Centralizar para destruir
De acordo com informações divulgadas
pela comunicação social, está concluído o relatório que a Administração Regional de Saúde de
Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) encomendou à consultora privada Antares Consulting,
sobre a reorganização da oferta hospitalar.
Recorde-se que, no dia 7 de outubro de
2013, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) - Entidade Pública Empresarial
(EPE), assinaram um contrato com a empresa Antares Consulting, Lda (Contrato n.º
129/2013, referência 20130251). Este contrato visava a elaboração de um estudo
sobre a reorganização da oferta hospitalar para a ARSLVT. Adjudicado por ajuste
direto, este estudo custou 73.180 euros, mais IVA à taxa de 23%, perfazendo
assim um valor total de 90 mil euros.
Assim que tomou conhecimento deste
protocolo, o Bloco de Esquerda questionou o Governo (Pergunta 217/XII/3ª). O prazo de
resposta de trinta dias está evidentemente ultrapassado mas o Governo até hoje não respondeu.
Entretanto, de acordo com o “Documento
de Lançamento”, o prazo para entrega deste relatório era o dia 13 de dezembro de 2013.
Consequentemente voltámos a questionar o Governo e solicitámos também a cópia deste
relatório. A pergunta continua sem resposta até hoje. Quanto à cópia do relatório, o Governo
respondeu-nos em 14 de maio de 2014 referindo ter sido entregue “a versão preliminar da
proposta” acrescentando que não podia divulgar o relatório visto tratar-se “de um documento não
final e que se encontra em fase de análise e de discussão interna”.
Sabemos agora que este relatório
proporá a criação de dois grandes grupos hospitalares, designadamente o Grupo Hospitalar da
Península, agregando o Hospital de Setúbal, o Centro Hospitalar Barreiro Montijo e o
Hospital Garcia de Orta, e o Grupo Hospitalar da Lezíria, que congregará o Hospital de Santarém e o
Centro Hospitalar do Médio Tejo (que integra os hospitais de Torres Novas, Abrantes e Tomar).
Uma proposta com estas características
altera profundamente a rede hospitalar da região de Lisboa e Vale do Tejo, como tal, não
pode desenvolver-se nas costas dos utentes, dos autarcas, dos profissionais de
saúde, das populações nem da Assembleia da República. Não é concebível que o
Governo mantenha um jogo de silêncios em torno deste assunto, recusando-se a
responder a todas as questões colocadas sobre este relatório e recusando-se a
divulgar o relatório.
Por fim, recorde-se que há cerca de um
ano, o Bloco de Esquerda questionou o Governo (Pergunta 1879/XII/3ª) precisamente
sobre a possibilidade de estar em andamento a criação de um Grupo Hospitalar integrando o
Centro Hospitalar do Médio Tejo e o Hospital de Santarém. O Governo respondeu-nos em julho de
2014 com afirmações pouco claras e evasivas mas referia não existir “nenhuma
proposta concreta quanto à criação de um Grupo Hospitalar do Ribatejo”. Perante esta conjuntura, o Bloco de
Esquerda considera fundamental conhecer este relatório bem como as intenções do Governo para
com as propostas nele preconizadas.
Atendendo ao exposto,
e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do
Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério da Saúde,
as seguintes perguntas:
1. O Governo considera a possibilidade
de criar o Grupo Hospitalar da Lezíria, congregando o hospital de Santarém e o Centro
Hospitalar do Médio Tejo (que integra os hospitais de Torres Novas, Abrantes e Tomar)?
2. O Governo considera a possibilidade
de criar o Grupo Hospitalar da Península, agregando os hospitais de Setúbal, o
Centro Hospitalar Barreiro Montijo e o Hospital Garcia de Orta?
Palácio de São Bento, sexta-feira, 29
de Maio link
Etiquetas: Crise e politica de saúde, HH
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