terça-feira, novembro 13

Vacina VPH, evidência irrefutável ?


«Se não houvesse preocupação de fixar prioridades poder-se-ia ter escolhido um qualquer outro dispendioso tema da agenda mediática: cirurgia de obesidade, correcção ortodôncia, luta contra a disfunção sexual eréctil, correcção cirúrgica da miopia ou outro importante e útil tipo de intervenção. Sem menosprezar os efeitos terapêuticos destes últimos, a prioridade conferida aos três programas escolhidos é indiscutível. Saúde Oral é a “gata borralheira” do SNS. Só timidamente, e muito recentemente, foi encarada e tornada possível por gerações de novos médicos-dentistas motivados e pela visibilidade dos efeitos devastadores de uma gravidez sem acompanhamento de saúde dentária. A vacina contra o VPH link foi de evidência muito recente, mas irrefutável. Muito dispendiosa, benefícios a colher só daqui a 20 anos, mas identificáveis, palpáveis e possíveis, ao nosso alcance.» link
CC, prioridades, evidências e valores, DE 08.11.07
O que será evidência irrefutável para um político?
clara gomes

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3 Comments:

Blogger e-pá! said...

O crivo da evidência vai do verificável ao irrefutável...
Como resultados a 30 anos não são (facilmente) cientificamente verificáveis, i. e., dificilmente são reprodutíveis, ficamos pelo irrefutável (que pode até ser uma questão de fé, de oportunidade eleitoral, de pressões do lobbys da indústria farmacêutica, etc.).

Se a intervenção sobre a saúde oral ficou conhecida como a "gata borralheira" do sistema, esta poderia figurar como a "vacinação cinderela".

O artigo de CC no DE fez-me lembrar um breve pensamento de Teixeira Pascoaes, provavelmente resultante das suas intimistas e bucólicas contemplações do Marão:

"Ser uma coisa evidente é ficar reduzido a quase nada".

11:56 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Esta é à séria

O Governo vai comparticipar a 100 por cento a insulina de acção lenta e a terapêutica com bombas infusoras usadas por diabéticos, segundo o secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos.

1:39 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Como é evidente, qualquer das medidas tomadas pelo Governo visando garantir quer a prevenção quer o tratamento de doenças graves ou crónicas tem que ser saudada.
Falta, provavelmente, alguma regulamentação sobre as medidas anunciadas e poderemos, depois de as comhecermos, avaliar melhor da sua justiça e equidade.
Outras patologias deveriam ser desde já contempladas. Só quem sofre, por exemplo, de obesidade pode avaliar os males que a "doença" causa. Eu não conseguiria, por mais esforço que pudesse fazer, avaliar o sofrimento de alguém que se vê impossibilitado de "viver" dado o seu exagerado peso e deformações físicas. Essa é certamente uma doença que deve ter acesso generalizado aos cuidados médicos. Por maior ou menor custo que tenha o respectivo tratamento.
E a cirurgia à miopia não deverá também ser assegurada aos que possam com ela ser beneficiados?
O caminho a percorrer é ainda longo mas a esperança continua a ser a última a morrer.
Não sou apoiante dos que acham que devemos esperar para ver e só depois adoptarmos medidas como a da vacinação contra o cancro do colo do útero (já suficientemente testada para sabermos que os seus resultados são positivos).
Bem sabemos que quando temos saúde dificilmente lhe damos o verdadeiro valor!

10:48 da tarde  

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