domingo, junho 8

Paulo Macedo, tenta desmobilizar os médicos


O Ministério da Saúde diz lamenta a decisão da Federação Nacional dos Médicos avançar para greve e afirma que se esta concretizar a paralisação está a violar o acordo assinado em outubro de 2012 por sindicatos médicos e o Ministério.

A decisão de greve, marcada para os dias 8 e 9 de julho, foi tomada depois da reunião que se realizou na sexta-feira e que durou mais de quatro horas entre os dois sindicatos médicos, Ordem e ministério. Em discussão esteve o atrasos da aplicação do acordo assinado há dois anos e despachos recentes do ministério como o código de ética e a reorganização da rede hospitalar que estabelece quais as especialidades que cada hospital pode ter. 
Em comunicado, o ministério "reafirma a sua total disponibilidade para negociar com todas as organizações médicas, como sempre aconteceu. Aliás, durante a reunião ocorrida ontem, 6 de junho, ficou claro que vários dos pontos constantes da agenda apresentada pelos sindicatos são passíveis de negociação, entendimento e compromisso".
E dizem não vislumbrar "razões que justifiquem a declaração de greve ou de outras iniciativas de contestação ou paralisação de serviços, tanto mais que sempre tem manifestado disponibilidade para o diálogo e para encontrar soluções". Contudo, adiantam que não deixarão de "continuar a tomar as medidas imprescindíveis para a sustentabilidade de um sistema de saúde de qualidade".
Durante a reunião de ontem, foi acordado que as quatro entidades se voltarão a reunir para continuar as negociações. Antes disso, já nesta segunda-feira, o ministério deverá enviar aos sindicatos a ata da reunião de sexta com todos os compromissos assumidos. O Sindicato Independente dos Médicos decidiu ficar de fora da greve.
Ana Maia, DN 07/06/2014

Paulo Macedo tenta desmobilizar os médicos invocando o acordo assinado entre as partes em 2012 em torno de matérias relacionadas com a contratação coletiva. Procura assim que médicos e estruturas sindicais que os representam, se preocupem apenas com o próprio umbigo ignorando todas as tropelias cometidas, ou em perspetiva, sobre o SNS visando reduzi-lo à expressão mais simples.
Tal é o caso das alterações à rede hospitalar contidas na portaria 82/2014, que, a serem concretizadas, levarão a fortes restrições no acesso a cuidados de especialidade em muitas zonas do País. Ou que, a troco de cedências em torno da carreira profissional, aceitem a cumplicidade do silêncio, consentindo na lei da rolha imposta pelo projeto designado por “Código de Ética”. Ou, que os incluídos nas carreiras consintam na existência de médicos indiferenciados, ao ser recusada formação especializada a muitos dos futuros médicos. 
Tavisto

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