Privados da Saúde, concentração
De acordo com o semanário económico (23.03.07), a Caixa Geral de Depósitos (Hospitais Privados de Portugal) que há bem pouco tempo admitia vender a maioria (40%), isto, antes de saber o desfecho do concurso do Centro Hospitalar de Cascais PPP, vai avançar para a compra do Grupo Português de Saúde, segundo maior grupo privado a operar no sector da saúde.
Repetimos, a propósito, o que escrevemos num post recente (03.01.07) link
(...)Desejam-se grupos sólidos financeiramente, com estratégia bem definida, com organização e gestão apurada e com experiência relevante na área em que querem "emparceirar" .
E o que é que vemos ?
Temos que um grupo desistiu ao 2º assalto (SCMP) por entre guerras internas e dois dos restantes (GPS e CGD) querem "ser comprados".
O número de empresas da área da saúde vai diminuindo (concentração) e parece estranho que numas semanas se apregoem aos 4 ventos a expansão que antevêem, os enormes ganhos de eficiência com que podem ajudar o SNS - o que são sinais de quem tem exploração bem lucrativa - e, na semana seguinte, anseiem por ser comprados!
Ninguém deseja ver os nossos hospitais em mãos estrangeiras, porventura integrados num qualquer fundo ou portfólio impondo a sua margem de lucro a qualquer custo e "podando" (ou reconvertendo em função do seu interesse) as unidades que não produzam o resultado desejado.
Vemos agora que os grupos "nacionais" não enjeitam a possibilidade de se vender (em fatias de 25%) e abandonar o negócio (…)
E concluíamos:
Esta área exige cuidadosa reflexão e ponderação antes de novos avanços...
O Governo assim não o entendeu e… avançou, embora seja certo que, nesta altura, se podem considerar três grupos sólidos (compradores) a competir na área da saúde : José de Mello Saúde, Hospitais Privados de Portugal e BES Saúde.
Repetimos, a propósito, o que escrevemos num post recente (03.01.07) link
(...)Desejam-se grupos sólidos financeiramente, com estratégia bem definida, com organização e gestão apurada e com experiência relevante na área em que querem "emparceirar" .
E o que é que vemos ?
Temos que um grupo desistiu ao 2º assalto (SCMP) por entre guerras internas e dois dos restantes (GPS e CGD) querem "ser comprados".
O número de empresas da área da saúde vai diminuindo (concentração) e parece estranho que numas semanas se apregoem aos 4 ventos a expansão que antevêem, os enormes ganhos de eficiência com que podem ajudar o SNS - o que são sinais de quem tem exploração bem lucrativa - e, na semana seguinte, anseiem por ser comprados!
Ninguém deseja ver os nossos hospitais em mãos estrangeiras, porventura integrados num qualquer fundo ou portfólio impondo a sua margem de lucro a qualquer custo e "podando" (ou reconvertendo em função do seu interesse) as unidades que não produzam o resultado desejado.
Vemos agora que os grupos "nacionais" não enjeitam a possibilidade de se vender (em fatias de 25%) e abandonar o negócio (…)
E concluíamos:
Esta área exige cuidadosa reflexão e ponderação antes de novos avanços...
O Governo assim não o entendeu e… avançou, embora seja certo que, nesta altura, se podem considerar três grupos sólidos (compradores) a competir na área da saúde : José de Mello Saúde, Hospitais Privados de Portugal e BES Saúde.
Quando vão começar estes três grupos a vender?
11 Comments:
Este comentário foi removido pelo autor.
Os ataques e os os boicotes que uma certa esquerda fez durante anos aos maiores grupos privados portugueses vai ter os seus efeitos colaterais, evidentemente.
É ridiculo que este blogue esteja agora preocupado com isso quando foi um dos fomentadores desses boicotes entre 2002 e 2005. A malta anda a dormir e desconhece as tendências e as estratégias dos actores privaods na europa.
Também não nos podemos esquecer que o próprio Espirito Santo Saúde tem um parceiro alemão famoso pelas suas técticas demolidoras dos inetresses dos profissionais de saúde... informem-se...
O que é ridiculo é a dona laginha estar a falar em boicotes da esquerda às empresas privadas.
Santa ignorância. Haja Deus.
O Estado em Portugal não tem feito outra coisa senão apoiar, ao longo de anos e anos, a actividade privada.
No caso da aplicação informática da CPCHS, por exemplo, foi inteiramente desenvolvida pelos técnicos do HUC, em proveito da CPCHS que meteu ao bolso largos milhares com a venda, e vai aproveitar a ANF para os fins mais inconfessáveis.
O que os privados têm feito em Portugal é viver à pala do Estado. Isso sim...
Caro hospitalepe, o Estado só tem apoiado os privados de vão de escada. Porque é aí que trabalham os colegas médicos que montam as suas clinicazinhas e laboratoriozinhos e depois arranjam maneira de desviar os doentes do hospital público para o seu pequeno negócio privado (incluindo para o ambulatório de vão de escada). O Estado não tem apoiado os "grandes" grupos privados devidamente no sentido de que estes possam ser uma alternativa credivel aos hospitais públicos ou para os tornar suficientemente sólidos para aguentar os ataques previsiveis dos grupos estrangeiros. Não confunda as coisas.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
E o que são as PPP?
O Centro Hospitalar de Cascais PPP
adjudicado aos Hospitais Públicos de Portugal (HPP).
São Brás de Alportel do Grupo Português de Saúde.
Seguir-se-ão São Marcos Braga, Vila Franca, Hospital Central Algarvio...
Que culpa tem "uma certa esquerda" de não haver empresas de informática sólidas em Portugal?
Não é o Estado que dá por portas travessas as ajudicações aos amigos (caso do Ministério da Educação)?
Não me vai dizer que o Ministério da Saúde devia desatar a fazer Convenções com o Hospital da Luz (do coquepite)para atender os utentes do SNS?
O caso da ANF, a forma como medrou e estendeu os seus tentáculos a todos os sectores da Saúde, com a oposição aparente do Estado contraria em definitivo o seu ponto de vista.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Esta é de bradar aos céus!
O Estado português deve proteger os grandes grupos privados nacionais da saúde para os defender da voracidade do capital estrangeiro.
Mais do que tem feito?
O Estado tem é que defender o interesse dos utentes!
Mas donde surgiu esta laginha?
Deve pertencer aos quadros do hospital do coquepite.
Só pode!
Quando se fala na actividade privada de saúde vem sempre à liça as inciativas de grupos profissionais, na sua maioria de pequena dimensão e que, ao longo dos anos, têm exercido uma actividade suplectiva em relação às insuficiências de resposta do SNS. Nessas ocasiões - quando o assunto é trazido à baila - aproveita-se o ensejo para enfatizar situações de eventuais conflito de interesses ou de prosmiscuidade entre o sector público e privado. A tentação é generalizar e lançar o opróbrio sobre um grupo profissional da saúde - os médicos.
Todavia, estas arcaicas "guerrinhas" escondem o essencial, isto é, o potencial mercado da medicina privada em Portugal.
As largas perspectivas desse mercado é que tem aguçado, nos últimos anos, o apetite dos grandes grupos privados de saúde, suportados pelo capital financeiro (bancos) e seguradoras que apostam nos emergentes seguros de saúde. Por sua vez estes seguros tendem a contratualizar serviços aos grandes griupos privados. Um círculo vicioso.
Outro problema será a total "desregulamentação" do sector da medicina convencionada. Grande parte deste sector está bloqueado, não é fiscalizado e, nos últimos tempos, tem sido paulatinamente encaminhado para as IPSS. Recentes acordos de algumas misericordias com entidades bancárias são um indício de novos voos, inclusivé para a "construção" de uma rede paralela (alternativa) de urgências.
Finalmente, as PPP que em nome da eficiência de processos de gestão entregam a exploração de unidades de saúde, construídas com dinheiros públicos, e de serviços clínicos pagos pelo SNS, a entidades privadas. É necessário nunca perder de vista que todas, sem exepção, estas "entidades privadas" movem-se pelo lucro. É o funcionamento normal do sistema, nada há a criticar.
Portanto, o sector da sáude em reboliço, desde há muito tempo, isto é, praticamente desde a entrada em vigor da Lei de Bases da Saúde aprovada pelo governo PSD de Cavaco Silva, e a intensificação das suas querelas tem-se agudizado nos últimos tempos.
A tendência de concentração dos grandes grupos privados de saúde é uma antecipação, a resposta, deste sector á bagunça reinante perante a imutabilidade do sector público.
Depois seguir-se-á as vendas, isto é, a concentração a nível internacional dando origem a grupos gigantescos. Tempos da globalização.
Agora, não venham outra vez com a história de manter os centros de decisão em Portugal. Já demos para esse peditório desde a rábula de Champalimaud, o Totta e o Santander.
Em minha opinião, do que precisamos é de uma nova Lei de Bases da Saúde, amplamente participada na sua elaboração, sempre fundamentada no vector social do Estado, capaz de implementar modernos processos de gestão e de informação, que seja completamente esclarecedora dos diferentes "territórios" e capaz de separar as águas.
Depois ficaremos todos a saber com que linhas nos cozemos...
Até lá, pouco mais faremos do que andar a brincar às "escondidas".
Uma vez que o administrador do blogue iniciou um processo de limpeza, este comentário da helena é um pouco despropositado:
"Mas donde surgiu esta laginha?
Deve pertencer aos quadros do hospital do coquepite.
Só pode!"
Não sei o que é um hospital coquepite. Mas deixe-me dizer-lhe que está errada. Foi, sim, uma certa esquerda incrustada na DGS, no IGIF e no MS em geral que boicotou da única forma possível (a burocracia!) o melhor desenvolvimento do sector privado.
Senão, também saudepe, veja:
- as PPP estão com quatro anos (4!) de atraso.
- As convenções são uma grande confusão que não serve os interesses do cidadão que paga impostos, nem do SNS e muito menos dos privados sérios.
- convenções com o hospital da Luz? tomara o zé povinho ter esse privilégio... não brinquem com a nossa inteligência, helena e saudepe.
O que tem faltado em portugal é um grupo de gente competente (e, já agora, séria), nas ARS, IGIF e DGS, portanto do lado do estado, a contratualizar e a acompanhar com instrumentos técnicamente sãos e, sobretudo, a tornar o estado exigente com o sector e privado e, de seguida, com o próprio estado.
E-pá, os centros de decisão são uma treta, claro. Mas os empregos podem começar a mover-se para outro lado, também na saúde, com a entrada em portugal dos grandes grupos estrangeiros se, de facto, não tivermso uma política de defesa dos nossos melhores interesses (profissionais de saúde que ainda gostam de ver doentes, sobretudo!)
De uma coisa eu tenho a certeza: à medida que os privados ocuparem espaço na Saúde, centenas de técnicos que se julgam de alto gabarito, terão que mudar de vida. Os lugares irão escasseando e não haverá Ministro da Saúde que lhes valha.
E é isto que assuta muito boa gente.
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