sexta-feira, dezembro 27

Tempo de balanço 2012/2013

1.Cortes na saúde - DN 22.12.13. link Doentes pedem empréstimo a bancos para tratarem cancro. Médicos confirmam que doentes deixam hospitais públicos para procurarem melhor solução para o seu caso, já que estes não autorizam alguns medicamentos inovadores. 
2.Coisas que não podem acontecer - DN 22.12.13. link A recusa por parte dos institutos de oncologia de prescreverem os chamados "medicamentos inovadores" para o tratamento de cancro está a assumir proporções preocupantes para uma sociedade humanista e avançada e a criar situações incompreensíveis, própria de países do Terceiro Mundo. O Ministério da Saúde enjeita responsabilidades. 
3.Doentes condenados à morte por falta de medicamentos - Jornal I 16.12.13. link Bastonário da Ordem dos médicos, José Manuel Silva alerta que há doentes condenados à morte por falta de medicamentos “Os médicos estão preocupados e empenhados na defesa da qualidade do Serviço Nacional de Saúde. Estão mais preocupados, claramente, porque há mais dificuldades (…) Há muitos e graves problemas, neste momento”, acrescenta. José Manuel Silva revela que as urgências do CHUC “estão um caos”. “Há três filas de macas nos corredores. Há falta de enfermeiros e de auxiliares. Não é possível, mesmo que os profissionais de saúde deem 200 por cento, responder com qualidades nestas circunstâncias”. “Os sistemas informáticos estão permanentemente bloqueados e a ser alterados. Para se imprimir uma receita perde-se uma hora, com desespero dos médicos e doentes. Neste momento só são emanadas deliberações que vão tornar mais trabalhoso o exercício da medicina, com prejuízo para os doentes. A medicina está-se a desumanizar. E se o ministro não sabe o que se passa no terreno é porque não quer saber”, acrescentou. 
4. Falta de médicos provoca o caos nas urgências – Económico 29.12.13. link As urgências hospitalares estão a funcionar com os limites mínimos perante a obrigatoriedade imposta pelo Governo de reduzir as horas extras na Função Pública. O aviso chega dos administradores hospitalares e dos sindicatos dos médicos. 
5. Consultas para deixar de fumar diminuíram para metade em quatro anos – Público 17.11.13 link O número de consultas de cessação tabágica diminuiu substancialmente desde que a lei do tabaco entrou em vigor, em 2008.No Verão passado havia 125 consultas especializadas de apoio aos fumadores que querem largar o tabaco em centros de saúde e hospitais públicos de Norte a Sul do país, de acordo com os dados disponibilizados no site da Direcção-Geral da Saúde (DGS), quando há cinco anos chegaram a funcionar 242 consultas deste tipo, quase todas com lista de espera. 
6. Menos cirurgias e obesos que esperam mais de um ano por uma consulta – Lusa 26.12.13. link O fim do Programa de Tratamento Cirúrgico de Obesidade, criado há quatro anos e extinto em 2012, levou à redução de um terço destas cirurgias, existindo doentes que esperam mais de um ano por uma consulta, denunciam os doentes.Hospitais fazem menos transplantes. 
7. Número de intervenções diminuiu no primeiro semestre do ano face a igual período de 2012. Expresso 23.08.13.  A par da quebra nos transplantes, houve também uma redução na colheita de órgãos. link 
8. Ministério da Saúde suspendeu pagamento de incentivos aos profissionais das USF - Lusa 18.12.13, medida que a Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar (USF-AN) classificou de "muito grave e inaceitável. link 
9.  As taxas moderadoras pagas pelo acesso aos cuidados de saúde hospitalares vão subir já a partir de janeiro - Negócios 26.12.13.link
10. Menos meio milhão de consultas em centros de saúde - CM 20.07.13. link

11. OCDE - Famílias portuguesas são das que mais pagam na saúde – Económico 21.11.13. Portugal é o quarto país entre os 34 que integram a OCDE onde as famílias mais pagam do seu bolso pelas despesas de saúde. link
12. O “buraco” nas contas dos hospitais com estatuto empresarial (EPE) ultrapassou os 460 milhões de euros em outubro. De acordo com o jornal i, que analisou as contas individuais de 39 destes hospitais e unidades locais de saúde, este montante representa um agravamento de 87% face ao mesmo mês do ano passado. Jornal I - 27.12.13 link

Olinda

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2 Comments:

Blogger Olinda said...

Tempo de balanço 2012/2013

Jornal I - 27.12.13
O “buraco” nas contas dos hospitais com estatuto empresarial (EPE) ultrapassou os 460 milhões de euros em outubro. De acordo com o jornal i, que analisou as contas individuais de 39 destes hospitais e unidades locais de saúde, este montante representa um agravamento de 87% face ao mesmo mês do ano passado.

7:02 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Volta a ser estimulante vir ao saudesa com textos como o deste belo post com que a Olinda nos brindou.

A saúde pública tem sido sucessivamente enfraquecida com cortes indiscriminados e sem fundamento técnico, com transferência de serviços para privados, sejam PPP ou misericórdias, e com a deslocação de doentes da ADSE para hospitais e urgências privadas.
Entretanto propostas de mudanças estruturadas e fundamentadas por técnicos são remetidas para arquivo morto ou colocadas na pasta "Assuntos Que o Tempo Resolverá".

Já tínhamos alguns privados a propor "urgências low cost", na expectativa de captar os doentes para lhes vender depois actos de diagnóstico e tratamentos não necessários. Agora temos um a utilizar a abertura da época de saldos com igual finalidade, mercantilização "pura" da saúde como refere a Olinda.

A promoção do consumismo na saúde é um erro que o país vai pagar caro, pelo desperdício de recursos e pelos riscos a que os doentes ficam, sujeitos. È ainda mais grave quando concretizada com dinheiros públicos, via ADSE e SIGIC, pois acabam por ser os contribuintes a pagar a ganância destes privados arrivistas.
SNS sempre

1:51 da tarde  

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