é?
Vem no programa do ministro Catroga.

11:19 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

O Tonitosa ressuscitou com as sondagens!

Um boy é um boy.
E um boy que se preze não falha a chamada.
Há lugarzinhos laranja, prontinhos a partilhar.
Foram longos anos à míngua.
PPC, antes de perder o penteado ralo, a disfarçar a eminente careca, veio, finalmente, quebrar o enguiço. Quer dizer, os longos anos de jejum.

Caro Tonitosa, informe-nos para onde vai. Que Conselho de Administração Hospitalar vai partilhar. Que é para a malta aqui do Saudesa fazer uns posts. Sobre a qualidade da sua governação. Estou certo que o Tonitosa ainda não lhe perdeu o jeito.
Estamos sempre prontos a ajudar, a animar à festa.

11:42 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Clara,
Provavelmente dia 6 de Junho não falaremos. Um de nós vai precisar de repouso depois de ir ao médico. Qual de nós será?
Clara e Dr Feelgood
O tonitosa não ressuscitou com as sondagens. Sempre esteve vivo e bem vivo, mas achou que o silêncio é muitas vezes a melhor resposta.
O que acho ridículo (com o respeito que o Xavier me merece) é que o Saudesa seja usado por alguns "blogueres" para fazer política baixa a favor de uns e contra outros. E sobretudo quando o fazem de forma ofensiva. E não é de agora esta minha forma de pensar!
Deixem-me que faça mais uma pergunta: que dizem das críticas do BE aqueles que aqui, ao longo de anos, sempre aplaudiram as posições do deputado João Semedo?
Mais ainda, eu tenho boa memória e tenho bem presentes as críticas feitas a Ana Jorge ministra da Saúde. Será que agora os seus críticos estão na primeira fila onde Ana Jorge aparece para defender a política de saúde do governo e do PS?
E a terminar: que me dizem dos tais co-pagamentos e do acordo com a tróika? O assunto não interessa?
Não sei quem vai vencer no próximo Domingo, mas o que é verdade é que o comentário de 27 de Maio sobre sondagens, hoje me dá vontade de rir.

12:33 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Do comentário do Xico:
Vale a pena ler e é fácil e de borla

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/88-medicos-com-subsidios-ilegais214023430

12:39 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Em que ficamos, afinal?
Segundo o post acima, Manuel Pizarro disse: "O PS reafirma o seu compromisso com um SNS ... tendencialmente gratuito. O financiamento deve ser assegurado pelos impostos, que cada um paga de acordo com os seus rendimentos e não deve haver pagamento no momento da prestação".
Ora aqui está um princípio com que estou totalmente de acordo. Mantenho o que outrora escrevi neste "espaço" a propósito das taxas moderadoras (taxas de punição) alargadas pelo Governo (C. Campos)designadamente ao internamento.
Efectivamente ninguém escolhe estar doente e ser internado.
Mas há que ser ainda mais preciso: não deve haver pagamento no momento da prestação nem depois (a factura é geralmente enviada para casa). Pagamos impostos que, entre outras coisas, devem financiar os cuidados de saúde. E paga mais quem tem maiores rendimentos (sabendo-se que há e sempre houve fuga aos impostos).
Mas sendo como disse Pizarro, porque não acabou o (seu) governo com as taxas moderadoras? E como explica o PS o agravamento das mesmas taxas?
Um novo governo PS compromente-se a aplicar o que disse Manuel Pizarro?
Pois é, estamos efectivamente em período de campanha eleitoral. E o compromisso assinado com a tróika parece ir em sentido bem diferente.

7:39 da tarde  
Blogger xavier said...

Vintage PSD!

"Nogueira Leite considerou que Portugal será obrigado a renegociar dívida", segundo registos da TSF.
Passos Coelho apressou-se a corrigir o seu conselheiro económico, diz a imprensa.
Opps! Segurem-se! É a montanha russa PSD a dar um ar da sua graça!
Convem votar prudentemente. O vintage depressa nos amargará em zurrapa.

ana gomes, causa nossa

10:52 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Acho que Ana Gomes não é propriamente um bom exemplo de coerência na política.
E se o PS não ganhar as eleições, vai ser certamente das primeiras a "apedrejar" José Sócrates!
Quanto a Nogueira Leite, que diabo, o homem também tem direito a dar palpites. Esperemos que este seja errado! Mas em política, como se tem visto, "o que ontem era mentira hoje passou a ser verdade"

12:53 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Caro Xavier:

Existirá algum político neste País que não esteja consciente da necessidade de "reestruturar", "negociar", "ratear" a nossa dívida externa?
O problema não é esse! O problema é a Srº. Merkel não deixar (lá tem as suas razões).
Quer O PCP, quer o BE, "só" cometeram o pexcadilho de ter razão antes do tempo. O que em política é tragédia.

2:05 da tarde  
Blogger saudepe said...

Mas parece-me igualmente que a maior parte dos indecisos concordará com a ideia de que o PSD de Passos Coelho não é alternativa credível. link

Não é credível quem se rodeia de um punhado de neoliberais e outros alucinados, não é credível quem escolhe para futuro ministro das finanças alguém em permanente descontrolo emocional, não é credível quem diz uma coisa de manhã e o contrário à tarde, não é credível quem relança agora - por puro oportunismo político - a questão do aborto, e por aí adiante. É por isso que os descontentes com Sócrates - mesmo aqueles que se situam no centro-direita - têm enorme receio em relação a uma alternativa liderada por Passos Coelho.

Isto significa que os indecisos, de certa forma, já decidiram. Alguns poderão votar nos pequenos partidos (BE, PCP/CDU, CDS), se a sua liderança lhes inspirar maior confiança. Outros votarão nos micropartidos, eventualmente pela primeira vez. Existem micropartidos de causas para todos os gostos, desde os protectores dos animais e da natureza aos defensores intransigentes da regionalização. Estas eleições são também uma oportunidade para os indecisos abraçarem uma causa. Mas muitos outros votarão nulo, ou branco, ou então irão abster-se. Estes votos brancos e nulos, de protesto, assim como a abstenção, merecem ser tomados em conta porque também eles exprimem uma posição.

Em suma: o que caracteriza os indecisos nestas eleições é que eles sabem muito bem o que não querem, compreendem que Sócrates não merece manter o poder e que Passos Coelho não merece ocupá-lo. Ainda que possamos pensar - como é o meu caso - que só um bloco central teria o músculo político e social para evitar a bancarrota, temos também de convir que os indecisos têm, substancialmente, muita razão. Os indecisos têm as ideias mais claras do que os "decisos". Eles sabem que Sócrates governou mal e que Passos Coelho governará pior.

João Cardoso Rosas, DE 03.06.11

12:14 da manhã  
Blogger saudepe said...

O Tonitoa anda eufórico com a perspectiva dos liberais de pacotilha formarem governo.
O pior é se as contas saem furadas no próximo domingo.

12:17 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Eu não ando nada eufórico, Saudepe.
Nem eufórico nem preocupado. Assim como assim vamos continuar a levar na cabeça!
E como não ocupo lugar reservado a boys, também não tenho o meu lugar em perigo. Ao contrário de outros que aqui estão fartos de "acenar" com as suas bandeiras!
Mais do que fazer insinuações gostava de o ver (e a outros) contestar coerentemente o que tenho escrito. Não me diga, por exemplo, que está satisfeito com os cortes salariais na função pública! Não me diga que bate palmas aos novos cortes que a tróika impõe e o governo acordou!
O resto é mera propaganda partidária em tempo de eleições.

1:04 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

A grande questão que atravessará o PS pós-Sócrates será a de saber se permanecerá amarrado à troika, ao PSD e ao CDS, se tentará arrepiar caminho e encontrar pontes com a esquerda na oposição ou se toda essa tensão interna provocará (ou não) um realinhamento de alguns sectores na sua orla. À direita e à esquerda. Aceitam-se apostas.

Miguel Cardina

11:27 da manhã  
Blogger saudepe said...

Caro Tonitosa,

Como não podia deixar de ser andamos todos muito preocupados com o que vai acontecer ao nosso país. Não só por causa das medidas impostas pela troika como pela anunciada vitória dos liberais de pacotilha empenhados como estão, apesar da sua inexperiência e ignorâncis, em resolver a crise através de experiências sociais perigosas que servirão apenas para enriquecer ainda mais os seus amigos de sempre como Dias Loureiro.

A propósito:
«José Reis, à saída do encontro de subscritores do manifesto pelo emprego e pela coesão, com Cavaco Silva, há cerca de duas semanas atrás: «Há alguns vieses muito graves neste memorando. Um deles é o de que nós tornamos a economia competitiva se alterarmos as leis laborais e se diminuirmos os custos salariais. Numa sociedade como a portuguesa isso é errado e perigoso. Vai enfraquecer as pessoas, vai criar crise social e não vai capacitar a economia. Porque uma economia ou uma empresa competitiva não é a que paga o salário mínimo, ou não é a que degrada as condições de trabalho dos seus trabalhadores. É aquela que cria capacidade competitiva, que envolve esses trabalhadores e que redistribui rendimento.» link

11:23 da tarde  
Blogger saudepe said...

Já reflectiram tudo?
Pois bem, daqui a umas horas não deixem de ir votar. E votem certo. Tudo menos nos liberais de pacotilha (paulinho dos submarinos incluído).
A bem do nosso Portugal!

11:25 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

A caminho da asfixia democrática

A meio dia da grande votação regista-se forte afluência às urnas na cidade do Porto link

Talvez em resultado dos fortes apelos de cavaco silva (sempre imparcial e oportuno) e de PPC (sempre interessado).
Manuela Ferreira Leite, a feia senhora, ao que consta, terá passado a noite em vigilia a rezar à senhora de fátima para que sócrates, o demónio nacional, seja irradiado de vez da política. Desconhece-se se as suas preces incluiram também o regresso de Dias Loreiro (esse injustiçado cavaquista).

Ou poder-se-à dar o caso de a forte afluência às urnas resultar dos apelos de Jorge Nuno Pinto da Costa à votação no PS . E neste caso a situação muda de figura (não esquecer que este ano o FCP ganhou tudo o que havia para ganhar) com o demo a vestir de laranja.

1:36 da tarde  

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