sábado, junho 16

O senhor que se segue ...

Falou da morbilidade múltipla, de uma governação moderna, da reforma dos cuidados primários, o que falta mudar para transformar o SNS ? 
O capital humano. Se o SNS não começar a curto prazo a criar um corpo profissional próprio, dedicado, exclusivo, não conseguirá ter uma gestão capaz, não conseguirá o que estamos a falar, a tal transformação. O que faz o setor privado? Vai buscar ao SNS os mais qualificados, oferece melhores ordenados, coloca-os a chefiar serviços e em tempo completo e exclusivo. Não há nenhuma empresa inteligente que partilhe os principais ativos com o vizinho. Só o SNS é que ainda não descobriu isso. À volta deste corpo exclusivo poderemos ter um outro grupo profissional em tempo parcial. Será preciso ter um corpo exclusivo a 100%? Não. Podemos atingir, progressivamente, num tempo razoável os 50% ou 60% dos profissionais mais qualificados. Mas há, desde logo, que avisar que na nossa tradição, quando se fala em exclusividade, parece que é um castigo, e não pode ser. É preciso atrair e reter pessoas para o SNS doutra forma. 
Constantino Sakellarides, DN 09.06.18 link
Depois de ler mais esta entrevista de Sakellarides é caso para perguntar: O que tem andado o ministro da saúde a fazer?
Entalado entre greves e o Centeno; sem preparação, talento e alento; a dormir na forma; incapaz de levar a cabo o plano de reformas que o SNS precisa urgentemente.
Clara Gomes

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2 Comments:

Blogger Tavisto said...

Um dos maiores erros cometidos na gestão de recursos humanos no SNS foi a extinção do regime de dedicação exclusiva na carreira médica. Impunha-se aperfeiçoá-lo, corrigindo erros entretanto identificados, mas nada justificava a abolição de um regime de trabalho com provas dadas. Tem, pois, toda a razão Sakellarides quando diz que é preciso criar no SNS, a curto prazo (sublinha-se), um corpo profissional próprio à volta do qual se integram os profissionais que não pretendem trabalhar em exclusivo no serviço público de saúde.

10:20 da manhã  
Blogger Paciente com paciência said...

O Relatório Primavera, do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, deixa muitas criticas à primeira metade desta legislatura

11:41 da manhã  

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