sábado, fevereiro 2

A saída de CC do Governo


"É um dos grandes desastres nacionais dos últimos tempos."link
Gasta-se demais na Saúde e Correia de Campos estava a tentar conter a despesa. Chamavam-lhe o ministro mais impopular do Governo mas eu achava-o o melhor ministro. Porque estava a fazer uma política necessária.
Silva Lopes, Negócios da Semana", 31-01-2008

8 Comments:

Blogger tonitosa said...

Assisti à entrevista a "Negócios da Semana" de JSL.
É um dos mais conceituados economistas portugueses e devemos-lhe esse mérito.É um convicto apoiante deste governo e de J. Sócrates, como fez questão de referir naquela entrevista.
JSL é tido também como um economista "social".
Mas, para defender o encerramento das maternidades, por exemplo, JSL usou argumentação um tanto contra aquilo que são ou devem ser as preocupações sociais. Dizia ele que se fôsse perguntado às pessoas que estão contra o fecho das maternidades se estavam dispostas a pagar o diferencial de custo de cada parto (do seu parto) para terem os filhos na "sua" maternidade, as mesmas de certeza iriam dizer que não queriam pagar esse preço. Logo, o fecho ficaria justificado e entendido!
Ora este é um raciocínio que podería ser, então, válido para quase todos os serviços públicos, cujos actos estão longe de ser pagos pelos utentes.
Porque razão há-de o Estado subsidiar as empresas de transportes públicos em milhões de euros por ano? E que têm as populações das aldeias e vilas (que nem as cidades conhecem)a ver com os transportes em Lisboa e Porto? Porque razão não hão-de ser os automoblistas/utilizadores a pagar o custo integral das auro-estradas?
Porque razão quem tem filhos nas escolas não há-de pagar o custo do ensino?
É que se pergunta idêntica lhes fôsse feita a resposta é fácil de adivinhar.
Mas vamos a um exemplo talvez mais claro: deverão os transportes públicos (rodoviários, ferroviários, etc) funcionar nos horários em que circulam com uma ocupação mínima? Ou deverá o custo real da viagem ser suportado pelos utentes?
Como sabemos esta é uma das matérias que se estuda nos cursos de economia e JSL não a ignora! E certamente terá explicado o problema aos seus alunos.
Na verdade às vezes temos dificuldades em perceber a escala de valores de algumas das ilustres personalidades do País!
E apetece perguntar: terá JSL alguma reforma pública? E acumula com salários no MG? Não vê que está a ocupar um lugar que podia ser ocupado por que precisa, certamente, mais que ele?
E a terminar: pelo que ouvi, quando andava na escola primária, todos os seus colegas andavam descalços. Menos dois sendo JSL um dos "privilegiados". Deveriam esses privilegiados ter tido ensino gratuito, tal como os que nem uns tamancos tinham?! Não deveriam pagar o tal diferencial?
Analisar e defender o encerramento de serviços de saúde com os argumentos que usou parece-me sinónimo de falta de sensibilidade social.
E os caminhos para a poupança em Saúde não passam pelo encerramento "cego" de serviços.
PS: hoje tivemos acesso a mais uma notícia das "disfunções" na gestão da saúde, vinda dos lados do Alentejo (Portalegre e Elvas).
E vimos como em Aljezur os trabalhadores e doentes enfrentam dificuldades. E que fizeram até agora os reponsáveis para minorar as dificuldades?

11:52 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Santo Deus!

O Prof. Correia de Campos foi demitido na passada 3ª. feira...
Agora Te Deum e missa cantada todos os dias, até cansa o mais cristão dos seres (que não parece ser o caso).

Não devemos planear, nem tentar moldar, o futuro em conformidade com as ocorrências do passado.

As virtudes não têm duas características:
- não são perenes;
- nem hereditárias.

Pelo menos haja o bom censo de não mandar rezar missa do 7º. dia, no dia de Carnaval.

12:07 da manhã  
Blogger Joaopedro said...

O que foi feito em tão pouco tempo é assinalável.
Agora ponham o Manuel Alegre a gerir, por exemplo, o HUC.

12:33 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Caro João Pedro:

Não João Pedro!
O homem que é acusado de ter derrubado CC, não terá como missão gerir os HUC.
Vamos ser proprocionais nestas correspondências.
Irá substituir o Vital Moreira na assessoria ao MS, quando este estiver cansado de cantar loas ao que já sendo passado, continuará nas 1ªs págnas das suas causas (dele e ao que parece nossa).
Só lhe falta construir um blog de influência.

Resignação: é um conceito cristão (está na moda estas revanches) que tem a ver com dificuldades de compreender o passado e aceitar o futuro.

10:11 da manhã  
Blogger Joaopedro said...

Também! Não me ocorreu essa!

Era a bancarrota súbita e total do SNS.

Sugiro ainda que o senhor Manuel Alegre arregimente o é-pá. A sua inesgotável capacidade de imaginação faz sempre jeito.

Aproveitavam pra recitar uns versículos satânicos e lembrar velhos tempos.

Sugiro antes o João de Deus:
batem leve, levemente,
como quem chama por mim,
será gente?
gente não é certamente...

Quem é que ousaria entregar os destinos do SNS a tal gente.
Ana Jorge, por certo avisada, não vai embarcar nessa. Não vai em futeboys. Que apenas sabem chutar prá bancada.

Tenha umas boas férias de Carnaval no Algarve. Aproveite para ver o corso alegórico "Alice no país das maravilhas".

12:24 da tarde  
Blogger Unknown said...

CC, beatificação,resignação missa do sétimo dia e outras inluências judaico-cristãs

Depois do bota-abaixismo, da invocação do passado romântico da juventude, das "farpas" construtivas, da beatificação ao terceiro dia, agora a hipocrisia dos que antes ficaram calados e agora defendem as políticas se não mesmo a pessoa. Não deixa de ser lamentável mas somos nós ao espelho.

Foi vê-los e ouvi-los, Pacheco Pereira, José Miguel Júdice, Fernando Madrinha, Lobo Xavier, Henrique Monteiro, Pacheco Pereira, Silva Lopes,exultarem com as políticas e mesmo com o político. Mesmo aqui tantos que o criticaram, vieram depois exultar com o conteúdo e não com a forma e tratá-lo por Professor.

Mais os outros que na intimidade, enviaram cartões ou telefonaram a invocar a amizade antiga e as sãs camaradagens, as boas relações pessoais, o reconhecimento pela pessoa apesar da falta de jeito pessoal, a lamentar a perca de oportunidade preocupados com a não continuidade das políticas. Tanta hipocrisa.
Enfim cá continuaremos uns e outros, veremos quem para além de falar continuará a dar o "corpo ao manifesto" pela defesa e a sustentabilidade do SNS, veremos agora o que farão os promotores do abaixo-assinado em defesa do SNS, agora que conseguiram a primeira das "vitórias" correr com o CC.

12:35 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Caro Avicena:

Pela 1ª. vez não ficamos submersos em casuística.

Ainda começou a enumerá-los -Pacheco Pereira, José Miguel Júdice, Fernando Madrinha, Lobo Xavier, Henrique Monteiro, Pacheco Pereira, Silva Lopes ... - mas ficou-se pelo meio ... assim com tão pouca afluência dava direito ao encerramento de alguns pasquins.

Nunca pensei que a simples demissão de um ministro desse lugar a tanto revanchismo. Porque a tradição judaico-cristã é mais para a penitência...
Cada vez mais me convenço da justeza da minha interpretação inicial.
A substituição de Correia de Campos não é um mero acto da governação, uma perrogativa do PM.
Foi uma traição (não é possível explicar a quê, mas que foi uma traição ,foi). Uma ignóbil traição...aos principios economicistas (já sei que não existem - mas tenho esta deformação) que devem reger a Saúde. Como foi ensinado na ENSP.
Este ciclo fechou-se. Vamos ver sem alarmismos, sem anátemas, o que se sucede.
Ana Jorge, ao que penso, não tem responsabilidades na demissão de CC. Mas se existe alguém sem ainda nada ter feito, já está a pagar - é ela.

Sócrates não é um rei do tempo do absolutismo, i.e., aquele que governa por graça divina.
Gere um partido cheio de equilíbrios difíceis. Quando muito será um reizinho constitucional.
Dentro de pouco mais de 1 ano haverá eleições.
Os aparelhos partidários tornam-se intolerantes para personagens que fazem gala de serem os mais impopulares e, no dia a dia, afundam-se nessa impopularidade.

O poeta M Alegre foi o pretexto para o soneto. Não deve ser mote para o fado da "desgraçadinha".

Mas a Saúde, o SNS, é outra coisa e Ana Jorge é um mero intermezzo.

Este ciclo que se encerrou agora, foi marcante na Saúde em Portugal, nos últimos 15 anos. Por virtudes, defeitos, erros, pretextos, tácticas, estratégias e confusões várias.
CC, não foi o único, mas foi a cabeça visível deste ciclo que, se não se afundou definitivamente, vai sofrer um (longo, curto?)interregno.
Reinicia-se outro, em 2009, depois das legislativas.

Até lá, Ana Jorge, fará o que Socrates lhe pedir. Directamente, através de Vital Moreira (não fique espantado) ou, pasme-se, de Júdice.

Manuel Alegre vai continuar cidadão. Nada mais.

4:26 da tarde  
Blogger cardeal patriarca said...

João Pedro

Seriamente, o que é isto ?

"Sugiro ainda que o senhor Manuel Alegre arregimente o é-pá. A sua inesgotável capacidade de imaginação faz sempre jeito.

Aproveitavam pra recitar uns versículos satânicos e lembrar velhos tempos".

Tenha dó e mantenha a discussão ao nível a que estamos habituados.

Para bem dos frequentadores do SaúdeSa e da saúde dos portugueses.

Todos não somos demais para salvar o SNS !

7:20 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home