sábado, outubro 8

ACF, perdeu a mão nisto tudo?

O CDS-PPP, requereu a presença do ministro da Saúde na AR link para discussão das dividas da Saúde. 
Trigo limpo. Mais tenso que o habitual, ACF, lá foi respondendo satisfatoriamente às questões colocadas pelos deputados (verdadeiros tenrinhos). link 
No dia seguinte (28.09.16) foi publicado o despacho 143/2016 link
 Um erro crasso bem aproveitado pelo PSD. Miguel Santos, diz mesmo que "o ministro da saúde está completamente perdido. Perdeu a mão nisto tudo. Este despacho, de resto, é inútil, até porque a única coisa que os hospitais fazem agora é pagar salários. E alguns já nem isso conseguem fazer". 
Num Projecto de Resolução apresentado na AR o PSD “recomenda ao Governo que prossiga a política dos anteriores executivos no sentido de gerir com responsabilidade e investimento os recursos do Serviço Nacional de Saúde”. link 
No último mês de Governação PSD/CDS, a dívida total do SNS a fornecedores externos descera para 1.220 milhões de Euros, enquanto os atrasos de pagamentos se situavam nos 451 milhões de Euros. 
«A dívida total do SNS a fornecedores externos voltou a subir cerca de 230 milhões de Euros, situando-se a mesma, em Julho de 2016, nos 1.459,3 milhões de Euros. Significa isto que a dívida total do SNS a fornecedores externos sofreu, entre julho de 2015 e julho de 2016, um agravamento de 12,1%, tendo a mesma aumentado 19,6% desde que o actual Governo entrou em funções. 
Já os pagamentos em atraso dos hospitais do SNS a fornecedores externos sofreram um agravamento de 262 milhões de Euros desde que o actual Governo iniciou funções, o que significa um aumento de 58% apenas nos últimos 10 meses .
Com efeito, de acordo com os mais recentes dados divulgados pela Direcção-Geral do Orçamento, na Síntese de Execução Orçamental relativa a agosto de 2016, os pagamentos em atraso aumentaram para os 713 milhões de Euros, enquanto que, em Dezembro passado, os mesmos se situavam nos 451 milhões de Euros.» 
Certo é que a coisa não está famosa. 
 No entanto ACF, firme, mantém o objectivo de fechar as contas do corrente ano com um saldo de menos 179 milhões e um stock de dívida e um prazo médio de pagamentos igual, senão melhor, ao registado em Dezembro de 2015. 
Marta Temido, presidente da ACSS, considerou que seria bom haver um reforço do orçamento do SNS. Reconhecendo que “ninguém gosta de orçamentos rectificativos, porém a reposição de salários ou mesmo a subida do salário mínimo não foram acauteladas do ponto de vista financeiro no Orçamento do Estado. 
Também PPB: «Actualmente, com o argumento do aumento de despesa devido às 35 horas semanais, volta-se a cair na tentação de encontrar explicações em vez de resolver o problema. Se há um aumento de despesa determinado por decisão central do Governo, então as instituições deveriam receber o reforço de orçamento correspondente a essa decisão. De outro modo, está-se a introduzir um elemento perverso de gestão, ao descredibiliza o orçamento atribuído. O que só poderá resultar no futuro, como sucedeu no passado, num acelerar do crescimento da dívida (uma vez que até se passa a ter uma “razão” para ter dívida).»
Em breve veremos o "fundo ao saco", como dizia a minha avózinha.
Drfeelgood
Foto: Jornal Público

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