Mendes Ribeiro, desconfiança e rejeição
Uma má notícia, a escolha de Mendes Ribeiro como coordenador do grupo técnico para a reforma hospitalar. link É difícil conceber que uma personalidade que tem defendido publicamente as PPP e o afastamento do Estado como prestador de cuidados de saúde, assuma papel central numa política reformadora do hospital público.
Face às exigências da troika de reforço do SNS e ás declarações recentes de Paulo Macedo afirmando ”O SNS continuará a ser o pilar do nosso sistema de saúde”, como entender a preferência?
Duas possibilidades me ocorrem neste momento:
- Ou PM não acredita no que diz e, face às exigências da troika, pretende apenas ganhar tempo para poder aplicar mais tarde o conhecido programa de Passos Coelho para o sector. Neste caso terá escolhido um óptimo presidente de uma comissão liquidatária do hospital público.
- Ou, face às pressões dos grupos económicos (Há um conjunto de interesses privados “fortíssimos” no sector como reconheceu o ministro), PM entendeu que a melhor forma de aliviar a pressão seria trazer alguém da sua confiança para liderar a reforma do sector com maior potencial lucrativo.
Sejam estas ou outros os motivos da escolha, a verdade é que Mendes Ribeiro só pode gerar desconfiança e rejeição da parte dos que se identificam e têm combatido a privatização do SNS.
Face às exigências da troika de reforço do SNS e ás declarações recentes de Paulo Macedo afirmando ”O SNS continuará a ser o pilar do nosso sistema de saúde”, como entender a preferência?
Duas possibilidades me ocorrem neste momento:
- Ou PM não acredita no que diz e, face às exigências da troika, pretende apenas ganhar tempo para poder aplicar mais tarde o conhecido programa de Passos Coelho para o sector. Neste caso terá escolhido um óptimo presidente de uma comissão liquidatária do hospital público.
- Ou, face às pressões dos grupos económicos (Há um conjunto de interesses privados “fortíssimos” no sector como reconheceu o ministro), PM entendeu que a melhor forma de aliviar a pressão seria trazer alguém da sua confiança para liderar a reforma do sector com maior potencial lucrativo.
Sejam estas ou outros os motivos da escolha, a verdade é que Mendes Ribeiro só pode gerar desconfiança e rejeição da parte dos que se identificam e têm combatido a privatização do SNS.
Tavisto
Etiquetas: Mendes Ribeiro, Tá visto
4 Comments:
"Choice is dependent on the availability of beds and staff, so providers were encouraged to expand capacity and improve the management of existing resources to enable patients to exercise choice. Funds were made available for this purpose and several treatment centres specialising in elective surgical procedures (e.g. hip and knee replacements or cataract operations) were established."link
Mendes Ribeiro é defensor da livre escolha.
Será esta possível num sistema do tipo SNS.
Penso que não.
Nem o próprio Mendes Ribeiro acreditará que tal coisa seja possível.
Tratar-se-à afinal simplesmente de uma estratégia para alterar o actual modelo de saúde e dar a hegenomia no novo sistema aos privados.
Surpresas,sobressaltos e embustes…
Seria de esperar que - por uma questão de bom censo – Paulo Macedo mantivesse uma postura comedida por mais algum tempo…
Todavia, torna-se, cada dia que passa, mais notória a saga do XIX Governo Constitucional em “surpreender” os portugueses, já e agora,como se o terreno lhe fugisse debaixo dos pés... ou o seu fim estivesse próximo.
Na verdade, este primeiro passo em direcção a uma pretendida “reforma da rede hospitalar” não pode deixar de alertar os profissionais de saúde sobre o futuro do SNS. Estamos perante a insólita situação de pôr a raposa a guardar o galinheiro.
Para já, especula-se com o conceito de “reforma” à boa maneira das deambulações semânticas tão do agrado da Direita. De futuro, os utentes darão conta do logro. Uma coisa é a reforma necessária dos HH’s outra será a sua perversão (neoliberal) cujo desfecho é mais do que previsível. E partir daí nascerá (crescerá) o sobressalto!
ADENDA:
Organizações representativas dos enfermeiros protestam pela não inclusão dos seus profissionais na comissão encarregue de proceder à dita “reforma”... link
O meu entendimento é completamente oposto. Julgo que nenhum profissional da saúde – nomeadamente aqueles que trabalham no SNS - deveria aceitar colaborar neste simulacro (para não lhe chamar embuste).
Unidade de Missão dos Hospitais SA is back
José Mendes Ribeiro, coordenador do grupo técnico para a reforma hospitalar, recém nomeado pelo ministro Paulo Macedo, faz-se acompanhar nesta "nova missão" dos antigos colaboradores da Unidade de Missão dos Hospitais SA: Jorge Varanda - ex-Adjunto com o Pelouro da Gestão da Produção Hospitalar da missão dos Hospitais SA; José Carlos Caiado - ex-Adjunto com o Pelouro do Planeamento e Controlo Financeiro da missão dos Hospitais SA .
É a retoma do projecto de privatização dos Hospitais Públicos de Luís Filipe Pereira.
Errata:
No comentário anterior onde se escreveu "bom censo" deveria estar "bom senso"...
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