É necessário agir
Greve dos enfermeiros. Ministra diz que cirurgias desmarcadas serão reagendadas a partir de janeiro .
A ministra da Saúde, Marta Temido, disse esta sexta-feira que as cirurgias adiadas devido à greve dos enfermeiros, que calculou em quatro mil, vão ser reagendadas a partir de 1 de janeiro de 2019.
Em declarações aos jornalistas após uma reunião com as administrações dos cinco hospitais afetados pela greve, a ministra afirmou que findo este período de greve, que espera que “termine o mais rapidamente possível”, estes doentes serão reagendados “desejavelmente a partir de 1 de janeiro de 2019”.
“O que não prejudica que daqui até lá continuemos a trabalhar com as estruturas sindicais que se mantêm a negociar no sentido de encontrar o melhor acordo dentro daquilo que são as possibilidades do Governo, do país e daquilo que é o interesse dos sindicatos para sairmos desta situação que consideramos que é preocupante, mas para a qual temos de olhar dando-lhe a devida proporção”, declarou.
Marta Temido sublinhou que em termos numéricos a adesão dos enfermeiros a esta greve "em média ronda os seis, sete por cento” e apesar de ser “uma greve muito agressiva pois implica um núcleo muito importante da atividade hospitalar, da atividade assistencial, que são os blocos operatórios, onde há constrangimentos como listas de espera e as de gestão das mais diversas”.
A governante explicou que as reuniões que teve hoje com as administrações hospitalares dos estabelecimentos afetados pela greve serviram para acompanhar a evolução da situação.
“Estamos perante uma situação que justifica a maior atenção e preocupação, mas é muito importante que se refira que os doentes, de acordo com os critérios, estão a ser intervencionados”, garantiu.
Marta Temido disse ser importante referir que “os piquetes de greve e os conselhos de administração têm conseguido trabalhar e articular no sentido da melhor defesa dos interesses dos doentes, de acordo com o que foi estabelecido pelo Conselho Económico e Social em termos de serviços mínimos”.
A ministra considerou o número de cirurgias adiadas “significativo”, mas “residual dentro daquilo que é a capacidade produtiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dentro daquilo que é o número de cirurgias anual do SNS.
A 'greve cirúrgica' dos enfermeiros, que termina a 31 de dezembro, está a decorrer nos blocos operatórios do Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal.
Foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), embora inicialmente o protesto tenha partido de um movimento de enfermeiros que lançou um fundo aberto ao público que recolheu mais de 360 mil euros para compensar os colegas que aderissem à paralisação.
Lusa 07/12/2018
Senhora Ministra, não nos queira atirar areia para os olhos! Esta greve self-service está a ter consequências desastrosas para os doentes. Se não foi isto que as administrações lhe disseram é porque são submissas ou não vão ao terreno. Recuperar o terreno perdido com reagendamento cirúrgico dentro do SNS é impossível, mesmo admitindo total estabilidade laboral a partir de janeiro, o que não se anuncia.
Drª Marta Temido, mantendo-se este clima de instabilidade laboral, serão os próprios doentes a fazer “greve” ao SNS exigindo alternativas ao Governo. Não nos fiquemos pois por discursos politicamente corretos, a gravidada da situação exige mais determinação política se de facto se quer defender o Serviço Público de Saúde.
Tavisto
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