SNS, aprofundamento das desigualdades
«Imagine-se este cenário: no mesmo dia e à mesma hora há dois homens, com a mesma idade e com os mesmos problemas de saúde, que têm um acidente vascular cerebral com as mesmas características. A diferença é que um dos doentes vai para um dos melhores hospitais do país e o outro para um que fica de fora do ranking. link
As estimativas indicam que o primeiro tem menos 20% de hipóteses de morrer do que o segundo.
Os melhores hospitais conseguem também ter menos 1,3% de complicações com os doentes que atendem e menos 1,5% de readmissões de doentes.
Estes resultados são conseguidos com um tempo de internamento inferior” ao dos hospitais que não chegam ao top. Se todas as unidades do país conseguissem ter um comportamento idêntico às que chegam ao pódio, o país conseguiria ter menos 473.677 dias de internamento. Nas melhores instituições os profissionais também são mais produtivos: os médicos vêem em média mais 11,6% de doentes e os enfermeiros assistem mais 21,8%.
Estes indicadores são conseguidos com menos dinheiro.
Os hospitais do topo conseguem tratar os doentes com um valor que em média é de menos 26,3%. Há mais qualidade com menos despesa. Estima-se que se no Serviço Nacional de Saúde todas as unidades trabalhassem com a mesma eficiência a poupança seria de 742 milhões de euros.»
Jornal Público 29.11.15 link
Não conseguimos acesso ao estudo. Não tivemos oportunidade de o ler, portanto. Fazendo fé dos resultados relatados, obviamente redondos próprios deste tipo de estudos, as referidas conclusões são um alerta preocupante para as desigualdades cada vez mais profundas que se verificam no nosso serviço público de saúde. E um contributo para que se faça luz na cabeça do senhor ministro da saúde para a necessidade de dar prioridade à reabilitação de muitos dos hospitais do SNS. No lugar dos "projectos de inovação" que parece ter na forja como os remendos do Polo Hospitalar de Sintra e a construção de mais algumas assoalhadas no Hospital de Cascais.
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