domingo, agosto 9

Paulo Macedo eleiçoeiro

«Ordem dos Médicos (OM) e sindicatos estão juntos contra o alargamento temporário e voluntário das listas de utentes até ao máximo de 2500 utentes por parte dos médicos de família das zonas carenciadas. link
A proposta do Governo contempla a compensação de mais 741 euros por mês, constando o valor do projeto de diploma que está, neste momento, em consulta pública e que o Executivo pretende levar a Conselho de Ministros ainda este mês.
Para o bastonário da OM, mais 600 doentes por cada médico é uma medida «eleitoralista» e demagógica, considerando José Manuel Silva que «não chegarão aos dedos de uma mão» os clínicos que possam aceitar. O responsável acusa ainda a tutela de querer em vésperas de eleições «mistificar a promessa que fez no mandato» de atribuir um médico de família a cada português. »
Tempo Medicina
«Os médicos de família das zonas carenciadas que aceitem aumentar as suas listas de 1900 para 2500 utentes vão poder receber até mais 741 euros brutos para compensar o acréscimo, voltou a anunciar o Ministério da Saúde, que pôs em consulta pública um projecto de diploma neste sentido, a apenas dois meses das eleições. Tanto a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) como os os dois sindicatos médicos consideram que esta é uma “proposta eleitoralista” que não será exequível, prevendo mesmo que poucos ou nenhuns profissionais venham a aderir. A Ordem dos Médicos também critica.
Mesmo assim, o Governo decidiu avançar com esta proposta, que já tinha, aliás, sido anunciada em Abril. A medida do aumento das listas em troca de um incentivo consta de um projecto de diploma que está em consulta pública e que o Governo quer levar a Conselho de Ministros ainda durante o mês de Agosto, explica esta quinta-feira o Jornal de Notícias.
A proposta não passa de uma “utopia”, diz o presidente da APMGF, Rui Nogueira, que alerta que, mesmo com o actual número de doentes, as condições de trabalho já são difíceis. “Não é sequer desejável que os médicos de família aceitem um aumento de listas. Não é possível dar consultas reais”, assegura Rui Nogueira, que lamenta que o Ministério da Saúde “queira fazer antes das eleições o que não fez em quatro anos”.
Os responsáveis dos dois sindicatos médicos contestam igualmente esta medida e defendem que é “impossível” de concretizar na prática” e prevêem que “não terá qualquer adesão”. É uma medida “eleiçoeira”, classifica Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM). “O total de 1900 utentes é a linha vermelha, o limite dos limites. É altamente desaconselhável fazer mais do que isto, é mau para os utentes, é posta em causa a qualidade”, enfatiza.
“É impossível que um médico de família se responsabilize por 2500 utentes”, reforça, por sua vez, Merlinde Madureira, da Federação Nacional dos Médicos (FNAM). Este foi, aliás, um dos pontos em que o Governo não conseguiu a concordância dos sindicatos nas negociações que culminaram no último acordo, assinado em Julho passado. Com esta medida, "é possível que os doentes vejam o médico, mas o médico não vai ver os doentes”, ironiza a dirigente sindical.»  
JP 06.08.15 link
Paulo Macedo, não para de nos surpreender. Depois de quatro anos a encanar a perna à rã e reformas que não saíram da gaveta, eis que temos o privilégio  de ver o verdadeiro Macedo em todo o seu esplendor. Um verdadeiro mestre de politica eleiçoeira. A torrente de medidas dos últimos meses, dirigidas a todas as áreas da Saúde, ameaça mesmo atascar a publicação do Diário da República-
Esta do alargamento temporário e voluntário das listas de utentes até ao máximo de 2500 utentes constitui mais um golpe eleiçoeiro de génio. Temporário (até às eleições), voluntário (741 euros, é dinheiro para quem ganha 1.800 euritos mensais). Que os médicos aliciados, passem a fazer 35 a 40 consultas por dia são peanuts para o senhor ministro. Ou pirates … segundo esse outro grande mago da comunicação.

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