terça-feira, junho 3

Selfie do Cavaco


A bola é o ópio do Povo e é, assim, em quase todo o lado. Mas em Portugal nota-se mais a presença da bola na vida pública. Menor no Norte da Europa, igual em Espanha, Itália e América do Sul.
Por exemplo, em Portugal (e Espanha) existem 3 jornais desportivos diários! Dito de outra forma, onde há mais Povo há mais bola.
Li recentemente um trabalho interessante num site de desporto. Conferiam as reacções dos jogadores da época ao 25 de Abril de 74, Simões e outros. Sem surpresa oscilavam entre o comentário cauteloso ou meio fascista, e todos eram circunstanciais e desinteressantes.
Juntando ao que dizem (ou não dizem) os jogadores de hoje constatamos que não aprendemos nada com os atletas da bola, para além de modas e penteados foleiros. Nem uma palavra sobre o país e o mundo, sobre a vida pública. Importa dizer que ainda são miúdos, milionários e são censurados pelas instituições do futebol que querem o jogo assim: supostamente asséptico, despolitizado, para venderem publicidade. 
Mas há sinais que as coisas podem estar a mudar. Vamos ver como corre o mundial no Brasil e como se resolve o escândalo da competição no Qatar. 
Por ora, a minha teoria é esta: Os jogadores da bola estão ao serviço do sistema. Não só pela alienação mas porque legitimam a ordem das coisas. 
Imaginem que até fizeram um selfie com o Cavaco!
PM

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