terça-feira, fevereiro 5

Como a grande corporação


Viu a mudança de ministro.

A TM considera que Ana Jorge é “A ministra que vai reforçar o SNS”
link fazendo o que o primeiro-ministro determinou.
E o que é que Sócrates quer que a nova ministra faça?
«não podemos continuar neste caminho como se nada tivesse acontecido (…), não quero que as pessoas sintam que o Estado está a fechar as portas para se ir embora».«As orientações que dei à senhora ministra da Saúde foram no sentido de fazer com que as alternativas pensadas, em termos do reforço das respostas da emergência e até nas Urgências, sejam feitas antes de qualquer mudança organizativa no sistema». «Queremos proteger a imagem pública do INEM e do Serviço Nacional de Saúde, porque todos os dias há milhares de profissionais que dão o seu melhor ao serviço dos portugueses.»
Em resumo: Reforçar o SNS sem fazer ondas de molde a contentar everybody.

Mais claro e radical é Jaime Teixeira Mendes, chefe de serviço de Cirurgia Pediátrica, HSM, no artigo “A nova ministra”, publicado no TM on line,
link para quem a ministra tem a faca para dar a volta de 180 graus. O queijo é o SNS. O risco é a ministra cortar a mão.

João Rodrigues, médico especialista em MGF, membro da MCSP, num artigo publicado na TM on line, "Mudanças na Saúde: a reforma mantém-se?“, defende que "a mudança será de estilo, de ritmo e de encadeamento das medidas, e não de rumo”
link

João Semedo, quer que Ana Jorge acabe com as taxas de punição: «Esta é uma oportunidade que o Governo tem para emendar a política de desmotivação de todos os profissionais do SNS que vinha a ser prosseguida e de retomar uma política que defenda o SNS e permita que este sirva efectivamente as populações. Desde já lançamos dois reptos à nova ministra da Saúde: que ponha termo às taxas moderadoras para os internamentos e as cirurgias do ambulatório, e elabore uma nova rede de serviços de Urgência.» TM 04.01.08

Para Pedro Nunes, bastonário da OM, Ana Jorge é melhor solução: «A Ordem dos Médicos não promove ministros, tal como não pede a sua demissão, e trabalha com todos com a mesma lealdade, frontalidade e transparência. Mas claro que há ministros mais sensíveis aos contributos que a OM tem para dar, e é indiscutível que no último ano o ministro Correia de Campos não ouviu a Ordem e cometeu uma série de erros que tornaram insustentável a sua situação política. Estou convicto de que, por ser médica, Ana Jorge é melhor solução do que Correia de Campos. A Ordem vai continuar a colaborar com o Ministério da Saúde da mesma forma, aplaudindo ou criticando conforme as medidas.» TM 04.01.08

A ver vamos o que dirão dentro de alguns meses!

2 Comments:

Blogger e-pá! said...

Julgo ser necessário maior equilíbrio, quando se analisam corporações.

As múltiplas prestações de Manuel Delgado - que chegou a ser referido pelo semanário Sol como possível integrante da nova equipa ministerial - na qualidade de presidente da APAH, foram de uma prolixidade enternecedora e não deviam ser esquecidas nestas notícias corporativas.

Uns cantam em coro, outros a solo...

A partitura é que poderá ser diferente ...mas haveria todo o interesse que fosse a mesma!

10:41 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Nova equipa na Saúde, nova prática política?

Na ausência de um plano estratégico explicito para a Saúde, Correia de Campos aplicou um conjunto diversificado de medidas que puseram em causa o SNS e prejudicaram as populações, fragilizaram os médicos e romperam com a organização das carreiras médicas, prometeram melhorar a Saúde e o acesso aos cuidados de saúde e não alcançaram nem um nem outro objectivo. Perante tal ofensiva política, a resposta das populações e dos profissionais de saúde, incluindo os médicos, foi persistente, coerente e finalmente efectiva. Esta política de Saúde desastrosa sofreu uma derrota significativa -- o que não invalida que muitos dos seus efeitos perversos continuem a penalizar os médicos e as populações.
Confirma-se que é possível derrotar a intransigência, a auto-suficiência e a falta de fundamento, e não só falta de comunicação, de políticas de Saúde contrárias aos seus obreiros e seus beneficiários, mesmo em situações de poder político maioritário. Estes ensinamentos são relevantes para ler este pequeno novo ciclo da política de Saúde em vésperas de novas eleições.
A colega Ana Jorge, ao assumir a responsabilidade do novo gabinete do Ministério da Saúde com o secretário de Estado Adjunto, também médico, rompeu com um mau hábito recente de excluir os médicos da administração central. Com médicos como interlocutores é possível dialogar e participar mais no processo da organização e planificação da Saúde. Com a colega Ana Jorge vai ser possível reforçar as reivindicações de renovação em progresso do SNS, a renovação das carreiras médicas com a revalorização do trabalho médico, em particular dos jovens. Com a colega Ana Jorge vai ser possível defender a saúde materno-infantil, o Plano Nacional de Saúde e os ganhos em saúde.
Sim: vai ser possível desenvolver em melhores condições o processo reivindicativo por uma melhor organização do SNS que respeite os direitos das populações, dos doentes e dos profissionais de saúde.
Quanto aos resultados, como a experiência mostra, esses vão depender da capacidade de reflexão, prepositura e mobilização dos médicos. Pela nossa parte, como Movimento Alternativo para a Ordem dos Médicos, sem falsas expectativas, tudo faremos para contribuir para as mudanças necessárias, desejando que a colega e amiga Ana Jorge e a sua equipa tenham a clarividência e a força necessárias para renovar a esperança do direito à saúde e do SNS constitucional.

Artigo de Carlos Silva Santos, ex-candidato a bastonário

TEMPO MEDICINA ONLINE de 2008.02.04

12:58 da manhã  

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