Mail 22.11.11
Caro Dr. Vitor Moreira,
Acabei de entregar ao Governo o estudo sobre a reforma hospitalar. Vale o que vale mas é um esforço de cidadania que o meu grupo de trabalho fez com a maior dedicação e empenho.
Damos a cara pelo que acreditamos que pode ajudar a melhorar o sistema e focar as prioridades na qualidade do serviço ao cidadão.
Pela sua expêriência no sector saberá também, por certo, que não é fácil fazer mudanças mesmo em hospitais que têm uma maior flexibilidade na gestão dos recursos como é o caso dos hospitais EPE ou em PPP.
Tenho dedicado a vida ao sector e tenho orgulho nas coisas que tenho feito.Procurei, em 2003/2004 como agora, colocar mais transparência no sector e lançar iniciativas que ajudassem a melhorar a vida nos nossos hospitais. A empresarialização, o SIGIC etc, são prova disso.
Perdeu-se a grande motivação que tivemos na altura e hoje estamos numa situação muito difíicil nos hospitais.
Tenho publicamente assumido as minhas ideias, publicando e participando no debate. Não me anima concorrer a cargos políticos nem a cargos públicos. Não os aceitei antes nem espero aceitar depois deste trabalho. Isso faz a diferença porque muitas intervenções que vamos observando só têm esse intuito.
Não sou um perigoso liberal nem um vigarista. Não ando a querer privatizar tudo nem a sugerir ao Primerio Ministro que entregue os hospitais às Misericordias.
Não sou maluquinho a defender coisas irrealistas como o parto em casa ou a ida de 40% das pessoas das urgências dos hospitais para os centros de saúde por um passe de mágica.
Exigo que os hospitais sejam melhor geridos, que o Estado não esbanje o dinheiro que é de todos os nossos impostos e que trate bem os doentes.
O que quero manifestar é o profundo desagrado por muitas vezes os vossos comentários, mediados por si, atingirem a minha dignidade. Uma coisa é discutir ideias e outra é atacar a pessoa.
Não tenho nada a ver com o caso BPN. Trabalhei no grupo que era proprietário do BPN mas nunca trabalhei no BPN nem andei a fazer "esquemas". Saí quando percebi que afinal não era aquele o meu projecto e nem sequer ando por aí a arvorar em moralista a dizer as razões porque saí ou zangado com quem.
Hesitei em dirigir-lhe este email. Mas entendi que depois de saber quem era não podia deixar de lhe manifestar o desagrado com que geralmente comentam as minhas intervenções, atribuindo-lhes objectivos que não têm ou intenções que não me animam.
José Mendes Ribeiro
Acabei de entregar ao Governo o estudo sobre a reforma hospitalar. Vale o que vale mas é um esforço de cidadania que o meu grupo de trabalho fez com a maior dedicação e empenho.
Damos a cara pelo que acreditamos que pode ajudar a melhorar o sistema e focar as prioridades na qualidade do serviço ao cidadão.
Pela sua expêriência no sector saberá também, por certo, que não é fácil fazer mudanças mesmo em hospitais que têm uma maior flexibilidade na gestão dos recursos como é o caso dos hospitais EPE ou em PPP.
Tenho dedicado a vida ao sector e tenho orgulho nas coisas que tenho feito.Procurei, em 2003/2004 como agora, colocar mais transparência no sector e lançar iniciativas que ajudassem a melhorar a vida nos nossos hospitais. A empresarialização, o SIGIC etc, são prova disso.
Perdeu-se a grande motivação que tivemos na altura e hoje estamos numa situação muito difíicil nos hospitais.
Tenho publicamente assumido as minhas ideias, publicando e participando no debate. Não me anima concorrer a cargos políticos nem a cargos públicos. Não os aceitei antes nem espero aceitar depois deste trabalho. Isso faz a diferença porque muitas intervenções que vamos observando só têm esse intuito.
Não sou um perigoso liberal nem um vigarista. Não ando a querer privatizar tudo nem a sugerir ao Primerio Ministro que entregue os hospitais às Misericordias.
Não sou maluquinho a defender coisas irrealistas como o parto em casa ou a ida de 40% das pessoas das urgências dos hospitais para os centros de saúde por um passe de mágica.
Exigo que os hospitais sejam melhor geridos, que o Estado não esbanje o dinheiro que é de todos os nossos impostos e que trate bem os doentes.
O que quero manifestar é o profundo desagrado por muitas vezes os vossos comentários, mediados por si, atingirem a minha dignidade. Uma coisa é discutir ideias e outra é atacar a pessoa.
Não tenho nada a ver com o caso BPN. Trabalhei no grupo que era proprietário do BPN mas nunca trabalhei no BPN nem andei a fazer "esquemas". Saí quando percebi que afinal não era aquele o meu projecto e nem sequer ando por aí a arvorar em moralista a dizer as razões porque saí ou zangado com quem.
Hesitei em dirigir-lhe este email. Mas entendi que depois de saber quem era não podia deixar de lhe manifestar o desagrado com que geralmente comentam as minhas intervenções, atribuindo-lhes objectivos que não têm ou intenções que não me animam.
José Mendes Ribeiro
Nota: Mail recebido ontem (22.11.11) às 23:02
Etiquetas: Mendes Ribeiro
2 Comments:
Parêntesis anamnéstico (e não amnésico...)
É difícil comentar este tipo de correspondência já que somos assaltados por uma intranquila percepção de invasão da privacidade.
Não será pertinente dissecar pormenorizadamente o conteúdo deste e-mail – muito haveria a dizer - mas existe uma pequena questão que, por afectar o universo dos contribuintes portugueses, não deve passar em branco.
Quando se escreve assim:
"Não tenho nada a ver com o caso BPN. Trabalhei no grupo que era proprietário do BPN mas nunca trabalhei no BPN nem andei a fazer "esquemas"..." in mail.
Pois é! Nunca saberemos onde começa, por onde passa e quando acaba(rá) o caso BPN. Principalmente, por onde “passou”.
Imbróglios deste tipo (assentes em artificiais e formais destrinças) que se esforçam por separar a SLN (Sociedade Lusa de Negócios) do BPN (Banco Português de Negócios) e outros apêndices de negócio são responsáveis por estamos todos – os contribuintes - a pagar uma pesada factura.
De facto, o GPS não tinha nada a ver com o BPN... só que, como todos sabemos, a gloriosa equipa da Unidade de Missão dos Hospitais SA encontrou aí um terreno fértil (enquanto durou) para a prossecução de experiências de empresarialização na área da saúde que (estamos agora a senti-los) tiveram um efeito boomerang, isto é, aparentemente incidiram no sector privado mas acabaram por “sobrar” para o erário público… É o empreendedorismo “tipo português”.
Como escreveu Isabel de Santiago (uma connoisseuse do assunto enquanto ex-porta-voz da UM dos HH’s SA) : “Quanto ao Grupo Português de Saúde - para quem ignora a verdade - Mendes Ribeiro propôs ao anterior Presidente do BPN tal negócio, antes a tentativa de aquisição pelo grupo Blckstone, em reuniões participadas. O Presidente do Banco recusou.” link (1º. Comentário).
- Propôs ao presidente do BPN?
- Deve tratar-se de um lapso...!
A total confusão – um mix diferido no tempo - entre o núcleo integrador da UM dos HH’s SA, o BPN e o GPS continua a reinar (…para diluir responsabilidades) e iludir a realidade.
Só que - certamente por razões anódinas (para os protagonistas) – a experiência GPS falhou (Mendes Ribeiro abandonou o barco na eminência do naufrágio) e o projecto viria a "estoirar" com algum ruído após a forçada (aqui devemos também evocar os contribuintes) nacionalização in extremis do BPN que, por incrível que pareça, deixou a SLN de fora.
Mas, hoje, ninguém tem nada a ver com o BPN… (nem a própria SLN rapidamente baptizada de Galilei)
Mais do que um e-mail são virtuais conjecturas... (aliás, tão virtuais como as facturas).
PS – E - o mais importante - continuamos a aguardar que o destinatário do relatório (MS) o disponibilize para a anunciada discussão pública.
Tom ameaçador a tentar amedrontar quem não tem medo por ter razão.
Vamos aguardar a divulgação do apregoado relatório para podermos analisar e discutir o trabalho realizado.
A arrogância dos SAs está de volta.
Sem Luís Filipe Pereira que acabou por "despedir" Mendes Ribeiro
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