Devolução das PPP à gestão pública
É uma má decisão.
É certo que um relatório já antigo da Young, apurou "encargos líquidos de 12 419 milhões de euros em 30 anos, para a componente de gestão clínica e de 1 177 milhões para a gestão dos edifícios num total de 13 596 milhões”.
É muita massa.
Muita massa para quem não tem demonstrado categoria nem especial aptidão para gerir hospitais da rede do SNS.
Continuar com as PPP é má decisão por duas ordens de ideias principais:
1.º O que está em causa é o próprio modelo disfuncional das PPP. Contratos de gestão extremamente complexos. Claustrofóbicos. Verdadeiros escafandros asfixiadores da iniciativa e autonomia indispensáveis à boa gestão. Para pregar um prego é necessária a concordância das entidades gestoras que operam no terreno e autorização das respectivas ARS. Por outro lado, o acompanhamento aturado e dispendioso do Estado não faz das PPP, unidades mais transparentes nem mais baratas do SNS.
2. º A tentativa de redução de encargos do Estado constituirá mais um factor de aceleração da deterioração da qualidade dos serviços prestados pelas PPPs que alguns indicadores da monitorização do SNS já revelam. link A curta existência das PPP tem sido marcada por apertos
financeiros. Cascais acumulou prejuízos de 2,2 milhões de euros (2011) e
Braga de 16,5 milhões, chegando a ser noticiada a falência
quase eminente desta unidade.
Comprovado que não fazem melhor, nem mais barato, não favorecem a transparência e a inovação, “não há nada que seja defensável para a manutenção das PPP” (Constantino Sakellarides), cabendo ao ministro da saúde, Adalberto Campos Fernades (ACF) tomar a única decisão coerente possível: Devolver as PPPs à gestão pública.
Oportunidade única de ACF ficar para a história da democracia e do SNS, sem comprometer o apreço de Marcelo Marcelo de Sousa que, como se sabe, vai sempre atrás do que mexe.link
Finalmente, vamos saber de que massa é feito o nosso ministro da saúde.
Drfeelgood
Etiquetas: ACF, drfeelgood
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