sábado, dezembro 10

Sejamos simples

Júlio Pomar


A propósito da semana de aceso debate aqui na SaudeSA lembrei-me da frase proferida pelo candidato, Aníbal Cavaco Silva, numa entrevista à RTP: «Duas pessoas sérias com a mesma informação têm de concordar.»
Para ACS, a divergência de ideias, só pode resultar de ignorância ou de má fé.
Que eu saiba o tonitosa e o vivóporto não são ignorantes nem têm discutido este tempo todo de má fé. Mas divergem. Vão continuar a divergir. Têm ideias irreconciliáveis sobre a mesma matéria.
A propósito dos mails que tenho recebido a referirem que, ultimamente, há muito conflito, há discussão a mais na SaudeSA, lembrei-me deste poema do Alberto Caeiro:
Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou...
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á verdor na sua primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos!...
Alberto Caeiro, "O Guardador de Rebanhos".
Prometemos ser daqui em diante simples e calmos como regatos. Será que CC ... ?

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3 Comments:

Blogger Clara said...

Lindo !
Muito a propósito.
Mas não vale a pena.
Continuemos a tentar não ter medo de existir.
Um beijo.

10:25 da tarde  
Blogger tonitosa said...

A frase reproduzida, da autoria da ACS, certamente que terá sido utilizada em contexto próprio e só assim se poderá considerar acertada. Se temos sobre determinada matéria a mesma informação e somos sérios devemos concordar? Se a nossa análise estiver a ser feita sobre determinado aconteciemnto (passado) e dele tivermos a mesma informação, não pode haver divergência. Eu dira que não deverá haver divergência. Se duas pessoas observaram o mesmo acontecimento e têm dele a mesma informação, podem ter opiniões diferentes sobre as causas que estiveram na sua origem e sobre as suas possíveis consequências, mas deverão estar de acordo sobre "o que ambos observaram".
Diferentes são as questões de indole política, doutrinária e ideológica. Podemos nestes domínios ter a mesma informação, sermos sérios e no entanto termos opções (escolhas) diferentes. Situamo-nos então no domínio dos juízos de valor. Das opções e escolhas de cada um. E julgo ser o caso que me tem levado a defender ideias ou talvez melhor, ideais diferentes das do Vivóporto. Obviamnete e julgo poder falar por mim e pelo Vivóporto, temo-lo feito de forma séria e sem má-fé. E independentemente da informação de cada um de nós sobre gestão e políticas de saúde, na verdade temos ideias diferentes mas com bastantes pontos comuns sobre os critérios que devem presidir à escolha dos gestores dos HH.

12:29 da manhã  
Blogger helena said...

O silogismo de ACS está mal formulado.
Duas pessoas sérias com a mesma informação podem conflituar, basta que a interpretação/descodificação da mesma informação seja feita segundo uma tábua de valores diferente.
Este foi mais um dos raciocínios castrenses do professor Aníbal.


Quanto a pensar Deus, este como é evidente não gosta.

Da mesma forma, muitas das críticas que lhe são feitas aqui na SaudeSA, CC não gostará.

Está pois fora de causa que nalguma oportunidade, por mais remota que seja, CC amará o Xavier ou o vivóporto (por exemplo) fazendo-os belos como as árvores e os regatos ou dar-lhes a experimentar o verdor da primavera.

Mesmo atendendo a que CC, como confessou, recentemente, tenha uma enorme memória selectiva, que lhe permite esquecer a maioria das patifarias qui lhe fazem.

Mas isto era discurso voltado para a guerra ANF/CC.

Lá muito no íntimo CC não perdoa.

E como poderá perdoar se todos os dias lhe avivam a memória, a qual por mais selectiva que seja, dificilmente dará vasão a tanto ressentimento.

2:53 da tarde  

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