quinta-feira, setembro 1

Paulo Macedo on TV

Acabou por ser uma entrevista atabalhoada. Mais por culpa de Judite de Sousa, num ritmo frenético pouco adequado ao tipo de entrevista e ao perfil do entrevistado. Que visivelmente embaraçado e pouco familiarizado com as matérias da saúde se defendeu como pôde.

Paulo Macedo confirmou a indexação das taxas moderadoras ao rendimento dos utentes e a sua diferenciação entre cuidados primários e hospitalares. Neste passo, Judite de Sousa, bem tentou, mas não conseguiu “sacar“ o valor previsto pelo ministro para esta receita (co-pagamento, embora PM não o admita).
O ministro confirmou, igualmente, o encerramento/concentração de serviços hospitalares (urgências), especialmente de Lisboa e Coimbra.

Quanto ao investimento na política de genéricos, Paulo Macedo referiu como objectivo a quota, pouco ambiciosa, de 27% (valor ?).
Ponto alto, no encerrar da entrevista, quando PM admitiu de forma clara o condicionamento do programa de transplantes ao investimento escasso disponível.

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5 Comments:

Blogger e-pá! said...

Toupeira por Coelho [1] (a versão moderna de gato por lebre)?

Todos já nos apercebemos que a apetência deste Governo na "caça" de receitas é - para os rendimentos do trabalho -incomensurável.
Por isso, não admira que os (previstos no Memorando) aumentos das taxas de co-pagamento (que vão abrir as portas de acesso ao SNS) sejam também incomportáveis...
E os anseios de Paulo Macedo insondáveis até à benção da "troika" que, uma vez conseguida, será prontamente duplicada. Le métier de bon élève oblige...
Portanto, o valor das taxas devem ser exactamente o dobro do que a troika aconselhar. Fácil!

Todos, também, já conseguimos decifrar o enigma, que conseguiu atravessar a campanha eleitoral e permanece escondido na narrativa que informa o programa de Governo: as famosas "gorduras" do Estado são, afinal, os pilares do Estado Social, isto é, a Saúde, a Educação e a Segurança Social. É aí que vão incidir os cortes na despesa nos próximos anos. Podiam ter esclarecido esse "pormenor" na oposição e na campanha eleitoral. Uma coisa que os portugueses teriam, certamente, apreciado.

[1] – Para não suscitar mal entendidos explicito que, coelho, é um mamífero. Um roedor muito prolífero cuja raça selvagem, ou coelho bravo, escava luras nos terrenos arenosos e arborizados, e que deu origem ao espécime doméstico…

7:34 da tarde  
Blogger Clara said...

«O presidente e a coordenadora nacional da Autoridade dos Serviços do Sangue e da Transplantação pediram esta sexta-feira a demissão em protesto contra as intenções do ministro da Saúde de cortar as verbas daquele organismo. Paulo Macedo admitiu a possibilidade de reduzir o número de transplantes feitos em Portugal.» link

JN 02.09.11

Os cortes sucessivos na saúde decididos por este Governo não se limitam a cortar nas gorduras, Paulo Macedo sabe-o bem.
Implicam, necessariamente, prejuízo do acesso e da qualidade dos cuidados.
O programa de transplantação no nosso país não é um luxo. É uma necessidade.
Paulo Macedo deu ontem, nesta entrevista, como muito bem observou o Xavier, a primeira grande machadada neste projecto que custou o esforço de tantos profissionais da Saúde.
Este Governo, a pretexto da crise, está a destruir toda a nossa herança de Abril.
A revolta popular iminente tornou-se inevitável.

9:23 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

O Ministério da Saúde não ficou surpreendido com os pedidos de demissão dos responsáveis da Autoridade do Sangue e Transplantação, tendo garantido que a qualidade e acesso aos transplantes se vão manter apesar dos cortes anunciados.

O presidente da Autoridade dos Serviços do Sangue e da Transplantação (ASST), João Rodrigues Pena, e a coordenadora nacional, Maria João Aguiar, apresentaram hoje a sua demissão ao ministério em protesto contra as intenções do ministro da Saúde de cortar verbas.

"Não posso aceitar que haja doentes que se podem salvar mas que vão morrer porque o país está em dificuldades económicas", disse à agência Lusa a coordenadora nacional das Unidades de Colheita de Órgãos, Tecidos e Células para Transplantação, Maria João Aguiar.

Em declarações à Lusa, o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa, disse não ter sido apanhado de surpresa com a demissão: "Não ficámos surpreendidos porque são duas pessoas, em particular o dr. Pena, que já tinham demonstrado algum desconforto relativamente à orientação que estava a ser dada no contexto de moralização dos incentivos da transplantação".

Fernando Leal da Costa recusa as críticas feitas pela coordenadora nacional da ASST sobre futura redução do número de transplantes em consequência dos cortes em 50 por cento aos incentivos à transplantação: o Ministério da Saúde "em momento algum está disposto a aceitar menor qualidade nos resultados ou menor acesso".

"Não passa pela cabeça de ninguém que o senhor ministro tivesse na ideia que uma vida humana que estivesse em causa por causa de um transplante deixasse de ser efectuado por causa dos cortes", garantiu o secretário de Estado.link
DN 02.09.11

Nós ouvimos muito bem o que o senhor ministro da saúde disse.
Entendemos também que face a estas primeiras demissões queira agora tentar botar água na fervura.

O sr. ministro defendeu a desincrementação do programa de transplantação, uma vez que não havia, presentemente, condições para a sua sustentabilidade.
Aliás, o senhor ministro referiu, mais do que uma vez, que «os cortes de 11% impostos aos hospitais podem implicar “menos prestação de cuidados médicos» . Nunca falou em racionalização de cuidados.
Mas alguém no seu perfeito juízo pensará que com tantos cortes de financiamento se poderá manter o actual nível de acesso e da qualidades dos cuidados !

Sabemos, isso sim, a partir da intervenção do senhor ministro de ontem na TVI, que nos próximos tempos vão morrer mais alguns portugueses devido à falta de dinheiro para custear o transplante de órgãos.

10:00 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Transplantes: Demissão da direção não surpreende ministério que garante qualidade do serviço link

A actual equipa ministerial pretende nunca ser surpreendida…
Entretanto, cultiva a cega obsessão em antecipar (e enfatizar) garantias sobre a qualidade dos serviços… como se fosse um entretenimento .

Será assim até que os utentes, um dia, lhes batam à porta… e cuidem das manias!

10:19 da tarde  
Blogger Saturnino said...

Passos a passos
por Fernanda Câncio, DN

"Estas medidas põem o país a pão e água. Não se põe um país a pão e água por precaução."
"Estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa."
"Aceitarei reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga fiscal às famílias."
"Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia cortar e não cortou."
"Nas despesas correntes do Estado, há 10% a 15% de despesas que podem ser reduzidas."
"O pior que pode acontecer a Portugal neste momento é que todas as situações financeiras não venham para cima da mesa."
"Aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos."
"Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos."
"Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos."
"Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado."
"Já estamos fartos de um Governo que nunca sabe o que diz e nunca sabe o que assina em nome de Portugal."
"O Governo está-se a refugiar em desculpas para não dizer como é que tenciona concretizar a baixa da TSU com que se comprometeu no memorando."
"Para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa."
"Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas."
"Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português."
"A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento."
"A pior coisa é ter um Governo fraco. Um Governo mais forte imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos."
"Não aceitaremos chantagens de estabilidade, não aceitamos o clima emocional de que quem não está caladinho não é patriota"
"O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento."
"Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate."
"Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?"
Conta de Twitter de Passos Coelho (@passoscoelho), iniciada a 6 de Março de 2010. Os tuites aqui transcritos foram publicados entre Março de 2010 e Junho de 2011 (Esta nota final foi rectificada às 19.30 de sexta-feira, 2 de Setembro)

11:02 da tarde  

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