terça-feira, junho 2

USF, modelo a investir

Um dos pontos da primeira versão do Memorando de Entendimento, assinado pelo anterior executivo com as instituições internacionais, passava pelo desenvolvimento da reforma dos CSP, nomeadamente com a aposta no modelo unidade de saúde familiar (USF), como forma de fazer o Serviço Nacional de Saúde poupar dinheiro. 
Todavia, «temos uma reforma a meio» que nem viu crescer significativamente o número de USF criadas, nem completou o quadro administrativo que lhe está consagrado desde que foi pensada.
Apesar de reconhecer ser necessário fazer uma revisão de alguns pontos do modelo USF, Francisco Ramos considera que esse é o modelo onde se deve investir.
Afinal, são estas unidades que conseguem aproximar mais os objetivos dos profissionais aos objetivos dos dirigentes e do sistema de saúde, assim como aos objetivos dos utentes. 

Na perspetiva de Francisco Ramos não é possível aumentar uma componente do sistema sem reduzir a outra e nessa medida «é mesmo indispensável» reduzir a oferta hospitalar para cumprir aquele que deve ser o desígnio de qualquer sistema de saúde que é ter os CSP como porta de entrada do sistema
Outra questão que pode comprometer as contas do SNS é a organização dos cuidados e a interligação entre os CSP, os hospitais e os cuidados continuados.
Francisco Ramos defendeu o desenvolvimento de «toda a componente dos Aces», nomeadamente das unidades funcionais que os devem constituir, e também sugeriu a inclusão de algumas «ferramentas indispensáveis» à relação entre o cidadão e o sistema nos agrupamentos.
Nomeadamente alguns meios de diagnóstico que podem ser integrados nas unidades de recursos assistenciais partilhados (URAP) de forma a facilitar o percurso do utente dentro do sistema de saúde, evitar as idas à urgência e o transtorno de procurar um sítio para a realização de exames, e assim melhorar a «satisfação do cidadão».
 Tempo Medicina 02 06.15

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