Hospital São João
Não vai ser preciso muito tempo para sabermos quanto nos vai custar a interrupção do processo de reformas em curso liderado, até à passada terça-feira, por CC.
A abrir nova etapa aqui na SaudeSA nada melhor que este "post" do Brites.
Noticia o Público de hoje – Local Porto – a abertura de um “Novo bloco de partos de luxo no Porto”
No site do Hospital, que abre o novo bloco, podemos ler: link
“O novo Bloco de Partos abre hoje as portas, sexta-feira, 1 de Fevereiro, às 10 horas, para uma visita à nova estrutura que vai oferecer à grávida novas opções no parto: banheira de relaxamento, sala especialmente equipada para parto natural, luz directa, lógica de integração com cuidados neonatais, assistência médica e administrativas 24 horas, blocos operatórios imediatamente contíguos às salas de parto, circuito diferenciado para acompanhantes e acesso do exterior exclusivo."
Estas novas instalações vão ainda colocar à disposição da mulher novas técnicas para amenizar a dor durante o trabalho de parto: hidroterapia, musicoterapia, exercícios de relaxamento, bola e cordas específicas para parto natural. Conforme preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS), a mulher vai ter um corredor próprio para deambular livremente durante a fase lactente, o que estimula o trabalho de parto, chuveiro para relaxamento nas 5 salas de parto, sala de cardiotocografia (monitorização durante o trabalho de parto), sala para ecografia diferenciada com maior privacidade, salas individualizadas para reanimação de recém-nascidos, entre outras novas valências. A nova estrutura dá à grávida a opção de escolher a posição que lhe é mais conveniente dar à luz, e os meios que considerar mais benéficos para o trabalho de parto.
Partos induzidos, anestesias, tricotomias, clisteres, soro colocado à entrada da grávida no hospital, são algumas práticas já em desuso no antigo bloco de partos, e agora em extinção com as instalações que entraram em funcionamento. A episiotomia (para facilitar a expulsão do bebé recorre-se ao corte do períneo, uma área muscular localizada entre a vagina e o ânus), só será realizada em casos realmente necessários.
O novo bloco de partos traz também mais-valias para os profissionais de saúde: 5 quartos médicos para assistência 24 horas, bem como serviço administrativo permanente, o que permitirá optimizar a prestação de cuidados.”
Que hospital é este? Um Hospital privado, pertencente a algum dos grupos económicos que está a investir na saúde? BES, Mello, HPP, Trofa?
Frio, frio... Trata-se do Hospital de S.João, onde a equipa de “boys” nomeada por CC e liderada pelo Prof. António Ferreira está, como podemos constatar, exclusivamente preocupada com os números e a multiplicação dos actos.
Se a equipa do S.João faz parte da "gestocracia", então apetece-me fazer um gesto bem popular – não se assustem, é apenas um manguito – aos “lobbys políticos (que) não vão permitir, tão cedo, a repetição deste modelo”
Brites
Noticia o Público de hoje – Local Porto – a abertura de um “Novo bloco de partos de luxo no Porto”
No site do Hospital, que abre o novo bloco, podemos ler: link
“O novo Bloco de Partos abre hoje as portas, sexta-feira, 1 de Fevereiro, às 10 horas, para uma visita à nova estrutura que vai oferecer à grávida novas opções no parto: banheira de relaxamento, sala especialmente equipada para parto natural, luz directa, lógica de integração com cuidados neonatais, assistência médica e administrativas 24 horas, blocos operatórios imediatamente contíguos às salas de parto, circuito diferenciado para acompanhantes e acesso do exterior exclusivo."
Estas novas instalações vão ainda colocar à disposição da mulher novas técnicas para amenizar a dor durante o trabalho de parto: hidroterapia, musicoterapia, exercícios de relaxamento, bola e cordas específicas para parto natural. Conforme preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS), a mulher vai ter um corredor próprio para deambular livremente durante a fase lactente, o que estimula o trabalho de parto, chuveiro para relaxamento nas 5 salas de parto, sala de cardiotocografia (monitorização durante o trabalho de parto), sala para ecografia diferenciada com maior privacidade, salas individualizadas para reanimação de recém-nascidos, entre outras novas valências. A nova estrutura dá à grávida a opção de escolher a posição que lhe é mais conveniente dar à luz, e os meios que considerar mais benéficos para o trabalho de parto.
Partos induzidos, anestesias, tricotomias, clisteres, soro colocado à entrada da grávida no hospital, são algumas práticas já em desuso no antigo bloco de partos, e agora em extinção com as instalações que entraram em funcionamento. A episiotomia (para facilitar a expulsão do bebé recorre-se ao corte do períneo, uma área muscular localizada entre a vagina e o ânus), só será realizada em casos realmente necessários.
O novo bloco de partos traz também mais-valias para os profissionais de saúde: 5 quartos médicos para assistência 24 horas, bem como serviço administrativo permanente, o que permitirá optimizar a prestação de cuidados.”
Que hospital é este? Um Hospital privado, pertencente a algum dos grupos económicos que está a investir na saúde? BES, Mello, HPP, Trofa?
Frio, frio... Trata-se do Hospital de S.João, onde a equipa de “boys” nomeada por CC e liderada pelo Prof. António Ferreira está, como podemos constatar, exclusivamente preocupada com os números e a multiplicação dos actos.
Se a equipa do S.João faz parte da "gestocracia", então apetece-me fazer um gesto bem popular – não se assustem, é apenas um manguito – aos “lobbys políticos (que) não vão permitir, tão cedo, a repetição deste modelo”
Brites
Etiquetas: Brites
12 Comments:
Quem permitiu estes "luxos"? Será que este "serviço" vai ser acessível a qualquer parturiente? Ou é apenas acessível a umas quantas parturientes que poderão "pagar"?
Entretanto pergunto: o que tem isto a ver com as mulheres que são sujeitas a "parir" (com todo o respeito por elas) nas ambulâncias? E com o acompanhamento daquelas que vão "parir" a Bragança ou Vila Real?
Pois é! Este é certamente um bom exemplo de um país onde há (continuará a haver) filhos e enteados.
PS: num país onde tanto se discutem os custos da saúde, obviamnete que há coisas que mal se entendem.
Com todo o respeito:
Mentira Brites ! Os, a que chamou lobyies políticos vão replicar até à exaustão o modelo do S. João.
Para secar os privados e dar-lhes cada vez menos margem de manobra em defesa do Serviço Nacional de Saúde.
Para além disso isto é obra "estratégica" do Prof. António Ferreira. Nenhum estratega da saúde, daqueles de aviário, nem mesmo CC atacaria desta forma, com a melhor maternidade do Porto no S. João.
Para isso são precisos operacionais conhecedores do terreno e não contabilistas.
CC estava rodeado de contabilistas. Não era possível era afastar todos os que pensam pela sua própria cabeça. O Prof. António Ferreira era um deles. Mas não pensem que por isso a vida lhe é fácil !!
Caro Brites:
Em pleno Algarve, não me posso deixar-me de impressionar com a avalanche de pesporrências demogagógicas incluidas neste post, e a propósito de políticas certas, que tanto foi criticada nos últimos tempos, por outras circunstâncias.
Confundir ou tentar confundir o Prof. António Ferreira com um "boy" ou um produto da "gestocrata" made in ENSP, é que não é sério.
O brilhante especialista em Medicina Interna e professor Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, neste momento gestor do HSJ, vive à margem dessas serôdias vindictas.
Agora, entrar por estes caminhos mostra dificuldades em lidar com as alterações que vão sendo introduzidas quer na política quer na Saúde. O clima de o ressabiamento dorme com os ódios desde o princípio dos tempos e não é produtivo.
Para mim, o fundamental, não será quem está a frente do MS, é a percepção de que a política social deste Governo, terá virado à esquerda.
O past protagonista (CC) ou a future protagonista (AJ) são personagens efémeros, ou meios humanos, para realizar as políticas sociais, esperadas (não as passadas).
Já, agora fico sem saber se o Brites, o Hermes e o Xavier são a trindade numa só pessoa. Mas tal facto não é importante.
Só ficaria intrigado se fosse a Santíssima Trindade.
Por a vontade de amaldiçoar o futuro da Saúde é, aparentemente, incontrolável.
Nos seus tempos de professor do Liceu de Viana, o Professor António José Saraiva propôs aos seus alunos, como tema de redacção, “ O mercado semanal de Viana do Castelo”.
Ao ler depois os trabalhos, encontrou, em várias composições, uma expressão comum: “ as famosas façanhas pombalinas de Darque”.
Darque , para quem não sabe , é aquela terra fronteira a Viana, na outra margem do Lima.
As famosas “façanhas pombalinas de Darque” não podiam deixar de causar estranheza a António José Saraiva, que não conhecia registo do Marquês em terras Vianenses.
Desfez o mistério quando descobriu, num dos textos da selecta oficial, um excerto de Ramalho Ortigão sobre o mercado de Viana. Na descrição de Ramalho apareciam várias mercadorias, entra as quais as “ famosas faianças pombalinas de Darque”.
Isto foi há muitos anos, num tempo mais pausado, quando não havia televisão, os matutinos de Lisboa chegavam a Viana depois de almoço e o Diário de Lisboa, leitura indispensável para algumas pessoas, aparecia já de noite, quando não ao outro dia.
Hoje, porque tudo é muito mais rápido, e a leitura ainda mais apressada, aumenta a probabilidade das “façanhas pombalinas de Darque”.
Principalmente na Blogosfera onde, à voracidade de leitura, se associa a avidez de teclar.
No comentário que o Xavier teve a amabilidade de postar, reproduzi a descrição do novo Bloco de Partos do Hospital de S. João, publicada no site do Hospital. Isto a propósito dum título do Público: “ Novo bloco de partos de luxo no Porto”
O qualificativo era do Público que, pelos vistos, compartilha com o Tonitosa a ideia de que um bloco de partos humanizado, e respeitando as recomendações da OMS, é um objecto de luxo.
Pergunta o Tonitosa: “Será que este "serviço" vai ser acessível a qualquer parturiente? Ou é apenas acessível a umas quantas parturientes que poderão "pagar"?
Tratando-se do bloco de partos dum Hospital Central, onde nascem mais de 3.000 bebés por ano, tem algum sentido a pergunta?
Chuva miudinha, por sua vez, afirma: “Mentira Brites! Os, a que chamou lobyies políticos vão replicar até à exaustão o modelo do S. João.”
Oh chuva miudinha, olhe que as aspas servem para alguma coisa. Quando coloquei entre aspas a expressão “lobbys políticos (que) não vão permitir, tão cedo, a repetição deste modelo” só o (que) era meu.
Quem invocou os lóbis foi um Comentador assíduo do Saúde SA. e o modelo a que ele se referia era o de CC.
O que é mentira, isso sim, é que CC tenha pretendido afastar António Ferreira. A chuva, neste ponto, é mesmo miudinha.
Foi CC quem nomeou o Prof. António Ferreira, primeiro como Director Clínico e depois como Director. Foi com a ajuda de CC que o S. João construiu um bloco de partos “em defesa do Serviço Nacional de Saúde.”
Se há lóbis que repliquem, até à exaustão, o modelo do S.João, eu desfaço o manguito e passo a bater-lhes palmas, com todo o entusiasmo.
Caro Brites:
O facto do Prof. António ferreira ter sido nomeado por CC não o integra nos "boys", como efectivamente sabe, e lhe interessa, agora, lançar a confusão.
Quando especulei (cuidado que pode ser uma ofensa...) que os boys gravitavam à volta da ENSP, caíu o Carmo e a Trindade.
Mas o mínimo que se pode fazer pelo Prof. Antº. Ferreira é, pelo menos, inclui-lo no clã Golden Boys(*).
Nestes momentos de consternação é fundamental que haja decoro.
(*) banda do movimento Jovem Guarda no Brasil.
Caro Brites,
Ao contrário do que insinua eu não sou contra estes luxos por princípio. O meu comentário fundamenta-se nas disparidades sociais num país onde as desigualdades se vão acentuando.
Há coisas que dificilmente se podem aceitar nessa "maternidade à la carte" que parece ser o HSJ, quando, como sabemos, maternidades modestas mas prestando um serviço necessario e, sem riscos divergentes da média, foram encerradas.
E já agora que fique claro: penso que quem quer efectivamente luxos (não falo de segurança e qualidade) deve pagá-los.
Esta coisa de "dar à luz" ao que sei (vivi o momento no nascimento da minha filha) não é nada fácil. Mas daí a fazer-se, por exemplo, uma cesariana a pedido da mãe porque não está "preparada" para aguentar a dor, talvez não seja uma prática desejável.
Ou acha que, algumas das coisas anunciadas no HSJ são mesmo factores de segurança e qualidade na ocorrência dos partos?
Talvez fôsse importante, então, questionarmos o custo médio de um parto com todo este "aparato" comparando-o com o custo médio de uma maternidade "normal".
O problema, meu caro, é o de utilizarmos recursos públicos escassos em termos de custo/benefício (social).
Como o Brites refere, a informação do seu texto faz parte dum "presse release" do CA do hospital de São João, consultável no seguinte link Inserido na seguinte página do Portal da Saúde link
O resto, são os habituais lamentos e insinuações do é-pá. A dar mostras de um inusitado desconforto. Como se tivesse chegado à conclusão, nas últimas semanas, estar na barricada errada.
Caro é-pá, o doutor errou redondamente. Errou uma vez mais. O tempo da história, a vitória da inteligência está do nosso lado.
Acontece aos melhores.
Acredite que o lamento.
Caro e-pá
Foi com estupefacção que li os seus comentários.
Uma notícia do Público, com título apelativo, mas inapropriado, serviu-me de pretexto para evidenciar um aspecto do magnífico trabalho que está a ser desenvolvido pelo Conselho de Administração do Hospital de S.João.
O texto do post é, quase todo, transcrição do site do Hospital, ao qual acrescentei breves comentários. Repito um deles:
“Trata-se do Hospital de S.João, onde a equipa de “boys” nomeada por CC e liderada pelo Prof. António Ferreira está, como podemos constatar, exclusivamente preocupada com os números e a multiplicação dos actos.”
Qualquer leitor honesto percebe que quis dizer duas coisas.
- Que o Prof. António Ferreira, que conheço pessoalmente e muito admiro, não é “boy” de quem quer que seja.
- Que o Conselho de Administração do HSJ não está apenas preocupado com números, mas também com a qualidade dos serviços prestados.
O e-pá viu neste comentário uma “avalanche de pesporrências demagógicas” ,“ dificuldade em lidar com as alterações que vão sendo introduzidas quer na política quer na Saúde” e aproveitou para lançar uma frase que pode ter grande efeito mas que nem sequer tento perceber:
“O clima de o ressabiamento dorme com os ódios desde o princípio dos tempos e não é produtivo.”
Aproveite bem o Algarve e estes dias de pausa para reler o que escreveu e, mais calmo, poderá avaliar quanto os seus comentários foram desproporcionados.
Segundo o Prof. Cavaco Silva, que também por aí anda, aperfeiçoando o seu golfe, estes quatro dias poderão ser úteis para diminuir a crispação do país.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades: lembrar-me eu dos tempos em que o Professor queria acabar com o feriado de terça-feira de Carnaval…
De qualquer forma queria-lhe dizer que não estou disponível para discutir nestes termos. A propósito de futuros comentários meus poderá dizer o que lhe apetecer, pois ficará a falar sozinho.
PS- Eu sei quem é o Xavier, porque há muito se deu a conhecer. Nem o Xavier, nem qualquer frequentador do Saúde SA, poderá dizer quem eu sou.
Bom dia.
Fui por muito tempo uma leitora assídua do blog, mas há meses que não lia (não por nenhum motivo afecto ao blog que sempre considerei e continuo a considerar de grande qualidade). Como não possuo identidade blogger, venho por este meio tece o meu comentário sobre o post relativo ao novo bloco de partos do São João.
Mesmo em época de crise, e com contrastes tão fortes que parece que por vezes há mais que um Portugal, o novo bloco de partos é uma iniciativa louvável. E não é apenas por caminhar no sentido do
cumprimento das recomendações da OMS.
Mesmo em questões de índole económica, acho que se não é óbvio, deveria ser, que a maioria das mulheres recorre às cesáreas (e ninguém seja ingénuo ao ponto de pensar que a maioria destas intervenções são realizadas por conveniência da grávida ou do médico - apenas raramente por questões efectivamente ligadas à saúde do binómio mãe-bebé, como
deveria ocorrer). Assim iniciativas que incentivem e proporcionem condições para o parto normal significa não apenas o melhor para a mãe e para o bebé, mas também menos gastos em material cirúrgico, B.O.,
anestesia, etc.
Aliás, de as recomendações da OMS fossem, de facto, cumpridas, o
próprio parto normal custaria menos do que o que custa na maioria dos hospital, pois não seriam realizadas episiotomias rotineiramente, seriam feitos pouquíssimos exames de toque vaginal, a indução de partos seria algo raro, a lavagem intestinal teria sido banida, a raspagem dos pêlos públicos também, etc. Ou seja, menos gastos em bisturis, material de sutura, clisterês, lâminas, soros, agulhas,catéteres, ocitocina, misoprostol, etc.
É pena que seja considerado luxo, aquilo que devia ser direito. Aliás, por que é que não há comparticipação dos partos domiciliares, nos quais gasta-se significativamente menos do que nos partos normais hospitalares e cesáreas? Se o MS, OM e etc não se mostrassem tão avessos à idéia, poderíamos unir o útil (menos gastos) ao agradável (a mulher parir num ambiente confortável, onde se sente bem e tem condições para deambular, tomar banho, relaxar, etc, como recomenda a
OMS).
Holanda e Bélgica, por exemplo, tem seguido uma boa trajectória no que se refere a prática rotineira de partos domiciliares em grávidas de baixo risco. No extremo oposto, em Portugal a regra (que apesar de não escrita é a prática quotidiana) é que uma mulher que tenha feito uma cesárea, não importa quanto tempo se passou, numa nova gravidez é submetida a uma cesárea novamente (mesmo que não queira - sim, é verdade!)
Deixo também as recomendações da OMS.
Um abraço,
Recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde)no Atendimento ao Parto Normal
A) Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas
Plano individual determinando onde e por quem o parto será realizado,
feito em conjunto com a mulher durante a gestação, e comunicado a seu marido/ companheiro e, se aplicável, a sua família.
Avaliar os factores de risco da gravidez durante o cuidado pré-natal, reavaliado a cada contacto com o sistema de saúde e no momento do primeiro contacto com o prestador de serviços durante o trabalho de parto e parto.
Monitorar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do
trabalho de parto e parto, assim como ao término do processo do
nascimento.
Oferecer líquidos por via oral durante o trabalho de parto e parto.
Respeitar a escolha da mãe sobre o local do parto, após ter recebido
informações.
Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico onde o parto for viável e seguro e onde a mulher se sentir segura e confiante.
Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto.
Apoio empático pelos prestadores de serviço durante o trabalho de
parto e parto.
Respeitar a escolha da mulher quanto ao acompanhante durante o
trabalho de parto e parto.
Oferecer às mulheres todas as informações e explicações que desejarem.
Não utilizar métodos invasivos nem métodos farmacológicos para alívio
da dor durante o trabalho de parto e parto e sim métodos como massagem e técnicas de relaxamento.
Fazer monitorização fetal com auscultação intermitente.
Usar materiais descartáveis ou realizar desinfecção apropriada de
materiais reutilizáveis ao longo do trabalho de parto e parto.
Usar luvas no exame vaginal, durante o nascimento do bebé e na
dequitação da placenta.
Liberdade de posição e movimento durante o trabalho do parto.
Estímulo a posições não supinas (deitadas) durante o trabalho de parto e parto.
Monitorar cuidadosamente o progresso do trabalho do parto, por exemplo pelo uso do partograma da OMS.
Utilizar ocitocina profilática na terceira fase do trabalho de parto
em mulheres com um risco de hemorragia pós-parto, ou que correm perigo em consequência de uma pequena perda de sangue.
Esterilizar adequadamente o corte do cordão.
Prevenir hipotermia do bebé.
Realizar precocemente contacto pele a pele, entre mãe e filho, dando apoio ao início da amamentação na primeira hora do pós-parto, conforme directrizes da OMS sobre o aleitamento materno.
Examinar rotineiramente a placenta e as membranas.
B) Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas
Uso rotineiro de enema.
Uso rotineiro de raspagem dos pelos púbicos.
Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto.
Inserção profilática rotineira de cânula intravenosa.
Uso rotineiro da posição supina durante o trabalho de parto.
Exame rectal.
Uso de pelvimetria radiográfica.
Administração de ocitócicos a qualquer hora antes do parto de tal modo que o efeito delas não possa ser controlado.
Uso rotineiro da posição de litotomia com ou sem estribos durante o trabalho de parto e parto.
Esforços de puxo prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o período expulsivo.
Massagens ou distensão do perineo durante o parto.
Uso de tabletes orais de ergometrina na dequitação para prevenir ou controlar hemorragias.
Uso rotineiro de ergometrina parenteral na dequitação.
Lavagem rotineira do útero depois do parto.
Revisão rotineira (exploração manual) do útero depois do parto.
C) Condutas utilizadas com insuficientes evidências que apoiem a sua clara recomendação e que devem ser utilizadas com precaução até a conclusão de novos estudos.
Método não farmacológico de alívio da dor durante o trabalho de parto, como ervas, imersão em água e estimulação nervosa.
Uso rotineiro de amniotomia precoce (romper a bolsa d'água) durante o início do trabalho de parto.
Pressão no fundo uterino durante o trabalho de parto e parto.
Manobras relacionadas à protecção ao perineo e ao manejo do polo
cefálico no momento do parto.
Manipulação activa do feto no momento de nascimento.
Utilização de ocitocina rotineira, tracção controlada do cordão ou
combinação de ambas durante a dequitação.
Clampeamento precoce do cordão umbilical.
Estimulação do mamilo para aumentar contracções uterinas durante a dequitação.
D) Condutas frequentemente utilizadas de forma inapropriada
Restrição de comida e líquidos durante o trabalho de parto.
Controle da dor por agentes sistémicos.
Controle da dor através de analgesia epidural.
Monitoramento electrónico fetal .
Utilização de máscaras e aventais estéreis durante o atendimento ao parto.
Exames vaginais frequentes e repetidos especialmente por mais de um prestador de serviços.
Correcção da dinâmica com a utilização de ocitocina.
Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do trabalho de parto.
Cateterização da bexiga.
Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase completa, antes que a própria mulher sinta o puxo involuntário.
Adesão rígida a uma duração estipulada do segundo estágio do trabalho de parto, como por exemplo uma hora, se as condições maternas e do feto forem boas e se houver progresso do trabalho de parto.
Parto operatório (cesariana).
Uso liberal ou rotineiro de episiotomia.
Exploração manual do útero depois do parto.
Caro Brites:
Eu levantei, nos últimos comentários, os problemas dos boys, num determinado contexto.
Pegou e usou desse conceito como lhe apeteceu.
Transcreve a quase totalidade do press release do HSJ e o comentário é inocente:
"Trata-se do Hospital de S.João, onde a equipa de “boys” nomeada por CC e liderada pelo Prof. António Ferreira está, como podemos constatar, exclusivamente preocupada com os números e a multiplicação dos actos."
Quando quiser afrontar alguém faça-o no contexto correcto, chame os bois pelos nomes e não se refugie em rábulas.
Porque quando chamei à colação o fim de ciclo dos boys de CC ou dos "gestocratas" made in ENSP, estava somente a aventar um cenário de mudança na concepção futura das políticas de saúde. Não estava a ironizar.
Agora reproduzir ironias bacocas para posteriormente transformá-las em elogios - Não!
São, estes malabarismos, as tais "pesporrências demagógicas", que conspurcam os trabalhos sérios. Quer se goste ou não do termo.
O comentário que faz à notícia do HSJ não é honesto, nem feliz. É um remoque colectado num ambiente caseiro deste blogue, recheado de mau gosto, no que diz respeito à oportunidade.
Nem sempre a evidência pela negativa é exemplar. Pode ser oportunista.
E para desvalorizá-la, o melhor é apelidar as reacções dos outros desproporcionadas, não sem antes referir que uma leitura "honesta" será...
Finalmente,
Estas coisas devem ser recíprocas e, em qualquer circunstância, conservar as devidas porporções, nomeadamente quando, no meio de uma inócua troca de comentários, somos empurrados para os sensíveis terrenos da honestidade.
Fiquemos por aqui...
Enfermeiros obstetras do Sul da Europa vão reunir-se, no Porto, amanhã e depois, para debater a criação de um procedimento específico quanto aos partos normais. Para além de mais de 150 participantes portugueses, estarão especialistas espanhóis, gregos, italianos, franceses e cipriotas. A questão de fundo deste X Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Enfermeiros Obstetras é assim resumida por Vítor Varela: "Como parir no Sul da Europa?"
De acordo com aquele enfermeiro parteiro, as recomendações internacionais relevam a importância de um parto natural, procedimento "que está a aumentar em Portugal", podendo ser feito por enfermeiros obstetras. Também se regista uma adesão significativa de mulheres que desejam dar à luz em casa. Vítor Varela acentua que, anualmente, "devemos ter, em Portugal, entre 200 e 500 partos ao domicílio".
Em Espanha, disse, todas as capitais de província dispõem de uma associação - Nascer em Casa - que contempla os pedidos das utentes, e que pode fornecer indicações quanto às medidas a adoptar no nosso país. A utilização da água no trabalho de parto é outro tema em discussão.
Os enfermeiros pretendem que às grávidas lhes assista o direito de estarem informadas para fazerem escolhas conscientes sobre as vantagens de um parto natural e espontâneo (não induzido), dando à luz sem intervenção cirúrgica e medicação.
Vítor Varela lamenta que ainda vigore o modelo médico em que não é reconhecida a qualificação e a responsabilidade dos enfermeiros parteiros, apesar de serem abrangidos por uma directiva comunitária.|
Caro Tonitosa:
Comecemos pelo fim do seu comentário que constitui, a meu ver, o aspecto mais interessante.
Vamos então comparar os custos directos por “doente tratado” em Obstetrícia, no Hospital de S.João e noutros hospitais, em 2006. (fonte ACSS)
Os custos do HSJ são superiores em 14% aos do Santa Maria, 8% aos do Santo António e 34% aos do Hospital da Feira, mas são inferiores em 36 % aos dos HUC, 96,% aos do Hospital de Castelo Branco e 71% aos do Hospital da Guarda.
Estas comparações valem o que valem e os números da Contabilidade Analítica também. Mas são o que há e, perante o que vi, julgo poder concluir que o Serviço de Obstetrícia do HSJ não tem custos exagerados nem pode ser considerado, à priori, exemplo de desperdício.
Quanto às obras realizadas, não são um fogacho mediático do hospital. Fazem parte dum plano estratégico bem concebido e que está a ser levado a cabo com grande determinação.
O novo bloco de partos não significa necessariamente aumento de custos. Pelo contrário, como diz a Joana “… iniciativas que incentivem e proporcionem condições para o parto normal significa não apenas o melhor para a mãe e para o bebé, mas também menos gastos em material cirúrgico, B.O., anestesia, etc.
Quanto às cesarianas tem, com certeza razão, mas onde a taxa é mesmo elevada é no sector privado. Salvaguardando alguns dos novos hospitais, onde acredito que a taxa de cesarianas seja inferior, nalgumas unidades chega a ultrapassar os 70%.
Aqui está um assunto que merecia ser bem dissecado. Quantos Obstetras estão, em permanência, nessas unidades? E o que faz a ERS? E a Ordem dos Médicos?
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