segunda-feira, março 26

Passar Informação, é preciso

Acho um raciocínio enviesado correlacionar o trabalho extraordinário dispendido pelos médicos nos SAP's e a contestação, liderada essencialmente pelos orgãos autárquicos, do encerramento dos mesmos.
As causas são outras. Não basta dizer que os SAP's tinham o seu encerramento programado há muito. Era preciso explicar, previamente, porquê, como e para quê.
E a coincidência do anúncio dos SAP's com a re-estruturação das urgências, além de infeliz no tempo, veio acrescentar, às populações, um sentimento de insegurança que se mostrou alheio à real incapacidade (dos SAP's) em resolver problemas urgentes ou de emergência. Tanto mais que não existe no terrenos uma rede movél pré-hospitalar e os SUB só existem (ainda) no papel.
Houve, portanto, erros de calendarização, deficit informativo e precipitação.
Estas situações são como é óbvio "aproveitadas" pelas oposições que, no caso vertente, apanharam a boleia do poder autárquico, rapidamente mobilizado.
Assacar ou imputar responsabilidades desta situação a eventuais benesses económicas relativas ao pagamento de horas extraordinárias a médicos, enfermeiros, etc., é confundir a árvore com a floresta.
O problema não é corporativo, nem colide com a justeza da proposta de reorganização das urgências apresentada.
Foi um problema de inépcia política que tem sido difícil de ultrapassar e, já teve, custos - é preciso não camuflar.
Se continuarmos a centrar a atenção das populações sobre questões absolutamente marginais, se tentarmos desviar a questão para a poupança de horas extraordinárias, mais custos vai ter.
A solução não é a diabolização dos trabalhadores da saúde (médicos, enfernneiros, etc.) que, tão somente, serviam o esquema organizativo montado.
Em vez de andarmos à procura "bodes expiatórios" (pau para toda a obra) será mais acertado achar soluções políticas adequadas, informar e educar.
Quando a informação não "passa" há sempre lugar para secretismos (as tais listas secretas...)
E depois, haverá sempre "espaço" para a TVI (como se cita no post) promover os "seus inacreditáveis trabalhos sobre a Saúde..."
É-Pá