Paulo Macedo, amanuense da troika
«Os
problemas estão todos para o próximo Governo [resolver]», já que receberá um
orçamento «minado» com as consequências resultantes dos mais de quatro anos de
governação PSD/CDS.
Entre elas
está a necessidade de «repor os níveis salariais» da função pública que
o Tribunal Constitucional ordenou, o «descongelamento das carreiras»
inerente ao fim do Memorando de Entendimento, a reposição dos níveis de
financiamento hospitalar necessário para assegurar o funcionamento diário das
unidades e resolver o grande problema da inovação científica «que
está aí à porta» de forma a evitar um episódio como o que aconteceu com o
tratamento para a hepatite C que, nas palavras de Adalberto Campos Fernandes,
foi «lastimável».
O exercício
orçamental de 2016 está assim, na opinião de Adalberto Campos Fernandes, a ser
preparado em clima «pré-explosivo». Estas questões irão colocar-se todas ao
próximo inquilino da João Crisóstomo porque o atual perdeu, na perspectiva do
conferencista, «uma grande oportunidade» para concretizar «reformas estruturais
e duradouras na Saúde» tal como o sector pede há décadas, frisou o médico. Em vez disso, argumentou, a via escolhida foi
a de cortar a despesa por três vias que não serão perenes
A
primeira a contenção da despesa resultou da redução dos salários dos
trabalhadores da função pública -- cortes estes que terão de ser repostos
para o próximo ano – depois reduziu-se a despesa transferindo os custos com a
Saúde para o bolso das famílias e, por último, diminui-se os custos
com medicamentos cortando nos preços e margens do sector.
Neste último ponto, o
representante do PS assegurou que ficou por fazer uma «verdadeira reforma do
sector do medicamento» que resolvesse o problema das comparticipações e da
inovação terapêutica que será mais uma «bomba» com que o próximo Executivo terá
de lidar. E tudo isto aconteceu numa altura em que as corporações – como a Ordem dos
Médicos, a Ordem dos Enfermeiros e os sindicatos de ambas as classes – e os
stakeholders – farmácias e Indústria Farmacêutica -- estavam «dispostos a
negociar, como nunca» no sentido de colaborar numa aliança estratégica para a
reforma que a equipa de Paulo Macedo deixou por fazer. «Perdemos uma grande oportunidade nestes quatro anos», garantiu o orador.
Tempo
Medicina, 21.07.15
O ministro da saúde, Paulo Macedo, não passou de um grande bluff. Na altura em que era necessário um líder com visão e competência, capaz de fazer as reformas necessárias, saiu-nos um amanuense das finanças zeloso cumpridor dos cortes da troika.
O ministro da saúde, Paulo Macedo, não passou de um grande bluff. Na altura em que era necessário um líder com visão e competência, capaz de fazer as reformas necessárias, saiu-nos um amanuense das finanças zeloso cumpridor dos cortes da troika.
Drfeelgood
Etiquetas: Crise e politica de saúde, Paulo Macedo
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