domingo, fevereiro 3

CC,


beatificação,resignação missa do sétimo dia e outras inluências judaico-cristãs

Depois do bota-abaixismo, da invocação do passado romântico da juventude, das "farpas" construtivas, da beatificação ao terceiro dia, agora a hipocrisia dos que antes ficaram calados e agora defendem as políticas se não mesmo a pessoa. Não deixa de ser lamentável mas somos nós ao espelho.

Foi vê-los e ouvi-los (links):
José Miguel Júdice Amílcar Correia/Vital Moreira André Macedo António Lobo Xavier José Silva Lopes Fernando Madrinha Henrique Monteiro José Manuel Fernandes Contança Cunha Sá Joana Ferreira da Costa Ricardo Costa Jorge Coelho Vital Moreira Vital Moreira José Pacheco Pereira ,exultarem com as políticas e mesmo com o político. Mesmo aqui tantos que o criticaram, vieram depois exultar com o conteúdo e não com a forma e tratá-lo por Professor.

Mais os outros que na intimidade, enviaram cartões ou telefonaram a invocar a amizade antiga e as sãs camaradagens, as boas relações pessoais, o reconhecimento pela pessoa apesar da falta de jeito pessoal, a lamentar a perca de oportunidade preocupados com a não continuidade das políticas. Tanta hipocrisa.
Enfim cá continuaremos uns e outros, veremos quem para além de falar continuará a dar o "corpo ao manifesto" pela defesa e a sustentabilidade do SNS, veremos agora o que farão os promotores do abaixo-assinado em defesa do SNS, agora que conseguiram a primeira das "vitórias" correr com o CC.
Avicena

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6 Comments:

Blogger cardeal patriarca said...

Meu Caro Xavier:

Não faça desfiles de personalidades apoiantes de CC.

Este, com estas declarações, também está pesaroso ? A não ser que o diga não me parece pela fala que refere:


"Em relação a Correia de Campos e Isabel Pires de Lima é justo que se lhes faça uma menção. Fizeram parte de um Governo que está a fazer reformas profundas.

Com mais ou menos sucesso pessoal no desempenho dos cargos, tiveram a coragem de decidir no que entenderam como as decisões mais justas".
Jorge Coelho, DE 31.01.08

7:47 da tarde  
Blogger xavier said...

O Avicena no seu comentário referiu: Pacheco Pereira, José Miguel Júdice, Fernando Madrinha, Lobo Xavier, Henrique Monteiro, Pacheco Pereira, Silva Lopes.

Eu decidi (sem o consultar) acrescentar mais uns tantos.

O miserável texto de Jorge Coelho foi lá colocado para comparação. Para vermos como se tratam os camaradas de partido. A exemplo do Manuel Alegre. Traições é com ele.

10:00 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Caro Xavier:

Penso que a demissão de CC lhe trouxe alguma obnubilação sobre os trabalhos e procedimentos dos partidos políticos, nomeadamente sobre o PS, um partido particularmente submetido às regras do exercício do Poder.
Só assim se entende que Jorge Coelho seja, liminarmente, tratado como um exemplo de traidor.

Só neste estreito caminho e entrando numa irrealista mesquinhês política (partidária, que existe) se pode levantar questões sobre as legitimidade das escolhas políticas do PM, quanto ao seu elenco de colaboradores e quando a eventuais inflexões do rumo político de sectores sociais.

Aliás, fora das tiradas de escárnio e maldizer - que felizmente todos usamos - este último mês foi paradigmático na transição da defesa de uma política de reformas para o encalhe na exaltação de um "Ethos", enquanto morada civilizacional. Neste caso de CC.

Nada disso seria criticável ou até grave se, no dia a dia, após o irreversível (é disso que se trata) afastamento os adeptos da pernanência CC(a ilusão é legitima mas deve ser temporal) não fossem com o seu estrabuchar despedaçando, pedaço a pedaço, o património ético (dos indeflectíveis apoiantes e de CC)

E esse desperdício (também existem desperdícios fora da Saúde) é fatal, inquinando todas as contas políticas, contagiando-as com o virus da irracionalidade, do ressaibramento. O total desbaratar do fair-play.
Coreia de Campos não merece este tipo de defesa.
O SNS não sobreviverá se centramos a sua defesa em personalidades. O SNS é um projecto colectivo que poderá sempre ter dificuldades de liderança. Mas não perde qualidade, nem validade, nem sustentabilidade, por esse motivo.

E, sabe que mais, caro Xavier:
o penoso prolongamento deste esgrimir de razões, o alongamento de remoques, os desfiles de personagens eventualmente heréticas, só me convencem que todas as partes poderão estar erradas (ou terão a sua quota parte no erro que a inusitada ebulição do momento esconde).

É que, depois de - em tão pouco tempo - ler tanta prosa e alguma poesia sobre CC, temo que seja necessário recorrer a medidas exorcistas para readquirirmos a normalidade necessária.
Necessária, quanto antes...

12:58 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Caro Xavier:

Penso que a demissão de CC lhe trouxe alguma obnubilação sobre os partidos políticos, nomeadamente sobre o PS, um partido particularmente sensível às regras do exercício do poder.
Só assim se entende que Jorge Coelho seja, liminarmente, tratado por traidor.
É neste estreito caminho que se levanta questões ou interpretações sobre as legitimas escolhas políticas do PM, quanto ao seu elenco de colaboradores, e quanto a eventuais inflexões.

Aliás, fora das tiradas de escárnio e maldizer - que felizmente todos usamos - este último mês é paradigmático na transição da defesa de uma política de reformas para transitar no sentido da defesa personificada de um "Ethos" enquanto morada civilizacional.

Nada disso seria criticável ou até grave se, dia a dia, após o irreversível (é disso que se trata) afastamento os adeptos da pernanência de CC (a ilusão é legitima mas deve ser temporal) não se fosse despedaçando, pedaço a pedaço, o seu património ético.

E esse desperdício (também existem desperdícios fora da Saúde) é fatal, inquinando todas as performances políticas, contagiando-as com o virus da irracionalidade, do ressaibramento. Um total desbaratar do fair-play.
Coreia de Campos não merece este tipo de defesa.
O SNS não sobreviverá se centramos a sua defesa em personalidades. O SNS é um projecto colectivo que poderá sempre ter dificuldades de liderança. Mas não perde qualidade, nem validade, nem sustentabilidade, por isso.

E, sabe que mais, caro Xavier:
o penoso prolongamento deste esgrimir de razões, o esgotar de inusitados remoques, o longo cortejo de desfiles de personagens (muitas não pertecem ao filme), só me convencem que todas as partes poderão estar erradas (ou terão a sua quota parte no erro que a elulição do momento esconde).
Caminhamos para o exorcismo do sistema, à custa da diabolização da precaridade dos protagonistas políticos.
Precisamos do regresso urgente à normalidade.
E sobre isto, teremos, com certeza, conceitos diferentes.

Mas deixem-me dizer que estou banzado ( para usar uma expressão sua) com a sua perserverância e inflexibilidade na defesa de CC, enquanto manifestação emotiva de lealdade pessoal, como ser raiando o insubstituível e o inamovível.

As políticas que CC projectou, desenhou e conseguiu executar no MS, são outra coisa.

1:22 da manhã  
Blogger xavier said...

Caro é-pá,

As coisas são bem mais simples.

CC foi meu professor na ENSP.
A cadeira de economia da Saúde era na altura a mais bem organizada.
Ficou-me do professor a imagem de competência, capacidade de organização e muitas peneiras.

Depois da segunda nomeação foram muitos os momentos em que desacreditei.

Com avançar dos meses verifiquei que o professor além da reconhecida inteligência e competência, era também um político corajoso, dedicado servidor público.
Isto num país onde abundam cobardolas, lambe botas, gente mesquinha e medo de existir.

Depois havia a consciência de que CC, no essencial, estava carregado de razão. E o que estava a ser feito era essencial para a preservação do SNS. O que aconteceu constitui uma perda irreparável que os portugueses mais tarde hão-de lamentar. Perdeu-se uma oportunidade única de Portugal dar um pontapé na história.

Lamento que o é-pá não tenha a mesma percepção dos factos. Mas isso já não é problema meu.

A coisa mais acertada que se escreveu sobre CC nos últimos dias :

Correia de Campos é sem dúvida o mais competente político português em matéria de saúde pública. É um homem frontal e corajoso, que vai à luta, que dá a cara e enfrenta os adversários tentando desmontar os seus argumentos. É-me pessoalmente muito simpático, por isso; e admiro a sua verticalidade e inteligência. E até admiro a sua teimosia e a capacidade que tem de cometer erros, que é timbre de pessoas com o seu carácter.

Naturalmente é penoso retomar a triste realidade. A triste história de falhados e medo de existir.

Isto está bom para si, caro doutor, que vai nas patranhas e no patriotismo bacoco de Manuel Alegre.

2:19 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Caro Xavier:

Se acaso se der ao trabalho de ler o meu comentário no dia da demissão sobre o já sintomático título "Conseguiram..." encontrará lá todas as conjecturas políticas e todas as afectividades que o momento me inspirou.`

Não sou, não fui em acontecimentos recentes, companhon de route de Manuel Alegre.

Caro Xavier: errou. Pior confunde tempos históricos.

De facto, estivemos na mesma "tranchée" nos anos 60, no seu exílio, mas não é glorioso quer para os defensores do SNS, quer para os detractores de CC, confundir esses tempos com a recente remodelação do XVII GC.
Aliás, nesses tempos, também, CC, por lá andou.

Independentemente da capacidade técnica de CC, que me vai fazer o favor de não me incluir nos infieis, o que sempre esteve em causa foi a sua capacidade política.
E aí não partilho da suas inevitabilidades trágicas.

Para mim, o fim de um ciclo corresponde sempre ao nascer de outro. É o meu conceito materialista de processo histórico.
Nunca pode ser uma " triste história de falhados e medo de existir".
Esta será - em contraponto ao acerto que menciona na citação que refere no texto - a posição mais derrotista que li sobre os acontecimentos na área da saúde nos últimos dias - que não gostaria de chamar de crise.
Foi, contudo, uma turbulência.
É cedo para julgar CC.
A História lenta a definir-se, é , contudo, inexorável.
Largos dias têm cem anos...

7:27 da tarde  

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