Financiamento dos hospitais 2014 (2)
2- Questões
específicas
Segue-se
agora uma síntese das questões específicas de financiamento suscitadas pela
Metodologia. Reafirmo que se trata de um bom documento técnico.
(pág. 12 e 39) A ARS não pode ultrapassar o
limite global de despesa que lhe foi «atribuído» para os contratos programa.
Mesmo que decorra de aumentos de produção e do recrutamento (autorizado) de
médicos para suprir falhas de oferta e que haja receita que compense o aumento
de despesa?
(pág. 17) Introduz-se «incentivo ao
internamento programado» com um corte de 5% no preço do GDH urgente, o que só
faz sentido nos casos em que exista alternativa programada. Incentivar o que
for clinicamente justificado e para garantir melhor qualidade e eficiência.
(pág. 17 e 36) Afirma-se que o preço da diária
de crónicos de psiquiatria passa a ser igual às entidades do sector social, mas
a tabela anexa tem preços diferentes (38,89; 37,33). Ficam as dúvidas: que
hospitais pagam (psiquiátricos ou também gerais)? A Segurança Social não
comparticipa? Idem a família já que o doente tem reforma atribuída pelo Estado?
(pág. 18) OK à responsabilidade do hospital
por cirurgias efetuadas noutros prestadores. Mas atenção à cobrança entre hospitais,
onde desde há anos subsistem grandes dívidas e ficções, e ao tempo de cobrança
após faturação à ARS que depois fatura aos hospitais. Vão passar-se meses sem
nada ser pago e há a lei dos compromissos…
(pág. 20 e 21) OK às medidas que evitam o pagamento
ao ato de crónicos, porém mantém-se tudo igual no SU e no HD. Na consulta a
metodologia que visa fixar o limite de subsequentes é questionável. Em nossa
opinião devia ser calculada por especialidade e após separar os agudos dos
crónicos. Seguir-se-ia trabalho com clínicos da especialidade para definir os
limites adequados.
Apontam-se problemas de
informação: erros de imputação de custos; elevada variabilidade e disparidade
de valores entre hospitais do Grupo F (IPO) no índice de subsequentes. Aqui como
são apenas 3 não seria melhor trabalhar com eles para diagnosticar e corrigir?
(pág. 22)
O custo médio da CE dos grupos C e D justifica tão grande diferença de preço
(+53,6%)? Reconhecem-se problemas na CE: «decorridos mais de cinco anos sobre a
implementação da CE a tempo e horas constata-se a necessidade de promover pela
via do financiamento a redução dos tempos». OK, mas passados 5 anos?
(pág. 27)
Na taxa de cesarianas usa-se uma «sopa de números e %» referida a 2 tipos de
serviços. Não seria preferível definir clinicamente um limite para a taxa de
cesarianas ajustada pelo risco (cf. IASIST) e penalizar quem ultrapasse o
padrão em mais de x%?
(pág. 40) OK, EBIDTA = 0. Mas o que acontece
aos hospitais que não cumpram as metas sem razão “forte”? Como já foi referido falta a articulação com os
contratos de gestão, indispensável para se promover a transparência e a
responsabilizacão pelos resultados.
(pág. 42) Os indicadores para incentivos
institucionais deveriam evoluir, por ex. ajustar a demora média pelo risco (cf.
IASIST).
(pág. 46)
Ok às penalizações por incumprimento dos prazos de reporte. Mas seria de
prever, a cargo das agências: monitorização mensal dos contratos programa com
apoio próximo aos hospitais; auditoria periódica à execução do contrato
programa e do seu reporte.
(pág. 48) Not
OK na contratualização interna. Já se verificaram retrocessos em alguns
grandes hospitais pelo que devia ser obrigatório contratar com a gestão
intermédia dos CRI, o que se justifica agora mais dado terem-se agregado vários
hospitais em grupos e centros.
(pág.
49) Muito bem na penalização para evitar efeitos perversos da capitação nas
ULS. OK ao programa de promoção de I&D
Preciosa Saúde
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