quarta-feira, junho 15

Relatório OPSS 2011, gera polémica pelas piores razões

A Administração Regional de Saúde (ARS) e os responsáveis pelos hospitais do Norte acabam de contestar de forma veemente os números sobre tempos de espera para consultas e cirurgias divulgados pelo Observatório Português dos Sistemas de Saúde. link
Os dados estão “errados e constituem uma distorção grosseira da realidade”, defendeu, em conferência de imprensa, o presidente da ARS do Norte, Fernando Araújo, para quem a não tentativa de validação ou de contraditório pode traduzir até “incompetência ou má-fé”.

Já o Presidente do Hospital de São João (Porto) admitiu mesmo a hipótese de avançar com uma acção judicial contra o Observatório, depois de analisado o relatório. É que, ao contrário do que vinha noticiado na comunicação social - que aludia a tempos de espera média de 1030 dias por uma consulta de gastrenterologia no ano passado nesta unidade de saúde -, a mediana de espera (casos mais frequentes) é de 90 dias e nenhum doente aguarda mais de um ano por uma consulta nesta especialidade, garante a ARS.
Também no Hospital de Santo António, a demora média por uma cirurgia de urologia é de 2,2 meses, bem longe dos 1218 dias referidos. A disparidade com a realidade “é confrangedora”, sublinha Fernando Araújo, que lembra que, no relatório apresentado em Março deste ano pelo Ministério da Saúde, a região Norte era a que apresentava menores tempos de espera para cirurgia no país, logo a seguir ao Algarve. “A disponibilização destes dados [do Observatório], de forma parcial e distorcida, contribui para um ambiente injustificado de ansiedade para os cidadãos, desmotiva os profissionais e descredibiliza as instituições”, lamenta.
JP 16.11.11

O OPSS acaba de publicar o relatório da primavera 2011 e, de imediato, vê serem contestados os resultados de forma veemente. Face à disparidade dos números é caso para perguntar: quem fala verdade? Se há mentira nos dados, quem é responsável e com que intenção o fez? Ou será que dentro do MS há números para todos os gostos?
link
Vivemos um momento político crítico, com a nomeação de novo governo e novas clientelas sedentas de cargos políticos e de lugares na administração pública. Convinha pois que houvesse o máximo rigor nos números apresentados, caso contrário poder-se-á estar a dar pretexto para fazer rolar cabeças não merecedoras de decapitação.

Tavisto

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4 Comments:

Blogger e-pá! said...

As cabeças vão rolar de qualquer maneira... E não rolarão por causa do relatório da OPSS.
A causa é outra (no fundo a mesma): a cíclica "dança" de nomeações decorrente da alternância política.
Nem a troika - que apelou para a profissionalização da gestão nas unidades de saúde - os salva. Outros valores mais altos se alevantam...
Como dizia um ex-PM: é a vida!

2:59 da tarde  
Blogger e-pá! said...

As cabeças vão rolar de qualquer maneira... E não rolarão por causa do relatório da OPSS.
A causa é outra (no fundo a mesma): a cíclica "dança" de nomeações decorrente da alternância política.
Nem a troika - que apelou para a profissionalização da gestão nas unidades de saúde - os salva. Outros valores mais altos se alevantam...
Como dizia um ex-PM: é a vida!

2:59 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Exactamente assim aconteceu, nomeadamente em 1996. Foi então que surgiu a famosa expessão "os boys". Recordam-se?

1:20 da manhã  
Blogger CD said...

Os dados apresentados foram dados pela tutela (ACSS), obtidos através de um Sistema de Informação maravilhoso chamado ALERT P1, que custou +- 7 Milhoes de Euros. Que este episódio sirva decididamente para garantir a coerencia entre o P1 e os Sonhos dos Hospitais....

12:43 da tarde  

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