Paulo Macedo de cócoras
Chefias do Hospital de S. João chegam a acordo com o Governo
As chefias do Hospital de São João, no Porto, "analisaram favoravelmente as propostas do Governo", anunciou, este sábado, António Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Hospital de S. João.
Os responsáveis demissionários aguardarão a concretização das medidas propostas pela tutela até ao próximo dia 15 de julho, informou, ainda, o presidente do Conselho de Administração do Hospital de S. João, no final da reunião deste sábado de manhã com as chefias intermédias.
O presidente do Conselho de Administração convocou os responsáveis das unidades autónomas das oito unidades de gestão e os 58 diretores de serviço do Centro Hospitalar de S. João que, anteontem, apresentaram a demissão em bloco por falta de condições para assegurar a gestão do hospital.
JN 21/06/2014
Paulo Macedo, andava nas graças do mundo. Considerado “urbi et orbe” como o melhor ministro deste decrépito governo, alardeava competência cortando a eito nas ditas gorduras do SNS. Nesta sua apetência para a contabilidade pura e dura, cortou no financiamento do SNS o dobro do que fora exigido pela Troika.
Entretanto o SNS ia definhando à míngua de dinheiro e de reformas que lhe conferissem outra dinâmica e novas qualidades. As USF iam surgindo a conta-gotas, muito sob a pressão dos profissionais dos CSP; os hospitais viviam na letargia da subnutrição, conduzidos por administrações mais preocupadas em assegurar lugar próprio que em reclamar mudanças na gestão e na estrutura hospitalar. Nos bastidores, Misericórdias e grupos económicos privados iam urdindo, assistindo gulosos ao deslaçar do SNS na expectativa de conquistar novos quinhões.
Eis senão que a coisa parte, a revolta surge no segundo maior hospital do País. Inconformados, fartos de ajustamentos malabarísticos impostos por cortes financeiros cegos, sem outro objetivo que não fosse conduzir a novos ajustamentos prenunciadores de novos cortes, a totalidade das chefias intermédias demite-se arrastando consigo a maioria dos diretores dos serviços de ação médica.
Face à dimensão da revolta, solidário com as chefias hospitalares, o Conselho de Administração diz-se numa primeira notícia demitido para depois recuar, certamente a pedido de Paulo Macedo, aceitando permanecer em funções caso o Ministro cumprisse com as promessas feitas meses atrás ao seu Presidente sob a ameaça deste em bater com a porta.
A coisa foi de tal monta que, dado o risco de ingovernabilidade do segundo maior hospital do País, o próprio primeiro-ministro veio dar razão aos revoltosos. Paulo Macedo não tinha pois outra saída que não fosse prometer cumprir com o que anuíra com Presidente do CA do H.S. João, como é hoje confirmado pelas notícias.
António Ferreira vê assim reforçado o seu prestígio de administrador, de líder interpares e, de certa forma, de mentor da reforma hospitalar. Paulo Macedo perde terreno e margem de manobra no seu esgotado estilo de prometer e não cumprir. Hoje pode dormir descansado, porém, as caixas de Pandora abrem-se e este episódio vem reforçar a justeza da greve de médicos marcada para os dias 8 e 9 do próximo mês de Julho.
Tavisto
Etiquetas: Paulo Macedo, Tá visto
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