domingo, agosto 14

HH, Sr. Ministro pague o que deve

Os hospitais revelaram estar à beira da falência e o ministro da Saúde culpa-os por gastarem de mais. É verdade? link

É sempre possível poupar, mas é preciso reter que os hospitais são pagos através de contratos-programa — esses, sim, têm de ser mais efetivos.

Se há um acerto entre o que um pode pagar e o que outro pode oferecer, não deveria faltar dinheiro aos hospitais.

Esse é o princípio, mas o que tem sido referido pelos hospitais é que grande parte das suas dívidas corresponde ao que ainda não conseguiram receber.

Se o ministério pagasse o que deve os hospitais não estariam nesta situação?

Não só o Ministério da Saúde. Os hospitais públicos também trabalham com a ADSE, outros subsistemas e seguros. Mas em vez de ‘atirarmos pedras’ é importante olhar para o que os hospitais fazem. Sendo instituições de alta tecnologia e com consumos elevados, há sempre possibilidade de eficiências, que têm de ser ganhas através de uma contratualização interna efetiva.
...
Esta crise pode ser o ‘empurrão’ que faltava para passar o SNS para a gestão privada?

Não está demonstrado em sítio nenhum que a gestão privada é melhor do que a pública. Os privados não fariam melhor.

ana escoval, entrevista, semanário expresso, 13.08.11

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6 Comments:

Blogger e-pá! said...

..."Não está demonstrado em sítio nenhum que a gestão privada é melhor do que a pública..."
- Ana Escoval, Expresso, 13.08.2011

Só que não podemos desprezar a possibilidade do Governo Passos Coelho querer (mais uma vez) "surpreender"...
Sendo assim, dispensará demonstrações!

1:53 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

Será que vamos ter a Ana Escoval na coordenação do programa de contratualização dos hospitais de 2012 ?
Integrando unidades do sector público e unidades do sector privado.

10:27 da manhã  
Blogger Saturnino said...

Águas turvas

Nunca como hoje as águas se separaram tanto e de forma tão clara. A actual maioria acolhe no seu ADN o mais feroz impulso destruidor dos “velhos” princípios da universalidade, da cobertura geral e da gratuitidade tendencial no ponto de acesso.
Nunca como hoje foram tão nítidas as diferenças doutrinárias, ideológicas e políticas entre aqueles que defendem um modelo, integrado e justo, promotor da coesão social e do desenvolvimento humano e aqueles que propugnam por uma visão assistencialista para os pobres e de base “negocista” para as classes de maior rendimento.
Independentemente das “proclamações” retóricas vale a pena estar atento, nos próximos meses, ao percurso dos “peixes de águas turvas”…

12:21 da tarde  
Blogger Clara said...

De que vale aperfeiçoar, aprofundar o sistema de contratualização se depois o Estado é o primeiro a não cumprir o dever de pagar a tempo e horas a produção contratualizada.

2:02 da tarde  
Blogger e-pá! said...

No ano passado o MS vendeu - só em Lisboa - 4 hospitais (Santa Marta, São José, Capuchos e Miguel Bombarda) ...

Penso que a actual crise de tesouraria do Ministério poderá desencadear uma outra "tranche" de vendas. Digo, de saldos...
Depois, é só pagar as rendas...

É que enquanto o pau vai e vem folgam as costas. Porque a "porrada" no SNS já começou!

4:08 da tarde  
Blogger Saturnino said...

Buffett: "Parem de mimar os super-ricos"
New York Times, DE, Alberto Teixeira

"Eu e os meus amigos temos sido mimados por tempo suficiente por um congresso amigo dos multimilionários", escreveu Buffett.

Warren Buffett defendeu hoje uma subida dos impostos para os mais ricos, criticando a desigualdade na "partilha de sacrifícios".

Num artigo de opinião no New York Times, o multimilionário norte-americano Warren Buffett criticou a classe política do país por considerar que a partilha de sacrifícios pedido à população tem sido profundamente injusta com as classes mais pobres.

"Os nossos líderes têm pedido que partilhemos os sacrifícios. No entanto, quando fizeram esse pedido, esqueceram-se de mim. Verifiquei com os meus amigos milionários para saber que sacrifícios lhes foram pedidos, mas também eles ficaram intactos", começa por escrever o Oráculo de Omaha, no artigo "Parem de mimar os super-ricos".

Buffett deu mesmo o exemplo dos seus rendimentos. "No último ano, a minha conta fiscal - o imposto sobre rendimentos que paguei, tal como os impostos sobre salários pagos por mim e em meu nome - era de 6.938.744 dólares. Parece ser muito dinheiro, mas apenas foi 17,4% dos meus rendimentos tributáveis - e, na verdade, é uma percentagem menor do que foi paga por qualquer uma das outras 20 pessoas do meu escritório. As suas taxas de impostos estavam entre 33% e 41%", revelou.

Nesse sentido, o célebre investidor diz que "é bom ter amigos em lugares altos" em Washington: "Dão-nos estas e outras bênçãos por se sentirem compelidos a proteger-nos, como se fossemos uma espécie em vias extinção."

"Enquanto as classes baixa e média lutam por nós no Afeganistão, e enquanto a maioria dos americanos luta para fazer face às despesas, nós, os mega ricos, continuamos a ter isenções fiscais extraordinárias", confessou.

Buffett termina então o seu artigo considerando que ele e os seus amigos têm sido "mimados por tempo suficiente por um congresso que é amigo dos multimilionários". "Agora é hora do governo levar a sério a partilha dos sacrifícios", pediu

10:15 da tarde  

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