sexta-feira, outubro 7

PM, campeão dos cortes

«O orçamento da Saúde é o que vai levar o maior corte: são menos 800 milhões do que no ano passado, apurou o Económico. link O Orçamento do Estado para 2012, que vai ser aprovado em Conselho de Ministros extraordinário na próxima segunda-feira, prevê um corte de 1.400 milhões de euros só nos ministérios da Saúde e Educação.
Fonte oficial do ministério tutelado por Paulo Macedo confirmou ao Económico que o corte na Saúde ascende a 800 milhões de euros. O ministro já fez saber que os cortes serão nas horas extraordinárias, meios de diagnósticos, comparticipação de medicamentos e desperdícios. Só no Serviço Nacional de Saúde o Governo pretende cortar cerca de 600 milhões de euros.»

Tudo isto sem prejuízo da qualidade e do acesso. Tudo nas gordurinhas. No próximo ano vamos todos a Fátima.

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5 Comments:

Blogger e-pá! said...

Adalberto Campos Fernandes vai presidir ao Hospital de Cascais… link

Uma aceitação incompreensível (para o nomeado) a cobrir uma operação oportuna da CGD (que espera obter mais valias a breve trecho transaccionáveis).

Para decifração desta contradição recorda-se o Memorando da “troika” (versão em português):

…Caixa Geral de Depósitos (CGD)

2.5. O Grupo estatal CGD será optimizado de forma a aumentar o capital de base do seu núcleo duro bancário, como for necessário (o bold não é da "troika", é intencional).
Espera-se que o Grupo CGD aumente o seu capital para o novo nível exigido recorrendo a fontes internas e a melhorar a sua própria governação. Isto incluirá um plano temporal mais ambicioso para a já anunciada venda do sector de seguros do grupo, seguir um programa para se desembaraçar das subsidiárias que não façam parte do seu núcleo e, se necessário, a redução das actividades no estrangeiro…


A C F terá escorregado para o pântano dos imponderáveis, do“como for necessário”….
Não merecia tal sorte!

4:43 da tarde  
Blogger Clara said...

Os hospitais públicos vão receber no próximo ano menos 300 milhões de euros, uma redução de 5 a 7%, anunciou esta sexta-feira o secretário de Estado da Saúde, alertando para a subida "preocupante" da despesa com medicamentos em meio hospitalar. link

No IV Fórum sobre a Gestão do Medicamento, promovido pela Associação dos Administradores Hospitalares, o secretário de Estado Manuel Teixeira considerou "muito preocupante" que a despesa com medicamentos nos hospitais tenha crescido 3,3%, segundo os dados do mês de Agosto passado.
Para o governante, este aumento "não é sustentável" num quadro de "limitação do financiamento hospitalar", quando o Estado dará menos 300 milhões de euros aos hospitais em 2012, num montante de financiamento global de cerca de 4,5 mil milhões.
O aumento da despesa dos hospitais com medicamentos surpreende o Ministério da Saúde, ainda mais quando o montante da comparticipação estatal em remédios no ambulatório diminuiu 19,3% no mesmo período.
Para o crescimento da despesa com fármacos em meio hospitalar, contribuíram sobretudo os antivíricos (cresceram 9%) e os medicamentos considerados inovadores, cuja despesa cresceu 48%.
"As condições financeiras que o Serviço Nacional de Saúde enfrenta obrigam a olhar para isto de forma muito rigorosa. Temos de conciliar a introdução da inovação com custos que o sistema consiga suportar", declarou o secretário de Estado aos jornalistas à margem do fórum dos administradores hospitalares.
Manuel Teixeira propõe, por exemplo, que os hospitais deixem de fazer individualmente a compra dos medicamentos inovadores, que actualmente são sujeitos a autorizações de utilização especial.
O Governo quer assim que as compras destes fármacos passem a ser centralizadas, mediante as necessidades manifestadas por cada hospital.
O secretário de Estado avisa que é necessário ser "muito profissional" na negociação dos preços dos medicamentos com os laboratórios para conseguir "ganhos imediatos".

JN 07.10.11

O crescimento da despesa hospitalar com medicamentos poderá ser um bom indicador se, por exemplo, corresponder ao tratamento de um maior número de doentes, ou a tempos de alta mais curtos em consequência da melhoria da eficácia terapêutica como acontece quando se introduz nova tecnologia.
Mas o senhor Manuel Teixeira só vê números e cortes muitos cortes nas ditas gorduras.
Vivemos um tempo de objectivos ensebados que parece estar a tolher o pensamento dos nossos políticos. De meter dó estes amanuenses da Troika.

11:54 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Os pobres que paguem a crise

As notícias ontem vindas a público sobre o OE para 2012 confirmam as piores expectativas: o actual Governo, ao mesmo tempo que não mostra disposição de, como insistentemente o PSD reclamou na oposição e Passos Coelho não menos insistentemente prometeu em campanha, cortar nas famosas "gorduras" da Administração Pública, pretende pôr os mais pobres e necessitados, os doentes sem recursos e, no caso da Educação, o próprio futuro colectivo, a pagar a crise.
A lógica é de elegante simplicidade: a caridade (além do mais, as boas acções têm cotação certa na Bolsa do Céu) substitui com vantagem a Segurança Social que, por isso, poderá bem ficar sem 200 milhões de euros; o SNS sofrerá, sem anestesia, cortes de mais de 800 milhões (o Ministério das Polícias, que terá mais 400 milhões, se encarregará de nos tratar da saúde se necessário); e a Educação, agora por conta de um matemático, há-de ter arte e engenho para poupar 600 milhões (três vezes mais do que previsto no acordo com a "troika"!).
Será, assim, o odiado Estado Social a pagar a factura das dificuldades do país a quem, bancos, grandes empresas recordistas de despedimentos e os "25 mais ricos" do costume, ganha com elas.
Porque, como em "O dilúvio universal", de Zavattini/De Sica, quando as águas da catástrofe sobem, há sempre quem faça negócio a vender guarda-chuvas ou organize orgias em "penthouses" no terraço e passe o fim dos tempos em beleza.

Manuel António Pina, JN 07.10.11

12:10 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

«Desde logo, o Ministério da Saúde vai perder 810,2 milhões de euros, o que permitirá reduzir o défice orçamental em quase 0,5 pontos percentuais. A racionalização de recursos e o controlo da despesa vão contribuir com as maiores poupanças, que chegarão a 309,3 milhões de euros. O resto será conseguido com a alteração da política do medicamento, mudanças nas formas de prescrição e monitorização e outras medidas transversais.»
«Recorde-se que no OE/211, o Ministério da Saúde foi o que sofreu um maior corte na dotação: 12,8%.»

JP 07.10.11

Por favor, depois destes cortes radicais dirigidos ao sector social, não nos venham tentar convencer que o acesso e a qualidade melhoram.
Os tempos de crise estão a ser aproveitados pelos liberais de pacotilha para um ataque feroz ao Estado Social.

12:29 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Os cidadãos podem não saber nada de economia, mas já perceberam que o discurso público sobre o Orçamento de 2012 pretende prepará-los para algo que nunca imaginaram quando deram a maioria a esta coligação de direita. Na linguagem cifrada do ministro das Finanças, serão tomadas “medidas permanentes e estruturais para 2012 e anos seguintes”. Ou seja, o governo vai proceder a reduções na despesa pública (salários, pensões, despedimentos) de tal magnitude que, descontado o efeito da recessão sobre as receitas fiscais, o objectivo do défice para 2012 seja alcançado. Para mal do país, a economia acabará por mostrar, mais uma vez, que os governos podem controlar a despesa, mas não o défice. link

Jorge Bateira, i, 06.10.11

5:18 da tarde  

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