domingo, março 4

Chinesices


Breve passagem pelas notícias da Saúde da última semana (JP) 
Centro de reabilitação do Sul fecha dois terços das camas por falta de profissionais 
«O Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul (CMR Sul) tem 54 camas para internamento, mas a falta de profissionais levou a que dois terços da capacidade estejam desaproveitados. A administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), responsável pela gestão daquele centro desde Agosto de 2017, assumiu o compromisso de até ao final deste ano ter todo o internamento a funcionar.» JP 28.02.18 link 
Médicos avançam para três dias de greve: 10, 11 e 12 de Abril 
«A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) decidiu neste sábado realizar uma greve nacional a 10, 11 e 12 de Abril, para a qual procurará o envolvimento de todas as associações médicas, disse à agência Lusa fonte da estrutura. Está também prevista uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, a 10 de Abril.» JP 03.03.18 link 
Resolvida praga de baratas no hospital (Covilhã) 
«A autoridade de saúde responsável pelo Hospital da Covilhã, onde foi denunciada a existência de baratas na cozinha e no refeitório, disse neste sábado que já foi feita uma vistoria e que não foram detectados os insectos referidos. "Com as medidas tomadas, na última vistoria que fiz não havia baratas na cozinha e nos equipamentos referidos no centro hospitalar da Cova da Beira", afirmou a responsável pela autoridade de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde da Cova da Beira (que inclui o Hospital da Covilhã), Henriqueta Forte, à Lusa.» JP 03.03.18 link 
Doentes queixam-se de atrasos no acesso à medicação da hepatite C 
«A questão foi levantada na última comissão parlamentar de saúde pela deputada do CDS Ana Rita Bessa, que lembrou que desde 1 de Janeiro a responsabilidade do pagamento dos medicamentos passou para os hospitais, que recebem através dos contratos-programa um valor único a rondar os 7 mil euros por doente. “Desde Janeiro os hospitais terão deixado de adquirir medicamentos e estarão a aguardar uma circular conjunta da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e Infarmed de como devem funcionar com este novo procedimento”, apontou.» JP 02.03.18 link 
“Já não chega só marcar reuniões.” Enfermeiros mantêm greve 
«O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) vai manter a greve marcada para os dias 22 e 23 de Março. “Já não chega só marcar reuniões, queremos as questões resolvidas de imediato”, disse ao PÚBLICO Guadalupe Simões, dirigente daquele sindicato. A decisão da manutenção da greve foi tomada esta quinta-feira numa reunião da direcção nacional daquele sindicato.» JP 01.03.18 link 
Directores do hospital de Faro “injustiçados” demitem-se por falta de meios 
«A sobrelotação do hospital de Faro, agravada pela falta de pessoal, está a colocar em causa o funcionamento da unidade do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHA). Os três directores dos Serviços de Medicina colocaram o lugar à disposição no princípio da semana, e ontem os colegas de outros departamentos subscreveram um documento de “solidariedade” para com esta tomada de posição.» JP 28.02.18 link 
O ministro da “medicina tradicional chinesa”: 
 «A Portaria 45/2018 que confere o grau de licenciado em “medicina tradicional chinesa” (MTC) a qualquer cidadão que frequente um curso superior de quatro anos nesta área representa uma ameaça à saúde dos portugueses e uma ofensa à comunidade científica.»JP 28.02.18 link 
 A sensação com que se fica, após a leitura deste conjunto de notícias, é de enorme desencanto perante a patente bagunçada, evidência de casa mal governada. E dum ministro preocupado com chinesices. 

2 Comments:

Blogger Tavisto said...

Médicos canadianos em protesto... porque não querem ser aumentados

Centenas de médicos e estudantes de medicina da província canadiana do Quebec têm estado a assinar uma petição online, contra o previsto aumento dos salários. E a razão é nobre
É caso para dizer: "só no Canadá!" Desde o dia 25 de fevereiro que uma petição online contra o aumento dos ordenados dos médicos tem vindo a recolher centenas de assinaturas, dos próprios médicos.
“Nós, os médicos do Quebec, que acreditamos num sistema público forte, opomo-nos aos recentes aumentos de salários negociados pelas nossas federações de médicos,” lê-se na petição. O grupo de médicos que encabeça o protesto defende que em boa consciência não podem aceitar o aumento, quando outros companheiros de trabalho, como os enfermeiros e os administrativos não veem as suas condições melhoradas. Também alertam para a degradação dos serviços prestados aos doentes, em virtude dos cortes orçamentais que têm acontecido nos últimos anos.
Enquanto os enfermeiros se têm deparado com uma crescente sobrecarga de trabalho - com aumento do número de doentes por profissionais, a classe médica tem visto os seus salários aumentar - no mês passado os sindicatos conseguiram um aumento de 1,4% -, sendo mesmo mais elevado na província do Quebec do que na vizinha Ontário.
"A única coisa que parece estar imune aos cortes no sistema de saúde são os nossos salários", acrescenta a petição. "Ao contrário do que alega o Primeiro Ministro, acreditamos que há uma forma de redistribuir os recursos do sistema de saúde do Quebes, de forma a promover a saúde da população e ir ao encontro das necessidades dos pacientes, sem levar os trabalhadores ao limite."
O caso está a ser analisado pelo Ministro da Saúde.

SARA SÁ – VISÃO



Como Adalberto Campos Fernandes deve invejar a sorte do seu colega Canadiano!

9:19 da tarde  
Blogger AM said...

Há muito não escrevo neste blog.
Tem estado mortiço.
E não sei se a solução governativa (gosto sempre destes adjectivos modernos) para tal tem contribuído (para o mortiço, quero eu dizer).
Sei que os problemas continuam os mesmos, e um destes dias ainda hei-de enviar um texto mais elaborado ao Xavier a este respeito.
Um exemplo é esta coisa inusitada lá do Quebec, de haver pessoas (imagine-se) que trabalham com outras pessoas, em funções e responsabilidades distintas, mas para o mesmo bem final, que não querem ver agravadas as diferenças intergrupais de tratamento remuneratório, pelo que acham que daí, negativa e directamente, decorreria para os doentes que tratam.
Ou seja: há um sítio em que médicos acham que os enfermeiros ganham demasiado menos que eles próprios, de forma a que estes últimos devem ser os primeiros beneficiários de aumentos salariais.

Isto não me parece estranho (embora me seja tão natural que estranho).
Como médico.

Provavelmente nasci do lado errado do oceano (ou da noite, não sei bem).

Agora, Tavisto, Clara, E-Pá, Brites, Xavier, digam-me lá: a vantagem do congénere de Adalberto no Canadá qual é, qual seria?

Nenhuma.

Ninguém descontente trabalha melhor. Pelo motivo que seja.

AM

(Ou ante meridiem ou, quando não tiverem atritos em assinar em letra própria, contarão comigo para fazer o mesmo, apesar do que já cá escrevi ao longo dos anos, que mudaria, como mudaríamos tudo, mas em pormenor; o âmago manter-se-ia, como se mantém sempre).

12:29 da manhã  

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