quarta-feira, outubro 19

Co-pagamentos a partir de Janeiro

«Valor da receita previsto no OE/2012, confirma aumento substancial das taxas moderadoras para os utentes.
O Governo espera encaixar cerca de 300 milhões de euros como aumento das taxas moderadoras em 2012, confirmando assim uma subida muito significativa das taxas de acesso aos cuidados de saúde que os portugueses terão de enfrentar já a partirde Janeiro.

O encaixe da receita previsto na proposta de Orçamento do Estado para 2012 é de 409 milhões de euros, quando em 2011 a receita estimada era de 110 milhões de euros.
O valor nominal das taxas só será divulgado posteriormente, por portaria. Contudo, com base no valor total que o Estado espera encaixar no próximo ano, o preço a pagar por uma urgência polivalente num hospital poderá triplicar para um valor próximo dos 30 euros - hoje custa 9,40 euros – apurou o Diário Económico junto de fontes do sector.
Ao mesmo tempo que as taxas moderadoras aumentam, as multas para os utentes incumpridores também disparam. O OE/2012 prevê que as multas a aplicar sejam cinco vezes superiores ao valor da taxa moderadora com um limite mínimo de 50 euros. E será o Fisco cobrar.» DE 18.10.11
...
Paulo Macedo, encolheu-se, relativamente a esta matéria, ao adiar recentemente no Parlamento o aumento das taxas moderadoras (previsto para Novembro) para Janeiro do próximo ano.
O primeiro passo para a introdução dos co-pagamentos a suportar, uma vez mais, pela classe média nacional (rendimentos superiores a mil euros com tendência para baixarem). Qualquer dia é mais barato ir ao BES.
Estes liberais de pacotilha não descansam enquanto não acabarem connosco.

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4 Comments:

Blogger e-pá! said...

Para os FP's (que não são filhos da ....) e simultaneamente beneficiários da ADSE é só fazer as contas. Torna-se mais barato ir ao BES (como é sugerido no post).

Então, "acontece" o mesmo filme das portagens das SCUT's
Logo, as receitas estimadas para co-financiar o SNS (300 milhões de euros) cairão a pique e resta adivinhar as respostas (à Paulo Macedo):
- Ou arranja uma outra taxa "extaordinária" para os FP's?
- Ou acaba com a ADSE?
- Ou a conjugação das duas medidas?

Dão-se alvíssaras!

11:50 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Da fina arte do corte de gorduras

Mais de metade dos funcionários públicos tem por habilitação pelo menos uma licenciatura. Este quadro não é de maneira nenhuma comparável ao do sector privado, onde naturalmente só uma pequena minoria dispõe de semelhantes habilitações, aliás reflectindo o nível de qualificações do país (onde, infelizmente, o número de analfabetos continua não muito longe do número de licenciados).
Em face deste dado, fazer uma afirmação como fez o Primeiro Ministro de que «(…) em média os salários na função pública são 10 a 15 por cento superior à média nacional» é claramente enganador. Sendo uma afirmação verdadeira, induz as seguintes crenças demonstravelmente falsas:
1.A classe dos funcionários públicos está remuneratoriamente beneficiada face aos seus congéneres do sector privado;
2.Por maioria de razão, os funcionários públicos mais bem remunerados, estariam particularmente beneficiados;
3.E, portanto, a ser feito um corte nas remunerações, é menos injusto que se escolha a classe mais beneficiada e, dentro desta, o segmento particular dos seus funcionários mais bem pagos.
Comparando o incomparável, o Primeiro-Ministro escusou-se a comparar o comparável, ou seja, comparar o estatuto remuneratório entre qualificações iguais. E neste capítulo existe dados claros que apontam para uma muito substancial diferença remuneratória entre licenciados do sector privado e licenciados do sector público. Hoje, em entrevista ao jornal Público, João Bilhim, Professor catedrático e presidente do ISCSP, afirmava «Em Portugal, os quadros licenciados na administração pública ganham em regra menos 40% que os seus pares no sector privado»… E são precisamente estes quadros que verão os seus subsídios retirados por inteiro!
Mas não foi menos confrangedor assistir à tentativa do Ministro das Finanças justificar, em entrevista que concedeu ao canal público de televisão há dias atrás, por certas repartições dos sacrifícios escandalosamente desiguais. Perguntava-se, por exemplo, pela equidade em cortar pela metade os subsídios a um pensionista que ganhasse cerca de 600 euros, deixando intocados os subsídios de um trabalhador do sector privado, seja qual for o seu rendimento.

André Barata, blog Sedes link

12:30 da manhã  
Blogger Clara said...

As taxas moderadoras das Urgências em vigor são as seguintes:

1.- Urgência polivalente - 9,60 euros

2.- Urgência básica e urgência médico-cirúrgica - 8,60 euros

3.- Urgência básica, Centros de saúde - 3,80 euros.

Neste caso a consulta do diploma é a melhor fonte link

10:06 da tarde  
Blogger saudepe said...

Realmente, a partir do próximo Janeiro, mais vale a pena ir ao BES.

Façamos este pequeno exercício:
João deu entrada na urgência do Hospital de Santa Maria na sequência de uma aparatosa queda de mota.
O médico de serviço depois de um RX convencional, prescreveu-lhe uma Tomografia computorizada (TC) craneo-encefálica que, felizmente, dissipou, em definitivo, a suspeita de diagnóstico mais grave.

Depois de cinco horas na urgência e uma perna engessada a namorada prontificou-se em dar-lhe boleia rumo a casa.

As próximas semanas vão ser de grande sacrificio para ambos.
Como se isso não bastasse a conta da moderação saiu pesada:
Tx de urgência polivalente: 9,60 euros; TC: 19,20 euros; Engessamento da perna direita: 5,60; Diversas análises: 3,40 euros
Total: 37,80 euros.
Segue-se o calvário da recuperação e 4,60 euros de moderação por cada consulta no hospital.

João ouviu falar do aumento das taxas moderadoras a partir de Janeiro 2012.
À cautela decidiu vender a mota.

10:47 da tarde  

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