domingo, novembro 27

powerpointinterwiew

...Propõe que os doentes triados como não urgentes não sejam atendidos nos hospitais. Os Centros de Saúde têm capacidade para acolhê-los?
Os doentes que correspondem a situações pouco urgentes ou não urgentes constituem cerca de 40% das pessoas que vão às urgências. São mais de 2 milhões que só vão ali porque não tiveram resposta atempada nos cuidados primários.

Mas o próprio ministro já disse que essa proposta não é exequível para já …
Daqui a três anos será possível.

O que falta fazer até lá?
As pessoas devem ser incentivadas a usar mais a linha Saúde. Em cada 100 pessoas que ligam para a linha Saúde23 e que pensavam ir à Urgência, 34 acabam por não o fazer. É possível otimizá-la para que possa fazer o agendamento de consultas nos Centros de Saúde para o dia seguinte. E alguns médicos dos hospitais devem dar consultas nos Centros de Saúde.

Defende que seja construído o novo Hospital de Todos os Santos em parceria público privada (PPP). A troika vai aprovar este investimento?
A troika chamou a atenção para as PPP porque criaram um volume de encargos para as gerações futuras que é muitíssimo elevado. Mas não são as Parcerias da Saúde, que só representam 2% do total das parcerias e que nos deram ganhos muitíssimo grandes . Os últimos hospitais diretamente construídos pelo Estado demoraram mais do dobro do tempo a construir e custaram mais do dobro do orçamento inicial.

semanário expresso 26.11.11

Sem relatório publicado (continuamos à míngua de um PP sofrivelmente engendrado), depois da mediática cerimónia pública de apresentação, títulos e títulos de jornais e dos comentários dos mais diversos representantes das forças vivas da nação, a festa continua.

Desta vez é o semanário expresso a publicar a entrevista de José Mendes Ribeiro nas páginas centrais do primeiro caderno com direito a foto gigantesca (quase ½ página) e tratamento de presidente do GTRH (no DR de nomeação é referido coordenador do GTRH), talvez antevendo uma possível nomeação de presidente da Unidade de Missão da Reforma dos Hospitais.

Entrevista fraquita, mensagens powerpoint, matriz ideológica como seria de esperar.
Ficámos a saber que a resolução do problema das falsas urgências é para daqui a três anos. Certamente, a pensar na abrupta quebra do acesso, determinada pelos cortes orçamentais a eito, a livre escolha e o “opting out” dos economicamente assim-assim, a redução do atendimento do SNS aos pobrezinhos.

Quanto ao investimento nas PPP da Saúde as gerações futuras podem dormir descansadas com a generosidade do negócio que já nos deu muito dinheirinho a ganhar.
O Dr. Mendes Ribeiro sabe, concerteza, que os contratos de construção/utilização dos edificios dos hospitais em PPP, por trinta anos, prevêem, além da remuneração do capital, o pagamento, por parte do Estado, de somas elevadíssimas pela utilização/manutenção dos edificios. Diz-se, por ironia, que os pregos e parafusos utilizados pelo pessoal da manutenção dos HH PPP são de oiro maciço.
Não existe, efectivamente, evidência das PPPs nos darem muito ou pouco dinheiro a ganhar. Nem a pensar no dinheiro ganho pelo Estado à custa das multas a aplicar às PPPs por incumprimento.

Victor Moreira

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1 Comments:

Blogger DrFeelGood said...

Consta que o Relatório do GTRH está a ser traduzido de powerpoint para português.

O problema está no escasso desenvolvimento que foi dado áquele amontoado de títulos (powerpoint).

Sobram títulos para tão escasso texto.

10:10 da tarde  

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