sexta-feira, junho 10

O próximo secretário da Saúde

Política de Saúde liberal pacotilha: Tudo se resumirá ao novo plano estratégico de financiamento do sistema.
Para o Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde (?) a recém eleita coligação deve escolher um profissional multifacetado. Uma daquelas personalidades ambíguas com muito traquejo de sector público e alguma experiência de privado (ou vive-versa, pouco importa pró caso). Habituada, como se diz, a andar lá e cá.

Segundo o programa do PSD, o plano estratégico de intervenção da Saúde assentará na actual estrutura do MS com as alterações estritamente necessárias de molde a "entrar" ao serviço da nova política de saúde liberal pacotilha.
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Neste plano, está previsto a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) desempenhar um papel fulcral como entidade dinamizadora do novo sistema, repartindo verbas dos nossos impostos, como até aqui, mas agora, de forma harmoniosa (aqui está o avanço ideológico) entre hospitais públicos e privados, apostados em disputar em livre concorrência os contratos do ACSS.

Os hospitais dos ESS, Mellos e Teófilo Leite, vão, finalmente, ter acesso, em pé de igualdade, ao dinheirinho dos nossos impostos. A bem do "value for money in healthcare", versão nacional pacotilha. Abandonada, assim, a posição de parceiro complementar, o privado passará a partilhar a primeira linha do sistema. Transformação estrutural que o professor Martelo certamente defenderá, nas suas crónicas rascas, ver inscrita na Constituição da República.

Neste novo reino de sã e livre concorrência, superiormente regido pela ACSS, podemos antever o futuro risonho de muitos dos nossos queridos hospitais públicos. Espartilhados entre vários planos de emagrecimento, depois de um processo mais ou menos rápido de deterioração das condições de funcionamento, finalmente, a providencial decisão de encerramento piedoso. Mais digno nuns que noutros.

Nota: Política de Saúde Liberal Pacotilha - Referência musical deste post (rock português) : link

drfeelgood

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1 Comments:

Blogger e-pá! said...

A questão premente é apostar se este "novo" Ministério (...a designação pode ficar em suspenso) será atribuido ao PSD, ao CDS ou a um(a) "independente".

- A julgar pelo decorrer da campanha eleitoral aposto no CDS.
No final da execução do memorando da troika, do SNS restarão (ainda) algumas unidades de cuidados paliativos...
Na verdade, trata-se de cuidados que bem vamos precisar!

9:27 da tarde  

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