Os Pequenos Passos da Reforma
Hospital de Bragança
«Quando o ministro da Saúde, Correia de Campos, anuncia uma revisão profunda dos serviços de urgência dos centros de saúde e dos hospitais, fechando os menos eficientes e concentrando recursos onde eles são mais necessários, o Estado está a reformar-se.
Para que o Estado não continue a consumir metade da riqueza criada em cada ano. Há sempre mais do que um caminho para concretizar este objectivo: um, potencialmente menos eficaz e mais caro em termos políticos, é anunciar grandes reformas e garantir o apoio das corporações que não são afectadas pelas mudanças contra as que são ‘apanhadas‘ por medida de reestruturação. O outro, mais prático e menos conflituoso, passa por uma estratégia de pequenos passos, que, no fim da linha, resulte precisamente nessa grande reforma. O encerramento de serviços de urgência dos centros de saúde e de hospitais, de forma progressiva, segue esta segunda opção. Mas mais importante do que o caminho seguido é mesmo a necessidade de o fazer».
António Costa, DE, 09.12.05
António Costa, DE, 09.12.05
3 Comments:
Parábens por mais um cartoon feliz.
Quem é que terá enfiado o barrete ao CC !
Certamente quem o aconselhou a reconduzir os Gestores SA.
Que grande barretão.
De qualquer forma também que desejar ao CC um FELIZ NATAL.
Marques serralheiro,
O problema é que é mil vezes mais fácil encerrar urgências do que reformar a rede de cuidados primários.
Aliás, é mais fácil, mais barato e, sabe-se lá, possivelmente até dá (poupa) milhóes!
Avelino,
Como é evidente sou dos que penso que deve reorganizar-se a rede de cuidados primários como devem fazer-se indispensáveis ajustes nos SU hospitalares. Mas a tentação será sempre a de fazer o que é mais fácil e adiar o que é mais didícil e complexo. Encerrar serviços reduz despesas e basta fazer publicar um Despacho...
Há dias certamente não lhe terá passado despercebida a primeira manifestação contra o encerramento de SU em Grândola. E lá estava a Autarquia metida no assunto. Como já aqui referi, será que o anúncio do encerramento de SU's não é mais um ensaio para colocar a batata quente nas mãos dos autarcas?
E para que se saiba, não vejo que, como noutros países, não possam as autarquias ter nesta área responsabilidades de primeira linha.
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