Transplantação hepática pediátrica
Assunto: Situação actual da Transplantação Hepática Pediátrica em Portugal
Exma. Senhora Presidente da Assembleia da República
O único centro de Transplantação Hepática Pediátrica existente em Portugal, que funcionava há mais de uma década nos Hospitais da Universidade de Coimbra, foi este ano completamente desactivado. Não porque não tivesse óptimos resultados, mas por falta de uma aposta séria nesta área. Por essa razão, não foi possível consolidar a sua estrutura ao longo dos anos, a qual sempre esteve dependente da dedicação e competência de um reduzido número de profissionais, nomeadamente do Prof. Linhares Furtado, entretanto aposentado.
Neste momento não existe qualquer centro no País que faça transplante hepático pediátrico, tendo a Direcção-Geral de Saúde (DGS) informado que os casos de doença hepática fulminante deveriam ser enviados para o Centro de Transplantes de Madrid. Mas a DGS nada disse sobre o encaminhamento a dar aos doentes pediátricos que, não tendo doença fulminante, estão em lista de espera para transplante hepático. Estes doentes são a maioria.
Não quererá, certamente, a DGS que estes doentes cheguem à fase de doença fulminante, para serem tratados, pois nessas circunstâncias, tal como o próprio nome deste estádio indica, o risco de vida é muito grande e muito elevado o preço do tratamento.
Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério da Saúde, as seguintes perguntas:
1.Por que motivo não foi possível assegurar a manutenção do centro de Transplantação Hepática Pediátrica que funcionava nos HUC?
2.Quais as condições necessárias para que possam voltar a ser realizados transplantes hepáticos em Portugal? Está o Ministério da Saúde de garantir essas condições? Quando?
3.Quantos doentes pediátricos aguardam, actualmente, um transplante hepático? Qual o tempo médio de espera?
4.Qual a solução prevista pelo Ministério da Saúde para dar resposta aos doentes pediátricos em lista de espera para transplante hepático, não se tratando de casos de doença hepática fulminante?
Palácio de São Bento, 01 de Outubro de 2011.
O Deputado, João Semedo
Exma. Senhora Presidente da Assembleia da República
O único centro de Transplantação Hepática Pediátrica existente em Portugal, que funcionava há mais de uma década nos Hospitais da Universidade de Coimbra, foi este ano completamente desactivado. Não porque não tivesse óptimos resultados, mas por falta de uma aposta séria nesta área. Por essa razão, não foi possível consolidar a sua estrutura ao longo dos anos, a qual sempre esteve dependente da dedicação e competência de um reduzido número de profissionais, nomeadamente do Prof. Linhares Furtado, entretanto aposentado.
Neste momento não existe qualquer centro no País que faça transplante hepático pediátrico, tendo a Direcção-Geral de Saúde (DGS) informado que os casos de doença hepática fulminante deveriam ser enviados para o Centro de Transplantes de Madrid. Mas a DGS nada disse sobre o encaminhamento a dar aos doentes pediátricos que, não tendo doença fulminante, estão em lista de espera para transplante hepático. Estes doentes são a maioria.
Não quererá, certamente, a DGS que estes doentes cheguem à fase de doença fulminante, para serem tratados, pois nessas circunstâncias, tal como o próprio nome deste estádio indica, o risco de vida é muito grande e muito elevado o preço do tratamento.
Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério da Saúde, as seguintes perguntas:
1.Por que motivo não foi possível assegurar a manutenção do centro de Transplantação Hepática Pediátrica que funcionava nos HUC?
2.Quais as condições necessárias para que possam voltar a ser realizados transplantes hepáticos em Portugal? Está o Ministério da Saúde de garantir essas condições? Quando?
3.Quantos doentes pediátricos aguardam, actualmente, um transplante hepático? Qual o tempo médio de espera?
4.Qual a solução prevista pelo Ministério da Saúde para dar resposta aos doentes pediátricos em lista de espera para transplante hepático, não se tratando de casos de doença hepática fulminante?
Palácio de São Bento, 01 de Outubro de 2011.
O Deputado, João Semedo
Etiquetas: s.n.s
4 Comments:
Todo este processo demonstra que neste País o centro das preocupações dos diferentes agentes da Saúde não é mesmo o doente. Posso compreender que razões de saúde de Emanuel Furtado ou de um familiar próximo, possam explicar o seu afastamento da área de transplantação hepática pediátrica. Quaisquer outras, por fúteis face ao peso das consequências, me parecem inaceitáveis.
A situação criada mostra também a irresponsabilidade dos nossos decisores políticos em Saúde. Para que têm servido as altas autoridades nisto e naquilo quando se permite que o know-how de uma prática fundamental para salvar vidas, sem recurso alternativo, possa centrar-se exclusivamente num centro nacional e, pelos vistos, numa única pessoa?
Senhor Secretário de Estado da Saúde, Senhor Presidente do Conselho de Administração dos HUC, Senhor Professor Doutor Professor Emanuel Nunes; por favor, desçam dos vossos pedestais e, com urbanidade, resolvam um problema que só não tem solução se houver falta de humanidade e de compaixão pelo sofrimento das crianças e familiares.
Existe um processo expedito de compreender esta melindrosa situação: chamar o Dr. Emanuel Furtado à Comissão Parlamentar de Saúde. Ele (e só ele) saberá desmontar esta "trapalhada"...
«Nicolas Tompkins' parents believe he wouldn't be with them if it wasn't for the doctors and nurses at the Royal Brompton Hospital in central London.
At just four weeks old, he's recovering from a 15-hour operation to correct a complicated and rare defect in his heart.
Surgeons effectively had to re-wire it, after discovering that his lungs weren't properly connected, and he wasn't getting enough oxygen.
He was lucky to be treated by a world expert in his condition.
His parents are incredulous at the thought that the team which saved his life could be about to be broken up.
"Everybody we meet here, every doctor, every nurse, is clearly at the top of their game," said his father, Andrew Tompkins. "There's nowhere like this in the world. How could they want to close it?" »
...
BBC News, 27.09.11 link
Em Portugal a razia ainda não começou.
Esperem pelo estudo do iluminado José Mendes Ribeiro...
Onde tem andado o Bloco de Esquerda?
O meu livro “Lutar até Viver” foi lançado em Novembro de 2009, nessa cerimónia esteve o “apresentador” o Sr. Professor Linhares Furtado e quem assinou o prefácio, o próprio Dr. Emanuel Furtado. Desde essa data que não tenho feito outra coisa senão chamar a atenção para a defesa da transplantação em Coimbra. Nós, a HEPATURIX, aparecemos nos jornais e nas televisões, em diferentes alturas, incluindo na guerra da troca dos medicamentos imunossupressores por genéricos, denunciámos a situação ao Ministério Público e pergunto, onde esteve o Bloco de Esquerda?! Onde estiveram, é que não demos por vocês?!!
Já agora, sabem que em alguns casos das chamadas “fulminantes” a criança para ser salva, tem de receber o transplante em 24/30 horas? Nessas situações, normalmente terá de ser dador-vivo e o dador (o pai ou a Mãe) têm de ser “estudados” em muito pouco tempo! Acham que é possível irem para Madrid?
Vitor Raimundo Martins
Presidente da AG da Hepaturix
http://lutarateviver.blogspot.com/
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