Programa da Saúde
«A crise e a fraca definição de políticas levaram o SNS a
gastar pior os recursos escassos e a gerar graves problemas e desigualdades no
acesso, tendo-lhe faltado visão estratégica e capacidade para executar as
reformas organizativas indispensáveis.»
As politicas:
«Fundamental relançar a reforma dos cuidados de saúde
primários e dos cuidados continuados integrados ao mesmo tempo que se deverá
concretizar uma reforma hospitalar que aposte no relançamento do SNS.
1. Cuidados
Saúde Primários
- Garantir médico de família a todos os portugueses. Neste sentido, o XXI Governo Constitucional compromete-se,
até ao final da legislatura, a criar 100 novas Unidades de Saúde Familiar.
- Dotação deste nível de cuidados com um novo tipo de
respostas, nomeadamente, MCDTS;
- Reforço das capacidades dos cuidados de saúde
primários, através do apoio complementar em áreas como a psicologia, a
oftalmologia, a obstetrícia, a pediatria e a medicina física e de reabilitação;
- Abordagem integrada e de proximidade da doença crónica
através da criação de um programa de prevenção para a Gestão Integrada da Doença
Crónica, cobrindo a hipertensão, a diabetes, a doença cardiovascular e a
doença oncológica;
- Integração das prestações de saúde com as da Segurança
Social, tanto a nível local como a nível regional e central. Sendo horizontais
as determinantes da má saúde e cada vez mais agudas as necessidades de apoio
coordenado ao cidadão idoso e com dependência, não deve perpetuar-se a atual
verticalização estanque dos dois principais instrumentos do Estado Social.
2. Hospitais
- Reformar os Hospitais na sua organização interna e
modelo de gestão, tendo como exemplo inspirador as Unidades Autónomas de Gestão
(UAG), apostando na autonomia e na responsabilização da gestão e na aplicação
de incentivos ligados ao desempenho;
- Promover a avaliação externa independente das
experiências hospitalares existentes em regime de parceria público-privada (PPP) no sentido de
habilitar tecnicamente a decisão política em função da defesa interesse público;
- Criar um Sistema Integrado de Gestão do Acesso - SIGA,
que facilite o acesso e a liberdade de escolha dos utentes no SNS, nomeadamente no
que diz respeito a áreas onde a espera ainda é significativa: consultas de
especialidade, internamentos, meios auxiliares de diagnóstico e terapêutica;
3. Reduzir as desigualdades entre
cidadãos no acesso à saúde
- Repor o
equilíbrio famílias-Estado no financiamento da Saúde. Os atuais 32% a cargo das
famílias têm que ser progressivamente revertidos para valores que não discriminem
o acesso, nem tornem insolventes as famílias.
- Redução
global do valor das taxas moderadoras.
- Praticar
políticas de diferenciação positiva orientadas para os cidadãos mais vulneráveis,
para as mulheres em idade fértil e as crianças, as pessoas idosas e em situação
de dependência
4. Governação
do SNS
- Reforço da capacidade do SNS através da alocação dos
recursos humanos, técnicos e financeiros adequados, para alcançar objetivos
concretos de redução do tempo de espera no acesso aos cuidados de saúde, assim como para
exames e tratamentos, de forma a assegurar cuidados de saúde de qualidade, com
segurança e em tempo útil;
- Aperfeiçoamento do atual modelo de contratualização dos
serviços, introduzindo incentivos associados à melhoria da qualidade, eficiência
e equidade dos serviços, inseridos nos contratos de gestão;
- Reforço da autonomia e da responsabilidade dos gestores
do SNS e das unidades prestadoras de serviços;
- Clarificação das funções de acionista, financiador,
regulador e prestador dentro do SNS, terminando com as ambiguidades derivadas de
sobreposições de várias funções;
- Evolução progressiva para a separação dos setores
através da criação de mecanismos de dedicação plena ao exercício de funções
públicas no SNS;
- Redução das ineficiências e redundâncias no sistema,
prevenindo a desnatação da procura, e a deterioração da produtividade e da qualidade
no setor;
- Introdução de medidas de transparência a todos os
níveis, com divulgação atempada da informação relativa ao desempenho do SNS;
- Redução progressiva das situações geradoras de
conflitos de interesses entre o setores público e privado, incluindo as relações com a
indústria farmacêutica;
- Reforço dos mecanismos de regulação através da
clarificação das competências e dos papéis dos diferentes intervenientes em cada setor de
atividade;
5. Reforçar o
poder do cidadão no SNS
- Criação de um SIMPLEX da Saúde que simplifique os
procedimentos relativos ao acesso e utilização do SNS, ao qual deve ser conferida
prioridade
- Criar o Conselho Nacional de Saúde no sentido de
garantir a participação dos cidadãos utilizadores do SNS na definição das políticas,
contando com a participação das autarquias e dos profissionais, bem como
de conselhos regionais e institucionais, como forma de promover uma cultura de
transparência e prestação de contas perante a sociedade;
- Intervir sobre a criação de incentivos legais e fiscais
que influenciem direta ou indiretamente o ambiente e os comportamentos
determinantes de saúde e de doença.
- Modernizar e integrar as tecnologias da informação e as
redes existentes de forma a manter as pessoas mais velhas e os doentes por mais tempo
no seu ambiente familiar, desenvolvendo a telemonitorização e a
telemedicina;
- Incentivar a participação das pessoas mais velhas na
vida profissional e social, apoiando as políticas que favoreçam a progressão gradual
entre a vida ativa e a reforma;
Um programa sucinto que não deixa de ser ambicioso. Marcará,
caso seja cumprido, uma viragem importante na política do ministro Paulo Macedo, que deus o tenha em bom lugar.
Propõe-se
reduzir progressivamente os atuais 32% a cargo das famílias para valores que
não discriminem o acesso, nem tornem insolventes as famílias.
A implementação das medidas previstas neste programa dependerá
sempre em última análise do financiamento disponível para a Saúde (OE 2016).
CC, conseguiu negociar em 2006 um dos maiores orçamentos
para a Saúde (8,7 milhões euros) depois de ter cometido a proeza de limitar em apenas
5,3% o crescimento da despesa no ano anterior.
Segundo CC, Paulo Macedo terá deixado uma dívida de 1,5 mil milhões de euros link.
A confirmar-se este valor, mais a incógnita do financiamento disponível, embora ACF refira ter feito todas as contas, compreende-se como curta é a margem
de manobra do ministro.
Temos muita curiosidade em saber o que ACF fará relativamente
à “progressiva separação dos setores publico privado da Saúde, através da
criação de mecanismos de dedicação plena ao exercício de funções públicas no
SNS”.
Nota: Gralhas de texto. Não havia neessidade.
Etiquetas: ACF
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