domingo, dezembro 15

Criação dos CEUEM


«Despacho destrói modelo de prestação descentralizada de cuidados»
São vários os estudos que mostram uma expectativa crescente de sobrevivência dos doentes oncológicos tratados no País. A meia dúzia de especialistas que se deslocou ao Palácio de São Bento citou muitos deles. Jorge Espírito Santo, do Centro Hospitalar Barreiro Montijo e presidente do Colégio de Especialidade de Oncologia Médica da Ordem dos Médicos, destacou o mais recente: o Eurocare-5.
A circunstância de haver mais doentes vivos ao fim de cinco anos foi atribuída pelo médico ao «modelo descentralizado de prestação de cuidados» que tem sido seguido.
«Desde o Eurocare-3 que temos melhorado os resultados obtidos», recordou. Ou, dito de outra forma, «os doentes diagnosticados com cancro depois de 1995 têm em Portugal uma expectativa de sobrevivência que vai crescendo».
Uma melhoria que, segundo Jorge Espírito Santo, está então associada à «descentralização» operada na área oncológica entre o final da década de oitenta e início dos anos noventa do século passado.
«Foi esse sistema de prestação descentralizada com a criação de uma rede de centros desde Faro a Vila Real que permitiu, gastando metade da média europeia, termos resultados superiores a muitos países», regozijou-se.
A sobrevivência registada nos doentes diagnosticados com cancro do cólon entre 2000 e 2007, período analisado pelo Eurocare-5, serviu de exemplo: «Temos 58% de doentes vivos ao fim de cinco anos, enquanto na Inglaterra é 51%.»
Olhando mais uma vez para a «performance» nacional, Jorge Espírito Santo reitera que ela se deve à forma como os cuidados estão organizados.
Daí que a medida do Ministério da Saúde de designar apenas os centros regionais do IPO como CEUEM tenha merecido o seguinte comentário: «Este despacho destrói o modelo de prestação descentralizada. Os três centros que supostamente são especializados, já agora, de acordo com os dados da Direcção-Geral da Saúde, valem 23% do total de doentes oncológicos tratados em Portugal.»
Tempo Medicina

Despacho n.º 13877-A/2013   link
Oncologistas portugueses contestam despacho sobre acesso a medicamentos inovadores link

Etiquetas: