Declaração de guerra
GREVE na primeira
semana de Julho. Resultado da reunião geral com a Tutela / 06 de Junho (17h -
21h)
Como é sabido, no dia
29/5 houve uma reunião entre a FNAM, o SIM e a Ordem dos Médicos (Bastonário e
as 3 seções regionais) para analisar a situação actual a nível da classe e
perspectivar a acção futura de convergência e articulação reivindicativa entre
si.
A principal decisão
saída dessa reunião foi a constituição de uma delegação conjunta das 3
estruturas e solicitar uma reunião ao Ministro da Saúde com carácter de
urgência na base de um caderno reivindicativo global que se recorda em anexo.
Essa reunião
realizou-se no dia 6 de Junho, no Ministério da Saúde, às 17h e durou mais de 4
horas. Na reunião no Ministério da Saúde, estiveram presentes o ministro, os 2
secretários de estado, representantes da ACSS e da SPMS e ainda o
director-geral da saúde. Após mais de 4 horas de reunião e não tendo havido, na
avaliação da FNAM, compromissos negociais claramente assumidos por parte do
ministro, a delegação da FNAM, transmitiu à delegação ministerial que iria
proceder à convocação de uma greve a decorrer no início do próximo mês de
Julho. Em seguida, as 3 estruturas médicas voltaram a reunir-se para analisar,
de novo, a situação, agora à luz dos resultados da reunião no Ministério da
Saúde. Embora se tenha verificado uma ampla coincidência de pontos de vista entre
as 3 estruturas sobre a situação concreta que atinge os médicos em múltiplas
questões essenciais da sua vida sócio-profissional, houve, contudo, uma
divergência clara no que se refere às medidas a tomar.
A delegação da FNAM,
no respeito pelo mandato que lhe tinha sido conferido pelo seu Conselho
Nacional no dia 24 de Maio, decidiu que será convocada uma greve para a
primeira semana de Julho.
Além disso, iremos
monitorizar publicamente (página web da FNAM e do SMZC) o desempenho do Sr.
Ministro da Saúde e da sua equipa em relação a todas as situações pendentes,
apresentadas mais uma vez, na reunião de ontem. Mais se informa, que o
Bastonário e as SR da OM, estão totalmente solidários com a luta dos médicos,
declarando-se apoiantes da greve de Julho.
Caderno
reivindicativo: link
FNAM , 07.05.14
Longe demais: Muitas são
as matérias que OM e sindicatos contestam relativamente à política de saúde de
Paulo Macedo. A gota de água terá sido a proposta de despacho que visa estabelecer a “lei da rolha”, sob capa de código de ética da saúde.link
Agora, Paulo Macedo vai ter que recuar mais uma vez.
Paulo Macedo: «Não há saúde para além do défice. A história deste Ministério
da Saúde tem sido feita de constantes indefinições, poucos avanços e muitos
recuos, imprecisões técnicas, focos de guerrilha mediática e deriva
contabilística à imagem do seu líder. A prioridade máxima, apesar de todas as
campanhas em sentido contrário, têm sido os números, os custos, as metas
orçamentais.» (Miguel Guimarães)
Etiquetas: Fnam, Paulo Macedo, s.n.s
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“O Ministério da Saúde acredita que, até à data do agendamento da greve, a Fnam possa ainda rever as suas posições, poupando os cidadãos aos sacrifícios que representaria a falta ou o adiamento de cuidados de saúde”, adianta um comunicado de imprensa, que acrescenta que “vários dos pontos constantes da agenda apresentada pelos sindicatos são passíveis de negociação”. Contactada pelo PÚBLICO, a federação sindical remeteu para data posterior um esclarecimento sobre a alegada violação dos compromissos firmados há dois anos.
Depois de a Fnam ter anunciado que não ficou satisfeita com a reunião com o ministro na passada sexta-feira, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) explicou, já este sábado, que não adere a esta forma de luta porque não desistiu de dialogar com Paulo Macedo, que aceitou recuar e reformular uma série de questões polémicas, como a proposta de código de ética e a reestruturação da rede hospitalar.
Quanto à Ordem dos Médicos, assegura a sua “total abertura” para negociar com o ministério, avisando que está disponível para apoiar medidas “indispensáveis para estimular o êxito autêntico” deste diálogo.
Lembrando que muitas das objecções apresentadas na reunião “mereceram do ministro uma aparente receptividade e uma resposta genericamente positiva”, como é o caso da portaria de classifica os hospitais e a proposta de código de ética já apelidada de “lei da rolha”, o SIM nota que o governante se comprometeu a marcar nova reunião dentro de 30 dias, “para se avaliar a prossecução dos pontos apresentados”. Sobre a paralisação, manifesta “a sua compreensão pela opção, caso se confirme”, mas sublinha que “cada organização médica é livre de tomar as posições que entender”.
“Num momento de profunda crise económica, financeira e social, a ética, a honra e a palavra são valores em que o SIM jamais cederá”, sustenta.
A Ordem parece disposta a esperar menos tempo. Aguarda que a tutela lhe envie amanhã a acta da reunião do final da semana para poder aferir “a forma como as palavras e as frequentes afirmações genéricas de boa intenção são passadas a um documento com compromissos concretos e datados”. Ao contrário do SIM, defende que muitas preocupações dos profissionais não tiveram resposta no encontro com Macedo e dá os exemplos da lei do acto médico e da “recusa em corrigir os erros que, por exemplo, levaram o Hospital de Santarém, com uma honestidade que possivelmente irá ser amordaçada, a assumir a falta de qualidade da sua urgência geral”. Constata ainda que está a ser imposto aos médicos “um clima de perseguição e medo”.
JP 08.05.14
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