domingo, abril 22

De mal a pior...

Constantino Sakellarides, antigo professor da Escola Nacional de Saúde Pública e perito em políticas do sector, entregou esta quinta-feira uma carta de demissão a Adalberto Campos Fernandes. Divergências de pensamento motivaram a saída do consultor do ministro, que há dois anos coordenava um projeto de modernização do SNS
Chegou ao fim a colaboração entre o reconhecido especialista em políticas de Saúde Constantino Sakellarides e o ministro com a pasta, Adalberto Campos Fernandes. O professor catedrático jubilado da Escola Nacional de Saúde Pública liderava há dois anos um processo para modernizar os cuidados assistenciais e saiu por divergências com a governação.
"Demiti-me esta sexta-feira. Enviei a carta ontem ao ministro. Acordos e desacordos são naturais na vida. O ministro não ficou surpreendido e eu também não", disse ao Expresso na manhã desta sexta-feira. Constantino Sakellarides não quis revelar as razões concretas do seu afastamento, justificando que "não estaria a ser decente ao comentar". Ainda assim, explica que "o processo foi evoluindo e que foram surgindo limitações", tornando-se "difícil fazer coisas com utilidade" como era seu objetivo.
Nos últimos dois anos, Sakellarides coordenou a iniciativa SNS Saúde + Proximidade, um processo para modernizar a oferta pública de cuidados à população garantindo o acesso à assistência adequada e no momento certo. A integração de todos os níveis de cuidados, por exemplo entre o domicílio, o centro de saúde e o hospital; e o desenvolvimento da literacia em Saúde eram algumas das metas principais.
Ao Expresso, o especialista em saúde pública garantiu que o trabalho da equipa que liderou tem pernas para continuar a andar: "O projeto tem todas as condições para continuar, pois não o abandonaria se assim não fosse." Sakellarides reconhece que o ministro da Saúde tem um trabalho muito complicado pela frente. "A tarefa é terrível e tenho um enorme respeito por quem quer ser ministro, mas há coisas que não são confortáveis, e não vou voltar atrás na demissão.".
Expresso 20.04.18 link
Se os sinais são evidentes que as coisas vão de mal a pior, António Costa e Rui Rio parecem estar de acordo que o futuro joga-se na revisão de bases da Saúde. Maria de Belém, sempre oportuna, quer negociar com o PSD (tudo menos o Bloco). link
Assim sendo, já se sabia, temos a Saúde entregue aos bichos. 
Cumpre-nos cumprir a liturgia em mais um 25 de abril.

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2 Comments:

Blogger Tavisto said...

Rui Rio escolheu Luis Filipe Pereira para ministro da Saúde do seu governo sombra. Todos conhecem o pensamento e a ação de LFP, enquanto ministro da pasta no governo de Durão Barroso. Não podem pois os que preconizam acordos de regime na Saúde com Rui Rio, argumentar que desconhecem ao que vão.

12:12 da manhã  
Blogger Paciente com paciência said...

E anos depois da saída de LFP a saúde andou mal com C. Campos e vai de mal a pior com o Campos atual.

11:30 da manhã  

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