Manuel Teixeira repetiu a rábula da má despesa e da necessidade de cortar nas gorduras, 800 milhões de euros, sem comprometer a qualidade e o acesso e que a única saída para esta crise é reduzir na despesa.
Gostei de ver a eng.ª Isabel Vaz reconheceu que não é possível comparar a gestão dos hospitais públicos/hospitais privadas com lógicas de financiamento e funcionamento distintos. Na segunda parte da sua intervenção a eng.ª sacou da sua veia varina para defender o muito que há a fazer em prol da eficiência. Interessante que Isabel Vaz nunca tenha conseguido nas suas intervenções ir além da abordagem micro da gestão hospitalar em contraste com Adalberto que focou o enviesamento da abordagem actual do nosso sistema de saúde eminentemente económica em detrimento do enfoque político dum sistema que gasta menos da média dos países da EU.
Nota: Manuel Teixeira - fraquinho. Isabel Vaz - já a imaginaram como ministra da saúde? Gestora hospitalar? Parece antes uma governanta hospitalar.
Entrevista entre um actual Secretário de Estado e dois putativos Ministros…
De facto tive oportunidade de assistir à referida entrevista. E, nessa entrevista, foi notória a insistência da Engª. Isabel Vaz em afirmar-se (repetidamente) como gestora hospitalar. Pensava que a Engenheira era a presidente da comissão executiva da Espírito Santo Saúde, logo, a estratega numa específica área de negócio do grupo Espírito Santo. Quando se pretende transpor a lógica de áreas de negócio para o campo das prestações sociais públicas pairam sempre no ar inúmeras confusões. De resto, entreteve-se a monitorizar (enfatizar) “expedientes de eficiência” muito concordantes com um conhecimento da gestão hospitalar “bebido” em simpósios e brainstormings, e mesmo para isso, necessitou de socorre-se de guião.
De resto, Adalberto Campos Fernandes foi “contundente” no desmontar de efabulações acerca da sustentabilidade do SNS (e da necessidade de cortes acrescidos - para além dos prescritos pela “troika”*) expendidas num frouxo “prefácio” do S E Manuel Teixeira, na verdade, pouco ou nada audível. Aliás, o SE pareceu estar, praticamente, afónico. Afónico ou desmoralizado – a escolha é difícil.
[*] – cortes cegos e brutais mas com garantia de manutenção da qualidade. O “milagre das rosas” da equipa Paulo Macedo.
À medida que Arnaut falava, fui passando em revista o diagnóstico do sector, feito por Paulo Macedo... e por gente tão diversa como Correia de Campos (ex-ministro), Adalberto Campos Fernandes (ex-presidente de Santa Maria) e Isabel Vaz (presidente da ES Saúde). "Surprise, surprise": não é que o diagnóstico coincide em... pelo menos 80%?
Há certos ex-perts, comentadores de serviço da nossa praça que se transformaram em verdadeiros vendedores de sabonetes.
Recomendamos ao Sr. Camilo Lourenço o visionamento deste video para se certificar quão distintas são as posições de Adalberto e da inginheira Isabel Vaz na abordagem e no diagnóstico sobre os problemas do SNS.
Também tive oportunidade de assistir ao debate e subscrevo as observações de Clara relativamente à prestação da Eng. Isabel Vaz: - Uma primeira intervenção que me surpreendeu pela positiva, ao colocar no devido lugar o sector público, âmbito universal, do privado, âmbito restrito, na prestação de cuidados de saúde. - Uma segunda intervenção “nervosenta” e irritadiça, tendo como preocupação máxima contraditar Adalberto Campos Fernandes, colando-se á política de cortes alargados no SNS, para além das exigências da troika, do actual Governo. Notou-se também a colagem ao poder nos insistentes acenos de cabeça com que foi pautando as anémicas intervenções do disfónico Manuel Teixeira. Não nos deixemos porém iludir quanto às reais intenções de Isabel Vaz e dos grupos económicos no sector da saúde. Eles estão no terreno da cobertura pública através das generosas PPP à portuguesa. Convém pois ir deixando um aviso à governação que custos de doentes privados e públicos são coisas distintas. Quanto mais não seja porque os primeiros, acabado o plafond do seguro, podem ser devolvidos ao hospital público. Os demais têm de ser suportados não havendo retaguarda possível. A não ser que se viciem as regras do jogo, como vem insistentemente fazendo a gestão privada do Hospital de Braga.
Concordo com o Adalberto quando refere que o actual debate da Saúde está inquinado pelo síndroma da asfixia finançeira. ACF ,salientou, muito bem, os três pontos chave da dicussão sobre a eficiência do nosso sistema de saúde: Desperdicio, qualidade da gestão e o sub-financiamento.
Manuel Teixeira parece acreditar piamente na possibilidade de cortar 800 milhões de gorduras sem ir ao osso. Ou seja, sem prejuízo da qualidade e do acesso. Pura demagogia.
Sobre a qualidade da gestão, Adalberto referiu, a propósito, a falta de qualidade do processo de contratualização da responsabilidade de Manuel Teixeira, que pareceu sempre pouco à vontade no debate.
O sub-financiamento é outro dos problemas graves do nosso SNS. ACF reclamou o estatuto de sector prioritário para a Saúde dado o seu elevado valor social intrinseco. O Governo terá sido mais papista que o papa ao impôr uma poupança para o sector de 800 milhões no lugar dos 500 milhões impostos pela Troika
A terminar a defesa dos trabalhadores da saúde em relação aos quais os liberais de pacotinha parecem empenhados em criar junto da população o anátema de maus da fita, ineficientes e gastadores.
Se é verdade que a inginheira defensora incontornável das políticas austeritárias de poupança e corte profundo das gorduras inexistentes primou por uma análise tipo dona de casa com muitos “turn-over” e outros calões à mistura (pelos vistos só agora com a programação do hospital de Loures é que descobriu o segredo da rentabilidade dos BO), demonstrou claramente não estar à altura do cargo que PPC pretendeu atribuir-lhe, já ACF foi claro e eficaz na sua exposição sobre as maleitas do SNS e na desmontagem das ficções em que os liberais de pacotilha são férteis para justificar a razia que pretendem levar a cabo no nosso sistema de saúde. Apreciação final: Manuel Teixeira e Isabel Vaz nem para porteiros do meu hospital. Quanto ao representante da Apifarma, não faz claramente parte deste campeonato.
Manuel Teixeira com uma prestação desastrosa. As criticas certeiras do Adalberto ao programa de contratualização ajudaram a afundar ainda mais o ex-presidente do IGIF.
6 Comments:
Manuel Teixeira repetiu a rábula da má despesa e da necessidade de cortar nas gorduras, 800 milhões de euros, sem comprometer a qualidade e o acesso e que a única saída para esta crise é reduzir na despesa.
Gostei de ver a eng.ª Isabel Vaz reconheceu que não é possível comparar a gestão dos hospitais públicos/hospitais privadas com lógicas de financiamento e funcionamento distintos.
Na segunda parte da sua intervenção a eng.ª sacou da sua veia varina para defender o muito que há a fazer em prol da eficiência.
Interessante que Isabel Vaz nunca tenha conseguido nas suas intervenções ir além da abordagem micro da gestão hospitalar em contraste com Adalberto que focou o enviesamento da abordagem actual do nosso sistema de saúde eminentemente económica em detrimento do enfoque político dum sistema que gasta menos da média dos países da EU.
Nota: Manuel Teixeira - fraquinho.
Isabel Vaz - já a imaginaram como ministra da saúde?
Gestora hospitalar? Parece antes uma governanta hospitalar.
Entrevista entre um actual Secretário de Estado e dois putativos Ministros…
De facto tive oportunidade de assistir à referida entrevista.
E, nessa entrevista, foi notória a insistência da Engª. Isabel Vaz em afirmar-se (repetidamente) como gestora hospitalar.
Pensava que a Engenheira era a presidente da comissão executiva da Espírito Santo Saúde, logo, a estratega numa específica área de negócio do grupo Espírito Santo.
Quando se pretende transpor a lógica de áreas de negócio para o campo das prestações sociais públicas pairam sempre no ar inúmeras confusões. De resto, entreteve-se a monitorizar (enfatizar) “expedientes de eficiência” muito concordantes com um conhecimento da gestão hospitalar “bebido” em simpósios e brainstormings, e mesmo para isso, necessitou de socorre-se de guião.
De resto, Adalberto Campos Fernandes foi “contundente” no desmontar de efabulações acerca da sustentabilidade do SNS (e da necessidade de cortes acrescidos - para além dos prescritos pela “troika”*) expendidas num frouxo “prefácio” do S E Manuel Teixeira, na verdade, pouco ou nada audível. Aliás, o SE pareceu estar, praticamente, afónico.
Afónico ou desmoralizado – a escolha é difícil.
[*] – cortes cegos e brutais mas com garantia de manutenção da qualidade. O “milagre das rosas” da equipa Paulo Macedo.
À medida que Arnaut falava, fui passando em revista o diagnóstico do sector, feito por Paulo Macedo... e por gente tão diversa como Correia de Campos (ex-ministro), Adalberto Campos Fernandes (ex-presidente de Santa Maria) e Isabel Vaz (presidente da ES Saúde). "Surprise, surprise": não é que o diagnóstico coincide em... pelo menos 80%?
Camilo Lourenço, JN 23.09.11link
Há certos ex-perts, comentadores de serviço da nossa praça que se transformaram em verdadeiros vendedores de sabonetes.
Recomendamos ao Sr. Camilo Lourenço o visionamento deste video para se certificar quão distintas são as posições de Adalberto e da inginheira Isabel Vaz na abordagem e no diagnóstico sobre os problemas do SNS.
Também tive oportunidade de assistir ao debate e subscrevo as observações de Clara relativamente à prestação da Eng. Isabel Vaz:
- Uma primeira intervenção que me surpreendeu pela positiva, ao colocar no devido lugar o sector público, âmbito universal, do privado, âmbito restrito, na prestação de cuidados de saúde.
- Uma segunda intervenção “nervosenta” e irritadiça, tendo como preocupação máxima contraditar Adalberto Campos Fernandes, colando-se á política de cortes alargados no SNS, para além das exigências da troika, do actual Governo. Notou-se também a colagem ao poder nos insistentes acenos de cabeça com que foi pautando as anémicas intervenções do disfónico Manuel Teixeira.
Não nos deixemos porém iludir quanto às reais intenções de Isabel Vaz e dos grupos económicos no sector da saúde. Eles estão no terreno da cobertura pública através das generosas PPP à portuguesa. Convém pois ir deixando um aviso à governação que custos de doentes privados e públicos são coisas distintas. Quanto mais não seja porque os primeiros, acabado o plafond do seguro, podem ser devolvidos ao hospital público. Os demais têm de ser suportados não havendo retaguarda possível. A não ser que se viciem as regras do jogo, como vem insistentemente fazendo a gestão privada do Hospital de Braga.
Concordo com o Adalberto quando refere que o actual debate da Saúde está inquinado pelo síndroma da asfixia finançeira.
ACF ,salientou, muito bem, os três pontos chave da dicussão sobre a eficiência do nosso sistema de saúde: Desperdicio, qualidade da gestão e o sub-financiamento.
Manuel Teixeira parece acreditar piamente na possibilidade de cortar 800 milhões de gorduras sem ir ao osso. Ou seja, sem prejuízo da qualidade e do acesso. Pura demagogia.
Sobre a qualidade da gestão, Adalberto referiu, a propósito, a falta de qualidade do processo de contratualização da responsabilidade de Manuel Teixeira, que pareceu sempre pouco à vontade no debate.
O sub-financiamento é outro dos problemas graves do nosso SNS. ACF reclamou o estatuto de sector prioritário para a Saúde dado o seu elevado valor social intrinseco.
O Governo terá sido mais papista que o papa ao impôr uma poupança para o sector de 800 milhões no lugar dos 500 milhões impostos pela Troika
A terminar a defesa dos trabalhadores da saúde em relação aos quais os liberais de pacotinha parecem empenhados em criar junto da população o anátema de maus da fita, ineficientes e gastadores.
Se é verdade que a inginheira defensora incontornável das políticas austeritárias de poupança e corte profundo das gorduras inexistentes primou por uma análise tipo dona de casa com muitos “turn-over” e outros calões à mistura (pelos vistos só agora com a programação do hospital de Loures é que descobriu o segredo da rentabilidade dos BO), demonstrou claramente não estar à altura do cargo que PPC pretendeu atribuir-lhe, já ACF foi claro e eficaz na sua exposição sobre as maleitas do SNS e na desmontagem das ficções em que os liberais de pacotilha são férteis para justificar a razia que pretendem levar a cabo no nosso sistema de saúde.
Apreciação final: Manuel Teixeira e Isabel Vaz nem para porteiros do meu hospital. Quanto ao representante da Apifarma, não faz claramente parte deste campeonato.
Manuel Teixeira com uma prestação desastrosa.
As criticas certeiras do Adalberto ao programa de contratualização ajudaram a afundar ainda mais o ex-presidente do IGIF.
Enviar um comentário
<< Home