Farmacêuticos, Faziam Farmácias
foto: DE (12.04.07)
A AR debateu hoje LINK a proposta do Governo com vista à liberalização da propriedade das farmácias A titularidade da propriedade das farmácias vai deixar de ser exclusiva dos farmacêuticos, passando a ser exercida por pessoas singulares ou sociedades comerciais LINK
Esta liberalização tem a discordância da (OF) e da ANF:
«Não se pode garantir aos 10 milhões de portugueses que vão ter acesso à propriedade de farmácia. Isso não é possível, ainda que, qualquer dia, possa vir a ser uma das propostas antes das eleições, acrescentando que o problema deverá pôr-se na óptica de saber onde é que está o mérito para ser proprietário de uma farmácia.
O mérito é o ponto fundamental, de onde deve emanar toda a discussão. Ou seja, é preciso definir o que é que é mais justo: atribuir um bem de forma condicionada, rigorosa, a uma pessoa que, por mérito, tirou o seu curso, fez a sua formação, está disponível tecnicamente para a exercer, ou a um indivíduo que pelo facto do pai ser rico adquire uma farmácia?»
Esta liberalização tem a discordância da (OF) e da ANF:
«Não se pode garantir aos 10 milhões de portugueses que vão ter acesso à propriedade de farmácia. Isso não é possível, ainda que, qualquer dia, possa vir a ser uma das propostas antes das eleições, acrescentando que o problema deverá pôr-se na óptica de saber onde é que está o mérito para ser proprietário de uma farmácia.
O mérito é o ponto fundamental, de onde deve emanar toda a discussão. Ou seja, é preciso definir o que é que é mais justo: atribuir um bem de forma condicionada, rigorosa, a uma pessoa que, por mérito, tirou o seu curso, fez a sua formação, está disponível tecnicamente para a exercer, ou a um indivíduo que pelo facto do pai ser rico adquire uma farmácia?»
João Cordeiro
«A única coisa que posso dizer é que, como cidadão, me sinto mais confortado numa farmácia em que o farmacêutico é independente, e é o dono do negócio, do que numa farmácia onde ele é funcionário de um terceiro proprietário. Tal como “os advogados advogam”, ou “os médicos fazem medicina”, também “os farmacêuticos fazem farmácia».
Abel Mesquita
«A única coisa que posso dizer é que, como cidadão, me sinto mais confortado numa farmácia em que o farmacêutico é independente, e é o dono do negócio, do que numa farmácia onde ele é funcionário de um terceiro proprietário. Tal como “os advogados advogam”, ou “os médicos fazem medicina”, também “os farmacêuticos fazem farmácia».
Abel Mesquita
4 Comments:
Deliciosa, a prosa de JC...
A ANF, qual chancelaria, outorgaria certificados de mérito comercial aos alunos (...alguns) que ousassem concluir a formação em Ciências Farmacêuticas e, à boa maneira suserana, contemplava-os com um feudo (a farmácia). Um "neo-morgadio"!
E os meninos, filhos de pais ricos,
teriam, por ocasião das bodas matrimoniais, novos dotes:
A cerimónia nos Jerónimos, o repasto em Seteais, um apartamento na Lapa, lua de mel nas Seychelles e, na corbeille, ao lado do Porsche, uma farmácia!
Absolutely in...
Foi de facto um mau momento de João Cordeiro... (a citação em causa não tem nada a ver com a OF e seguramente que os seus responsáveis máximos não a subscreveriam)
De qualquer modo, e respondendo ao João Pedro: está relativamente bem demonstrado que a indissociação do farmacêutico DT da propriedade da farmácia é a única forma de combater os fenómenos de integração vertical e horizontal que se observam nos locais em que esta não existe. Aliás, é esta a razão pela qual cerca de 70% do países da UE mantêm esta regra (a ANF ainda só existe em Portugal:)).
Apesar de tudo, temos que reconhecer que com a lei ainda em vigor já há um fenómeno moderado de integração horizontal (a ANF) e recentemente (mas só em reacção às políticas de CC) também surgiram os pequenos sinais (tímidos) de integração vertical (compra da Alliance Unichem pela ANF e Grupo Mello).
Devemos recordar-nos que de facto actualmente apenas temos versões suaves do que poderá surgir no futuro:
- A integração horizontal mediada pela ANF apesar de tudo ainda é suave, pois feita através de quase 3000 empresas independentes, com outros tantos proprietários, com personalidades jurídicas e gestão diferentes entre si, imagem pública diferente, etc. Com as cadeias de farmácias que se anunciam, tudo isto mudará;
- A integração vertical é ainda menos significativa: a Alliance Unichem apenas domina cerca de 22% do mercado da distribuição e a quota não aumentou com a entrada da ANF no seu capital.
Ou seja, os que hoje gritam contra o "monopólio" podem ir afinando as gargantas, pois o que esta lei reserva não é mais que o extremar dos pequenos fenómenos que hoje causam tanta indignação.
Parece uma dupla de ANHUCAS!
Parecem mas é uma dupla protagonista de filmes da série negra.
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