Manuel Antunes
art work rui cardoso
Chapeau” ao Professor Manuel Antunes pela coragem de dizer no local onde disse e pela forma como o fez. Uma figura da área do PSD que os liberais de pacotilha deveriam ouvir. Ora aqui está uma das personalidades que nunca será Ministro da Saúde em Portugal…
…
Responsável dos HUC defende fim da "promiscuidade" entre público e privado link
«O cirurgião e professor universitário Manuel Antunes defendeu esta sexta-feira o fim “da promiscuidade” entre os sectores público e privado na Saúde, e a redução progressiva do pessoal, em especial de médicos, avança a agência Lusa.
“Nunca será possível resolver o problema da falta de produtividade e da qualidade de atendimento dos hospitais quando cada um dos sectores não for individualizado e profissionalizado”, afirmou, ao participar, em Coimbra, no X Congresso Nacional das Misericórdias Portuguesas.
Manuel Antunes, igualmente director de serviço nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), salientou que actualmente três quartos dos médicos estão no sector público e a maioria destes também no privado.
“Não é lógico nem aceitável que os mesmos agentes controlem a prestação no sector público e no sector privado num sistema em que a oferta gera a procura e não ao contrário, como no resto do mercado”, referiu.
Sendo um dos problemas do SNS o seu elevado orçamento, Manuel Antunes defende um aumento do uso de medicamentos genéricos, dos actuais 20 por cento para “pelo menos 50 por cento”, e a “redução progressiva do pessoal”.
“O Estado não pode continuar a garantir emprego aos profissionais de saúde, especialmente aos médicos”, frisou, lembrando que os custos com pessoal representam metade do orçamento da Saúde.
O médico defende ainda que os médicos devem estar no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em dedicação exclusiva, considerando ainda que “o actual sistema de convenções fere o princípio do mercado, em que a qualidade gera a procura, porque os mesmos agentes controlam simultaneamente a oferta e a procura”.
“Aos agentes do Estado não deve ser permitido o acesso a convenções ou a qualquer forma de prestação de serviços ao sector público enquanto participantes do sector privado”, acentuou.
Esta separação de sectores – acrescentou - poderá ajudar a resolver também um dos problemas crónicos do SNS, que é as listas de espera, aumentando o tempo de utilização dos blocos operatórios e as consultas externas.
“Actualmente é quase impossível gerir o Serviço nacional de saúde numa perspectiva de eficiência - eu tenho muita pena do ministro que por aí vem porque na situação actual vai tornar-se mesmo impossível - além do mais o sistema assenta num quadro legislativo incoerente, ambíguo, cheio de remendos e é extremamente despesista, burocrático, lento e ineficiente”, observou.
Na sua perspectiva, “interesses corporativos, tanto internos como externos, e a própria inércia do sistema, têm impedido a implementação de reformas cada vez mais desesperadamente urgentes”.
“A questão essencial a que é necessário urgentemente responder é se devemos viabilizar o SNS, ou encontrar alternativas, e neste caso se estamos preparados para isso”, sublinhou.
Manuel Antunes defende que “nas actuais circunstâncias de desenvolvimento sócio económico do país o SNS deverá manter-se como a pedra angular da sistema de saúde”.
Recorda que em países em que sector privado se tornou preponderante, e o sistema público deixou de ser universal, como os EUA ou o Brasil, são os socialmente menos privilegiados que têm maiores dificuldades de acesso aos cuidados de saúde.
O X Congresso Nacional das Misericórdias Portuguesas, que começou quinta-feira em Coimbra, encerra ao final da tarde de sábado em Arganil.»
Olinda
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Responsável dos HUC defende fim da "promiscuidade" entre público e privado link
«O cirurgião e professor universitário Manuel Antunes defendeu esta sexta-feira o fim “da promiscuidade” entre os sectores público e privado na Saúde, e a redução progressiva do pessoal, em especial de médicos, avança a agência Lusa.
“Nunca será possível resolver o problema da falta de produtividade e da qualidade de atendimento dos hospitais quando cada um dos sectores não for individualizado e profissionalizado”, afirmou, ao participar, em Coimbra, no X Congresso Nacional das Misericórdias Portuguesas.
Manuel Antunes, igualmente director de serviço nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), salientou que actualmente três quartos dos médicos estão no sector público e a maioria destes também no privado.
“Não é lógico nem aceitável que os mesmos agentes controlem a prestação no sector público e no sector privado num sistema em que a oferta gera a procura e não ao contrário, como no resto do mercado”, referiu.
Sendo um dos problemas do SNS o seu elevado orçamento, Manuel Antunes defende um aumento do uso de medicamentos genéricos, dos actuais 20 por cento para “pelo menos 50 por cento”, e a “redução progressiva do pessoal”.
“O Estado não pode continuar a garantir emprego aos profissionais de saúde, especialmente aos médicos”, frisou, lembrando que os custos com pessoal representam metade do orçamento da Saúde.
O médico defende ainda que os médicos devem estar no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em dedicação exclusiva, considerando ainda que “o actual sistema de convenções fere o princípio do mercado, em que a qualidade gera a procura, porque os mesmos agentes controlam simultaneamente a oferta e a procura”.
“Aos agentes do Estado não deve ser permitido o acesso a convenções ou a qualquer forma de prestação de serviços ao sector público enquanto participantes do sector privado”, acentuou.
Esta separação de sectores – acrescentou - poderá ajudar a resolver também um dos problemas crónicos do SNS, que é as listas de espera, aumentando o tempo de utilização dos blocos operatórios e as consultas externas.
“Actualmente é quase impossível gerir o Serviço nacional de saúde numa perspectiva de eficiência - eu tenho muita pena do ministro que por aí vem porque na situação actual vai tornar-se mesmo impossível - além do mais o sistema assenta num quadro legislativo incoerente, ambíguo, cheio de remendos e é extremamente despesista, burocrático, lento e ineficiente”, observou.
Na sua perspectiva, “interesses corporativos, tanto internos como externos, e a própria inércia do sistema, têm impedido a implementação de reformas cada vez mais desesperadamente urgentes”.
“A questão essencial a que é necessário urgentemente responder é se devemos viabilizar o SNS, ou encontrar alternativas, e neste caso se estamos preparados para isso”, sublinhou.
Manuel Antunes defende que “nas actuais circunstâncias de desenvolvimento sócio económico do país o SNS deverá manter-se como a pedra angular da sistema de saúde”.
Recorda que em países em que sector privado se tornou preponderante, e o sistema público deixou de ser universal, como os EUA ou o Brasil, são os socialmente menos privilegiados que têm maiores dificuldades de acesso aos cuidados de saúde.
O X Congresso Nacional das Misericórdias Portuguesas, que começou quinta-feira em Coimbra, encerra ao final da tarde de sábado em Arganil.»
Olinda
Etiquetas: s.n.s
1 Comments:
A "separação de águas", abordada pelo Prof. Manuel Antunes, é uma questão crónica, recorrente, relativa aos recursos humanos, no SNS. Porém, não é um problema exclusivo da área médica, i. e., interessa a todos os sectores profissionais, nem sequer uma situação impar em múltiplos sectores da sociedade (vide incompatibilidades dos deputados, p. exº.).
Há várias vertentes (éticas, produtivas, qualitativas, formativas, etc.) na interpenetração e/ou acumulação de actividades públicas e privadas.
Mas existe também um outro aspecto que não pode ser escamoteado. A vertente retributiva. E que o Prof. Manuel Antunes passa sistematicamente ao lado. Porque será?
Valha-nos o facto do Prof. Manuel Antunes afirmar: "nas actuais circunstâncias de desenvolvimento sócio económico do país o SNS deverá manter-se como a pedra angular da sistema de saúde".
Só que a sua concepção de SNS poderá não ser exactamente a constitucional...
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